Como já vos disse adoramos buracos. Mas o buraco de todos os buracos é o estado da nossa economia e, em parte, daí derivado o estado das finanças públicas. E vive-versa..
Sentei-me do novo no maple, enquanto a minha mulherzinha se afadigava nas lides domésticas e o que vi: um painel televisivo sobre o buraco do orçamento. Um locutor famoso (pago a peso de ouro, dizem) e quatro simpáticos atribulados cidadãos, membros das principais forças políticas da Tribulandia. Todos de fatinho mais azul, mais cinzento e com gravatinhas que suponho não são de nenhuma ajuda humanitária. Engraçado, o do partido azul de gravata vermelha e o do partido vermelho de gravata azul. Que bem combinados quanto a vestuário. Entrei na emissão quando um se ria muito, mais ou menos acompanhado pelos restantes na boa disposição. Isto vai bem,pensei com os meus botões. Mas não. Logo a seguir um dizia que este ano foi mau que o próximo não pode deixar de ser melhor, claro; que a economia fez ajustamentos enormes( a quê? Só se for à desgraça...); que continuaríamos a divergir (para pior) relativamente a outros países da zona; que se pôs termo ao regabofe da despesa do Estado e à desordem enorme (onde andavam estes naqueles tempos de regabofe?)
Distraídos, concerteza... Que a França e a Alemanha eram maus exemplos (comecei a coçar a cabeça): muito preocupado também com a cultura pública que o enerva ( parece que nem andou por lá nunca); que estamos todos a pagar as favas (ele também?); que o défice estrutural se aceitava numa economia em pleno emprego (haverá ou houve alguma?). Temos que o candidatar ao Prémio Nobel com o Professor Dizamen.
Um outro dizia que tinha uma perspectiva diferente mas compartilhava as preocupações.
Que simpático. Falou em arrefecimento geral. Brrrrrrrrrrrrrr...Liguei o aquecimento. Ele tinha razão, estava mesmo frio. Entre um coçar de cabeça, um dedo na face, uma frase mais directa para outro parceiro, lá foram desbobinando a cantilena. Ah, também falaram de modelos de desenvolvimento ( o que quereriam dizer?). Eu adormeci. Vale que tenho gravador e vejo, o resto, quando estiver menos preocupado com o meu orçamento, que o deles deve estar sem buracos. Mas que são simpáticos, são.
Pena que os donos dos supermercados não se regulem pelas mesmas percentagens de aumento de preços de 1,5%, 2%, etc..
Resumindo, a conversa é mais ou menos a mesma, com matizes diferentes mas sem grandes zangas. A união faz a força, dizia o meu trisavô. E sabem quem vai pagar a crise toda? Adivinhem! Os mesmos de sempre. Os outros.
Conselho do dia - Quando escurecer, não acenda qualque luz do seu carro. Está a contribuir para a poupança de energia. Poupe no farelo como eles aconselham. E os outros que acendam as deles.
Sem comentários:
Enviar um comentário