sexta-feira, janeiro 02, 2004

Um tribu que precisa de aspirina

Como diria o poeta “Excusez un peu...Que grande constipação física! Preciso de verdade e de aspirina”. Depois de uma passagem de ano tranquila, onde a alegria do espumante e das uvas passas do desejo nos apagam da memória tantos e tantos momentos de tristeza, dou por mim a reparar que quase tudo se imobilizou, mesmo fora dos dias festivos. Doce nada fazer, dos nossos encantos. Se a tendência continuar, talvez os nossos sonhos demorem mais tempo a serem concretizados. Faço uma macro-foto para vos dar conta que muitos, na blogosfera, que eu admiro, vão alimentando esses sonhos. Decerto, notaram a sua menor qualidade. Mas a intenção ficou. Lembro-me da velha história da cigarra e da formiga. Só que nos tempos de hoje, as cigarras são mais do que muitas e as formigas andam aflitas para sustentar tanta reinação. Ele são multidões a votar, autocarros a circular em campanha, balões para angariar votos e histerismo para adivinhar o vencedor. Isto e o sonho de ganhar o 2004.
E que sonhos alimento eu? O de uma Tribulandia mais equilibrada socialmente, onde os nossos maiores orgulhos estejam nas suas escolas modelo, nos seus hospitais de vanguarda, na competividade tecnológica das suas empresas, no aprofundamento da sua cultura ímpar, e tão subjugada, às vezes, a valores estranhos, no seu civismo do quotidiano, no não abandalhamento de uma História que pode confrontar-se com qualquer outra, e acima de tudo na aposta clara nessas gerações jovens que tanto podem dar mas que se procura alienar, de vários modos e feitios. Depois podem vir os outros êxitos. Alguns dos que isto lerem, dirão que me passei com a aspirina. É natural. Ainda não deixei de me sentir primeiro português, depois europeu e depois globalizado.

Sem comentários: