segunda-feira, outubro 12, 2009

Gato Fedorento e seus seguidores

Terminou hoje mais uma série da telenovela "Eleições Fedorentas" que nos têm enchido os olhos e os ouvidos das palavras sábias dos fedorentos deputados, presidentes de câmara e decoradores do parlamento europeu. Além disso esta telenovela que promete continuar por séculos ou enquanto durar o erário público, também passou pelo programa humorístico do "Gato Fedorento" onde Marinho Pinto, fazendo o humor a que nos habituou também classificou de fedorentos: juízes, procuradores, advogados e funcionários do estado. Não houve político que resistisse ao convite dos "Gato Fedorento" para promover a sua imagem, mesmo passando por autênticos palhaços, sem dignidade nem decoro. Só faltaram no programa os porta-bandeirinhas pagos.
No final todos ganharam e têm razão. Daqueles ordenados e outras benesses já ninguém os tira, durante quatro anos, incluindo os acusados de corrupção e fortunas duvidosas. Tudo em nome da democracia formal a que, inclusivé, também sustenta, sem nada fazer, o grande arauto das causas nobres, Manuel Alegre e o "pai" desta maravilhosa invenção da democracia do palavreado, Mário Soares.
Os comentadores habituais (tipo bobos da corte) fizeram-nos, mais uma vez, dores de cabeça. O seu arrazoado é tão, tão elaborado, que lembra as torturas da pinga de água.
O povo esse vai continuar iludido pois não consegue distinguir um homem competente e honesto de um engravatado bem falante. Também os povos das repúblicas socialistas de leste julgavam que estavam no paraíso, aplaudiam os dirigentes como o famigerado Estaline e desconheciam as purgas e os Goulags. Estes e os outros certamente se encontrarão no Inferno pois as suas almas estão mais do que hipotecadas.

quinta-feira, outubro 08, 2009

Quando a noite revela os sonhos


Galeria de Mario EA

Orçamentos de défice zero quem os paga?

Todos acreditavam que um orçamento de défice zero, uma inflação baixa, o mercado livre e a não regulamentação do sistema financeiro levavam à felicidade dos povos. Foi o que se viu: falência de bancos, falência de empresas, desemprego e oferta sem procura. Depressão que não passa com barbitúricos.
Todos apontam causas mas esquecem-se que a principal é a falta de confiança nas instituições, sobretudo as financeiras, derivada das grandes falcatruas praticadas pelos eleitos do sistema. Muitos se governaram à custa da teoria e agora a generalidade dos povos sofre as consequências. E que é feito dos modelos matemáticos com que nos geriam? Feito o trabalhinho, emigraram para as offshores, à espera de melhores dias. Sim, porque quando a economia estabilizar e arrancar de novo eles vão voltar de novo para encher os bolsos.

O futuro segundo Sócrates


Publicada ao abrigo de uma licença Creative Commons
Neil T

Quando a televisão ressuscita um político

Marcelo Rebelo de Sousa volta todos os domingos. E como aparece no pequeno ecran já começa a ser indigitado para presidente do falhado PSD que morreu com Sá Carneiro. A Avózinha continua a teimar mas parece que tem os dias contados. O mais engraçado é que no último domingo começou a futurar sobre a composição do poder político neste triste país. PS sózinho, coligação à esquerda e à direita, tréguas com o presidente da república (das bananas), jogo e mais jogo para um lado e para o outro. Grande comentador!
Quanto à sua carreira pessoal(esqueceu-se que já foi corrido de presidente), que iria ponderar se ponderaria quando pudesse ponderar. Não há pachorra!
O que se aproveita de todo aquele palavreado é o som tom morenaço de boas praias e as gravatas bem escolhidas. Poderia estar num programa de moda. Seria, sem dúvida, um excelente modelo para figurino da clique lisboeta.

quarta-feira, outubro 07, 2009

A verdade desportiva

Um dia destes quando via um telejornal, reparei que em rodapé vinha circulando uma lista de vários nomes que assinaram na Net uma petição, creio, a favor da verdade desportiva. Figurava lá de tudo desde jogadores de futebol a políticos de esquerda e de direita. No fundo, toda uma lista de colunáveis que poderiam estar nas revistas de coração mais variadas. Pensamos que sobretudo se dirigiam ao futebol porque me parece não existirem muitos adeptos de atletismo ou de basquetebol. O que transparece destas petições é que todos sabem que o futebol se tornou um negócio mas que mexe com as emoções dos simplórios ( principalmente dos que ganham o salário mínimo ou estão desempregados, não viajam, não compram livros, não vão ver bom cinema e muitos nem o 1º ciclo têm) e os não simplórios aproveitam-se, sobretudo os políticos como no tempo de Nero. Parece, também, que o país não tem outros problemas bem mais graves. Tanta "ingenuidade" enjoa.
Como está na moda o espanhol ( o vento que sopra suavemente no capital das nossas empresas) podemos actualizar-nos e dizer: "No hay cojones".

quinta-feira, outubro 01, 2009

Assim vai Portugal

Onde para o dinheiro aplicado no lixo tóxico?



nicholsoncartoons

Cavaco e Silva confessa não saber nada de informática

Kafka devia ter raízes portuguesas. Só assim se podem compreender as peripécias do nosso jogo político. Agora discute-se o mal-fadado caso das escutas no palácio presidencial quando pelos vistos o que acontece é que o Cavaco e Silva não percebe nada de informática e não sabia que os sistemas são vulneráveis. Que o PS tem algumas tendências policiais também não é novidade e a sua expressão mais simpática é o Santos Silva que mudou o tom de vermelho ao sabor do liberalismo. Mas o mais interessante disto tudo é que parece que o PSD perdeu por causa do presidente ter ficado calado. Com tanto falatório na campanha e um mudo muda o sentido do voto!
Claro que todos eles andam há anos a tentar resolver os problemas reais do país mas parece que já resolveram muitos como por exemplo a compra dos submarinos que a NATO considerou um desperdício. Na verdade o que nos faz falta são os submarinos e a selecção nacional de futebol ganhar um campeonato qualquer nem que seja o dos pequeninos. Todos sabemos o quanto nos custa não termos uma frota de submarinos para dinamizar a nossa economia. Já nos esquecíamos do TGV para Madrid para os nossos vizinhos poderem vir ver "in loco" a nossa miséria franciscana (franciscana porque passamos a vida a apertar o cinto).
Agora, pelos vistos vamos ter as autárquicas onde por milagre da Virgem concorrem candidatos condenados e outros em vias de condenação. Ainda se fossem simplesmente arguídos, vá que não vá. Como ficam sempre em liberdade, alguém que assuma as culpas, possivelmente o destino ou a natureza.
Assim, o Sócrates, arquitecto e engenheiro de currais da Beira, tem toda a razão em continuar a política que nos está afundando. Logo que esta seja concretizada terá a hipótese de ser presidente da comissão europeia. Assim se fará justiça a este iluminado no meio dos cegos, como Saramago descreveu.
Não se esqueçam de votar nas autárquicas para termos mais uma rotundas nas cidades e estradas e mais uns primos da Suiça a juntarem dinheiro com muito suor.
Valha-nos Deus que os homens já não nos podem valer, a não ser que sejamos invadidos por estra-terrestres.