Kafka devia ter raízes portuguesas. Só assim se podem compreender as peripécias do nosso jogo político. Agora discute-se o mal-fadado caso das escutas no palácio presidencial quando pelos vistos o que acontece é que o Cavaco e Silva não percebe nada de informática e não sabia que os sistemas são vulneráveis. Que o PS tem algumas tendências policiais também não é novidade e a sua expressão mais simpática é o Santos Silva que mudou o tom de vermelho ao sabor do liberalismo. Mas o mais interessante disto tudo é que parece que o PSD perdeu por causa do presidente ter ficado calado. Com tanto falatório na campanha e um mudo muda o sentido do voto!
Claro que todos eles andam há anos a tentar resolver os problemas reais do país mas parece que já resolveram muitos como por exemplo a compra dos submarinos que a NATO considerou um desperdício. Na verdade o que nos faz falta são os submarinos e a selecção nacional de futebol ganhar um campeonato qualquer nem que seja o dos pequeninos. Todos sabemos o quanto nos custa não termos uma frota de submarinos para dinamizar a nossa economia. Já nos esquecíamos do TGV para Madrid para os nossos vizinhos poderem vir ver "in loco" a nossa miséria franciscana (franciscana porque passamos a vida a apertar o cinto).
Agora, pelos vistos vamos ter as autárquicas onde por milagre da Virgem concorrem candidatos condenados e outros em vias de condenação. Ainda se fossem simplesmente arguídos, vá que não vá. Como ficam sempre em liberdade, alguém que assuma as culpas, possivelmente o destino ou a natureza.
Assim, o Sócrates, arquitecto e engenheiro de currais da Beira, tem toda a razão em continuar a política que nos está afundando. Logo que esta seja concretizada terá a hipótese de ser presidente da comissão europeia. Assim se fará justiça a este iluminado no meio dos cegos, como Saramago descreveu.
Não se esqueçam de votar nas autárquicas para termos mais uma rotundas nas cidades e estradas e mais uns primos da Suiça a juntarem dinheiro com muito suor.
Valha-nos Deus que os homens já não nos podem valer, a não ser que sejamos invadidos por estra-terrestres.
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