Uma das coisas que mais me impressiona na Tribulandia é o culto da hipocrisia (do grego hypokrisia, dissimulação). Povo de brandos costumes procura na aparência a ausência de conteúdo. Basta olhar para muitas atitudes “revolucionárias” do pós 25 de Abril, extremistas e de esquerda, querendo ir até à nacionalização de tabacarias, abandono de Porches por motoretas, linguagem eivada de chavões e tanta, tanta asneira aplaudida para não perder o combóio. De repente, pacíficos burgueses transformados em incendiários. Mas, milagre dos milagres, aí estão eles de novo, fervorosos adeptos do liberalismo, discursando com a maior ligeireza sobre os benefícios do mercado. Os mais equilibrados eram reaccionários para eles e agora são retrógados nacionalistas. Fazendo bandeira da globalização estão dispostos de novo a tudo vender, inclusivé a alma, coisa que duvidam ter. São os novos materialistas.
Fizeram as asneiras que nos enterraram e vêm agora, esquecendo tudo, trazer as soluções maravilhosas. Destruiram o edifício do ensino, pedra sobre pedra, alimentaram um consumerismo descabido, nunca se importaram com o estado das prisões, pregam moral, cheios de podridão, a prisão preventiva era boa para os outros, as escutas também e acham-se acima de tudo e de todos. Até choraram muito por Timor para aparecer na televisão. Vai ser um problema quando os seus 15 minutos de celebridade terminarem.
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