terça-feira, novembro 11, 2003

Tribu "Violenta"

Por causa do blog, a minha mulher tem-me dado cabo da mioleira. Constantemente, diz-me zombeteira, que eu devia era gastar o meu tempo a tratar de armazenar cachecóis e chapéus de sete bicos para vender no Europeu de 2004, à porta dos Estádios. Ou então, com tempo, preparar um negócio de vender cervejas aos hooligans que venham cá ver as nossas belezas naturais, e contribuir assim para mostrar a nossa hospitalidade.
Pode ser até que, com uma ajudinha do meu compadre que está em Lisboa, junto dos manda-chuvas, e do Sr Ernesto que faz projectos de investimento, a dar com um pau, consiga um subsídio a fundo perdido do Fundo de Turismo ou doutra coisa similar.
Eu lá vou ouvindo, e respondo, dizendo que é muito difícil passar facturas durante os grandes jogos e que, assim, não cumpriria o dever cívico dos cartazes. Acontece até que já sei para onde vai o meu dinheiro: para o bolso dos meus credores Quanto à cerveja, eu não acredito que não haja festivais onde ela role de graça, ao som de conjuntos “metal”, como fazem com os estudantes. Como aguentaria eu com tamanha concorrência?
-Está bem, diz ela. -Então não te queixes se acabares os teus dias como os teus ídolos Camilo Castelo Branco (o escritor, esclareça-se) ou o Fernando Pessoa que, parece, morreu sózinho numa cama de hospital. Toma. Que comparação! O mais natural é que acabe como o Prado Coelho a procurar tinteiros na Fnac, de cócoras, como ele descrevia no Público, e isso é que era uma grande desgraça com o lumbago.
Antes que se acabe a tinta, fiquei banzado com uma entrevista de um Senhor Reitor de uma Universidade prestigiada, que classificava de violência a atitude dos estudantes de rebentarem os cadeados que ele tinha mandado pôr, para manter as portas abertas. Eu, por acaso, tinha visto o ar de festa do acontecimento e, ou estou a ver mal ou de violência zero. Violência, parece-me ser o que lhes têm feito, ao apoiar o ensino da maneira que o fazem há anos. Também, outro dia, a Polícia esteve de prevenção. Ponho-me a pensar se o facto de muitos deles saberem mais do que ler e escrever não será perigoso? O ter cultura e saber abala as Instituições? Credo. Embora, não concorde, com todos os aspectos do não pagamento de propinas, saúdo as suas atitudes irreverentes, neste mar de distracções, de modorra e fecha os olhos.
Agora, vou sair e ver se já há chapéus de sete bicos com as cores inglesas, alemás e belgas. Nas minhas previsões, serão eles os melhores clientes. Ah, tenho que ver se não me esqueço do marketing para as barracas. Talvez: -Mostre a sua capacidade e machismo aqui!!! Viaje na Tribulandia.

Conselho do Dia: Descarregue as suas mercadorias do camião, nas ruas principais, nas horas de maior movimento. Verá a multidão que junta a admirar a sua marca. Quer melhor publicidade?

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