terça-feira, janeiro 13, 2004

Por onde anda o respeito que lhes devemos?


Ao ouvir a Rádio Renascença pela manhã, fui alertado por um tema que hálargo tempo me ocupa o pensamento. A maneira como a sociedade moderna trata os mais velhos. Mais uma vez, uma auditoria detecta falta de condições nos lares dos idosos. Já tenho visto imagens chocantes na televisão mas o problema continua.
Um comentador, com raciocínio claro e temperado pelo humanismo, deduzia que esta situação era fruto da falta de uma estratégia global e, ao mesmo tempo, do pensamento dominante nas camadas mais jovens que adoram a novidade e consideram os mais velhos algo sem valia que há que arrumar para qualquer lado e de qualquer maneira. Esquecem-se que muito do que disfrutam é resultante do esforço de gerações anteriores e que esta descontinuidade geracional também não é boa para o seu equilíbrio emocional; que o relacionamento entre os mais velhos e os jovens pode proporcionar uma transmissão de conhecimentos e de afectos que quanto a mim são insubstituiveis; que um dia também perderão o aspecto “Danone” e envelhecerão. Por esta mentalidade se gere também o discurso de muito político que, para atacar a Segurança Social, nos moldes existentes, aponta que as novas gerações não podem suportar este ”sacrifício”. Há, certamente, muita coisa a modificar mas os cortes bruscos nunca deram bons resultados na sociedade. A memória é curta mas a história aí está para ocomprovar, mesmo para os que, agora, sentados nos lugares cimeiros da pirâmide social se julgam ao abrigo das contingências que o futuro lhes pode oferecer.

Sem comentários: