sexta-feira, janeiro 30, 2004

A pedagogia do discurso na Tribulandia

Vejo o nosso Presidente a discursar numa sessão relacionada com as Comemorações do 25 de Abril. A certo passo, refere que existem ainda efeitos de mentalidade fascista que levam muitos a chamar “bandalhos” aos políticos. Que muitos consideram as leis como meras sugestões e não como normas para cumprir. Que os políticos cometem erros mas que são ampliados pela visibilidade a que estão sujeitos. Ainda que concordando com o o conteúdo central das afirmações não posso deixar de me interrogar sobre algumas deduções do raciocínio. È evidente que durante muitos anos fomos educados e vivemos debaixo de um conjunto de regras não adequadas a uma sociedade livre. Que tudo isso não se apaga com decretos e slogans bombásticos por muito democráticos que sejam. Mas será apenas o cidadão comum que guarda restos de pensamento fascista? Serão apenas os vulgares cidadãos que consideram as leis como sugestões? Todos os erros dos políticos são pequenos erros, normais no exercício de qualquer função? Foi o vulgar cidadão que queria nacionalizar tudo e caminhar para um colectivismo absurdo? È o vulgar cidadão que encaminha os destinos da nossa economia para um liberalismo para que não estamos preparados? São os normais cidadãos que pioraram o sistema de ensino? Quem sofre os principais efeitos da crise?

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