domingo, novembro 30, 2003
sábado, novembro 29, 2003
O buraco de todos os buracos
Como já vos disse adoramos buracos. Mas o buraco de todos os buracos é o estado da nossa economia e, em parte, daí derivado o estado das finanças públicas. E vive-versa..
Sentei-me do novo no maple, enquanto a minha mulherzinha se afadigava nas lides domésticas e o que vi: um painel televisivo sobre o buraco do orçamento. Um locutor famoso (pago a peso de ouro, dizem) e quatro simpáticos atribulados cidadãos, membros das principais forças políticas da Tribulandia. Todos de fatinho mais azul, mais cinzento e com gravatinhas que suponho não são de nenhuma ajuda humanitária. Engraçado, o do partido azul de gravata vermelha e o do partido vermelho de gravata azul. Que bem combinados quanto a vestuário. Entrei na emissão quando um se ria muito, mais ou menos acompanhado pelos restantes na boa disposição. Isto vai bem,pensei com os meus botões. Mas não. Logo a seguir um dizia que este ano foi mau que o próximo não pode deixar de ser melhor, claro; que a economia fez ajustamentos enormes( a quê? Só se for à desgraça...); que continuaríamos a divergir (para pior) relativamente a outros países da zona; que se pôs termo ao regabofe da despesa do Estado e à desordem enorme (onde andavam estes naqueles tempos de regabofe?)
Distraídos, concerteza... Que a França e a Alemanha eram maus exemplos (comecei a coçar a cabeça): muito preocupado também com a cultura pública que o enerva ( parece que nem andou por lá nunca); que estamos todos a pagar as favas (ele também?); que o défice estrutural se aceitava numa economia em pleno emprego (haverá ou houve alguma?). Temos que o candidatar ao Prémio Nobel com o Professor Dizamen.
Um outro dizia que tinha uma perspectiva diferente mas compartilhava as preocupações.
Que simpático. Falou em arrefecimento geral. Brrrrrrrrrrrrrr...Liguei o aquecimento. Ele tinha razão, estava mesmo frio. Entre um coçar de cabeça, um dedo na face, uma frase mais directa para outro parceiro, lá foram desbobinando a cantilena. Ah, também falaram de modelos de desenvolvimento ( o que quereriam dizer?). Eu adormeci. Vale que tenho gravador e vejo, o resto, quando estiver menos preocupado com o meu orçamento, que o deles deve estar sem buracos. Mas que são simpáticos, são.
Pena que os donos dos supermercados não se regulem pelas mesmas percentagens de aumento de preços de 1,5%, 2%, etc..
Resumindo, a conversa é mais ou menos a mesma, com matizes diferentes mas sem grandes zangas. A união faz a força, dizia o meu trisavô. E sabem quem vai pagar a crise toda? Adivinhem! Os mesmos de sempre. Os outros.
Conselho do dia - Quando escurecer, não acenda qualque luz do seu carro. Está a contribuir para a poupança de energia. Poupe no farelo como eles aconselham. E os outros que acendam as deles.
Sentei-me do novo no maple, enquanto a minha mulherzinha se afadigava nas lides domésticas e o que vi: um painel televisivo sobre o buraco do orçamento. Um locutor famoso (pago a peso de ouro, dizem) e quatro simpáticos atribulados cidadãos, membros das principais forças políticas da Tribulandia. Todos de fatinho mais azul, mais cinzento e com gravatinhas que suponho não são de nenhuma ajuda humanitária. Engraçado, o do partido azul de gravata vermelha e o do partido vermelho de gravata azul. Que bem combinados quanto a vestuário. Entrei na emissão quando um se ria muito, mais ou menos acompanhado pelos restantes na boa disposição. Isto vai bem,pensei com os meus botões. Mas não. Logo a seguir um dizia que este ano foi mau que o próximo não pode deixar de ser melhor, claro; que a economia fez ajustamentos enormes( a quê? Só se for à desgraça...); que continuaríamos a divergir (para pior) relativamente a outros países da zona; que se pôs termo ao regabofe da despesa do Estado e à desordem enorme (onde andavam estes naqueles tempos de regabofe?)
Distraídos, concerteza... Que a França e a Alemanha eram maus exemplos (comecei a coçar a cabeça): muito preocupado também com a cultura pública que o enerva ( parece que nem andou por lá nunca); que estamos todos a pagar as favas (ele também?); que o défice estrutural se aceitava numa economia em pleno emprego (haverá ou houve alguma?). Temos que o candidatar ao Prémio Nobel com o Professor Dizamen.
Um outro dizia que tinha uma perspectiva diferente mas compartilhava as preocupações.
Que simpático. Falou em arrefecimento geral. Brrrrrrrrrrrrrr...Liguei o aquecimento. Ele tinha razão, estava mesmo frio. Entre um coçar de cabeça, um dedo na face, uma frase mais directa para outro parceiro, lá foram desbobinando a cantilena. Ah, também falaram de modelos de desenvolvimento ( o que quereriam dizer?). Eu adormeci. Vale que tenho gravador e vejo, o resto, quando estiver menos preocupado com o meu orçamento, que o deles deve estar sem buracos. Mas que são simpáticos, são.
Pena que os donos dos supermercados não se regulem pelas mesmas percentagens de aumento de preços de 1,5%, 2%, etc..
Resumindo, a conversa é mais ou menos a mesma, com matizes diferentes mas sem grandes zangas. A união faz a força, dizia o meu trisavô. E sabem quem vai pagar a crise toda? Adivinhem! Os mesmos de sempre. Os outros.
Conselho do dia - Quando escurecer, não acenda qualque luz do seu carro. Está a contribuir para a poupança de energia. Poupe no farelo como eles aconselham. E os outros que acendam as deles.
quarta-feira, novembro 26, 2003
Fialho de Almeida - Figuras de Destaque
Anda a dizer-me o meu amigo Pedro, em Tordesilhas, que eu não publico nada de profundo, de aspecto intelectual e eu não gostei. Faz-se um jeito a um amigo e ainda se é criticado. Ele diz que tem visto páginas com muito mais gabarito. Puxei da cachola, escrevi, li, matutei. Ao fim de muitas horas e para não ser plagiário (onde é que eu vi isto?), resolvi colocar aqui um excerto de um texto que, embora desactualizado, me impressionou. Espero ele agora fique mais contente, e me traga um bacalhau de lá para o Natal.
DE Fialho de Almeida
Camillo Castelo Branco
Pouco mais ou menos á hora em que um pateta pedia, se expulsassem das bibliothecas publicas os romances, dava um tiro nos miolos, em S. Miguelde Seide, um romancista. Aponto avulsamente estes dois factos, que só se tocam pela coincidencia, do tempo, e outra coisa não querem dizer, senão que o banaes estão cada vez mais atrevidos, e os homens de talento cada vez mais desgraçados.
Não me deterei, portanto a commentar a objurgatoria do singular traga-novellas─ que se desforça talvez da queimadura que a satyra do parlamentar Calisto Eloy, da Queda d´um Anjo,lhe haveria causado, na prosapia─e acerco-me do suicida com a tristeza apathica dos que viram, entre as ruínas d´um paiz vencido, o seu derradeiro gigante, assassinado.
E é este um paiz vencido─ da sua própria corrosão, da sua própria miséria - um paiz charogne, um paiz gasto, um paiz podre, que se deixou resvalar, perdida a veneração das grandes coisas, ao regueirão das raças liquidadas. Tudo m´o diz: a sua ancia de viver, entre reclames, uma existencia de pandega barata, sob apparencias facticias de largueza: a sua cachexia physica crescente, a sua depressão mental assustadora, a falta de estímulo e de critério moral - e mais que tudo, essa indifferença cynica, de porco e de pária, com que ele vê o estrangeiro bater-lhe à porta, os governantes venderem-no, escarnecendo-o o mundo, os seus raros homens cairem fulminados─e tudo isto, sem que na sua boca haja um lamento e nos seus olhos uma lágrima, sem que as suas mãos se crispem e o seu espírito estremeça─tamanha a abjecção e tamanho o egoismo d´esta escória dos povos meridionaes.
Fialho de Almeida
DE Fialho de Almeida
Camillo Castelo Branco
Pouco mais ou menos á hora em que um pateta pedia, se expulsassem das bibliothecas publicas os romances, dava um tiro nos miolos, em S. Miguelde Seide, um romancista. Aponto avulsamente estes dois factos, que só se tocam pela coincidencia, do tempo, e outra coisa não querem dizer, senão que o banaes estão cada vez mais atrevidos, e os homens de talento cada vez mais desgraçados.
Não me deterei, portanto a commentar a objurgatoria do singular traga-novellas─ que se desforça talvez da queimadura que a satyra do parlamentar Calisto Eloy, da Queda d´um Anjo,lhe haveria causado, na prosapia─e acerco-me do suicida com a tristeza apathica dos que viram, entre as ruínas d´um paiz vencido, o seu derradeiro gigante, assassinado.
E é este um paiz vencido─ da sua própria corrosão, da sua própria miséria - um paiz charogne, um paiz gasto, um paiz podre, que se deixou resvalar, perdida a veneração das grandes coisas, ao regueirão das raças liquidadas. Tudo m´o diz: a sua ancia de viver, entre reclames, uma existencia de pandega barata, sob apparencias facticias de largueza: a sua cachexia physica crescente, a sua depressão mental assustadora, a falta de estímulo e de critério moral - e mais que tudo, essa indifferença cynica, de porco e de pária, com que ele vê o estrangeiro bater-lhe à porta, os governantes venderem-no, escarnecendo-o o mundo, os seus raros homens cairem fulminados─e tudo isto, sem que na sua boca haja um lamento e nos seus olhos uma lágrima, sem que as suas mãos se crispem e o seu espírito estremeça─tamanha a abjecção e tamanho o egoismo d´esta escória dos povos meridionaes.
Fialho de Almeida
Ambiente Tribu
Aqui estou eu, em Tordesilhas, aprendendo a falar a futura língua da Tribulandia e pago pelo santo do meu querido patrão (espero que ele leia isto). Eu que só gostava das touradas de Barrancos, que me enchiam de emoção uma vez por ano, delicio-me agora, também, com as tortilhas, a ausência da minha consorte e as parrilhadas de marisco.
Vieram-me convidar para animar um núcleo de resistência para passar esta terrinha linda para o lado de lá mas, depois de ver as maravilhas arquitectónicas que por aí proliferam, achei por bem estar tranquilo, e gozar um pouco do gosto dos nuestros hermanos. A minha mulher também está muito contente porque lhe mando, todas as semanas, a Hola, e ela diz que as fofocas são mais divertidas e mais ricas em detalhes.
Pelo menos, adorou o possível casamento do Príncipe com uma plebeia, coisa rara na Tribulandia, onde somos muito exigentes em questão de regime. Existem muitos reizinhos, mas Rei nunca.
Mas o que me levantou a espinha, foi saber que não perdemos, ainda, o culto do buraco e temos até um acontecimento inédito: uma cratera engoliu um autocarro. Eu já tinha visto, num jornal desportivo que ainda há fome no castelo, que creio ser de Guimarães. Parece-me que a capital não quiz ficar atrás e, zás, passou da fome a engolir um autocarro. Vários especialistas de buracos, internacionais, devem estar neste momento, desejosos de ver o fenómeno.
Um outro buraco foi herdado pelo Rio. Não faltava já o desaparecimento das areias para irritar a natureza, deixaram-lhe, de herança, a licença de construção ambiental, até ao mar. Em benefício da cidade e dos seus habitantes, que adoram também o cimento. O Rio saíu da margem como já tinha saído das Antas e proíbiu. Com isto, tenho receio de não figurarmos no Guiness com o record de mais cimento por metro quadrado, o que seria bem interessante. Amo, demais, passear numa rua sem sol, tranquilamente, sem luz a mais. E para que servem os parque naturais? Têm valor económico? Não existem tantos ginásios? O sol até faz mal à pele, dizem. Eu sempre sonhei com um arranha-céus de 180 andares junto ao cais da Ribeira. Não seria o mais alto do mundo?
Conselho do dia- Não corra nos parques naturais. Corra no seu carro a 230 km por hora, depois da meia-note. Verá que é bem mais saudável e excitante.
Pedro, em Tordesilhas. Sem camera man.
Gostam disto? Vão lá fora!
Vieram-me convidar para animar um núcleo de resistência para passar esta terrinha linda para o lado de lá mas, depois de ver as maravilhas arquitectónicas que por aí proliferam, achei por bem estar tranquilo, e gozar um pouco do gosto dos nuestros hermanos. A minha mulher também está muito contente porque lhe mando, todas as semanas, a Hola, e ela diz que as fofocas são mais divertidas e mais ricas em detalhes.
Pelo menos, adorou o possível casamento do Príncipe com uma plebeia, coisa rara na Tribulandia, onde somos muito exigentes em questão de regime. Existem muitos reizinhos, mas Rei nunca.
Mas o que me levantou a espinha, foi saber que não perdemos, ainda, o culto do buraco e temos até um acontecimento inédito: uma cratera engoliu um autocarro. Eu já tinha visto, num jornal desportivo que ainda há fome no castelo, que creio ser de Guimarães. Parece-me que a capital não quiz ficar atrás e, zás, passou da fome a engolir um autocarro. Vários especialistas de buracos, internacionais, devem estar neste momento, desejosos de ver o fenómeno.
Um outro buraco foi herdado pelo Rio. Não faltava já o desaparecimento das areias para irritar a natureza, deixaram-lhe, de herança, a licença de construção ambiental, até ao mar. Em benefício da cidade e dos seus habitantes, que adoram também o cimento. O Rio saíu da margem como já tinha saído das Antas e proíbiu. Com isto, tenho receio de não figurarmos no Guiness com o record de mais cimento por metro quadrado, o que seria bem interessante. Amo, demais, passear numa rua sem sol, tranquilamente, sem luz a mais. E para que servem os parque naturais? Têm valor económico? Não existem tantos ginásios? O sol até faz mal à pele, dizem. Eu sempre sonhei com um arranha-céus de 180 andares junto ao cais da Ribeira. Não seria o mais alto do mundo?
Conselho do dia- Não corra nos parques naturais. Corra no seu carro a 230 km por hora, depois da meia-note. Verá que é bem mais saudável e excitante.
Pedro, em Tordesilhas. Sem camera man.
Gostam disto? Vão lá fora!
domingo, novembro 23, 2003
Parabéns da Tribu
Arnold Schwarzenegger conquista o cargo de Governador da Califórnia. Bom exemplo da terra das
oportunidades. Além do mais, reconhece dever muitos votos à sua mulher.
Na Tribulandia, a tendência é ao contrário. Muitos políticos dariam bons actores de cinema ou de teatro,
sobretudo de televisão. Quanto a oportunidades, temos falado.
oportunidades. Além do mais, reconhece dever muitos votos à sua mulher.
Na Tribulandia, a tendência é ao contrário. Muitos políticos dariam bons actores de cinema ou de teatro,
sobretudo de televisão. Quanto a oportunidades, temos falado.
Resultados
Resultados finais do último inquérito na Tribulandia irreal
O que consideraria um momento feliz?
Beber uma cerveja geladinha - 63%
Jantar com a Jennifer Lopez - 13%
Comprar um carro com 150 cavalos - 13%
Os nossos agradecimentos pelas participações
O que consideraria um momento feliz?
Beber uma cerveja geladinha - 63%
Jantar com a Jennifer Lopez - 13%
Comprar um carro com 150 cavalos - 13%
Os nossos agradecimentos pelas participações
sábado, novembro 22, 2003
Uma tribu bola
O Riquinho fartou-se de me dar cabo da cachola porque já estava cansado de meter texto na Tribunalandia, e ele cansa-se com facilidade. Coisas...
Eu sou o Pigarro e e desde muito novo adoro a bola.Pode até dizer-se que cresci junto à relva, tantos foram os treinos a que assisti, em pequeno, acompanhado do meu pai e outros vizinhos. Ele era do football antigo e eu do moderno. Era do tempo em que os Presidentes não ganhavam “tostão” e ainda metiam algum do bolso. Os jogadores passavam com uma sande e um copo de tinto, treinavam quase às escuras depois do trabalho e alguns ainda compravam as chuteiras. Uns e outros estão jámuito ultrapassados. Coitados, gostavam de jogar à bola mas não a viam passar... E nem tinham caderninhos para tomar notas das grandes jogadas.
Agora, felizmente, está tudo muito mais moderno. O futebol tornou-se uma indústria, dinâmica, “lucrativa” e fortemente exportadora, que é do que nós precisamos na Tribulandia. Há livros muito interessantes sobre essa evolução, traduzidos do turco.
Mas vamos ao que interessa. Eu, ainda, não tenho gravador, nem frequento muito as buates onde eles ensaiam as tácticas, mas dou-me com alguns amigos dos jornais e, às vezes, vou à gola, e, outras, ouço-os rir e falar nos cafés. Estou, mais ou menos bem informado mas não me perguntem, por exemplo, onde passam férias alguns árbitros que isso é segredo deles. Para não vos cansar muito no primeiro treino, aqui vai:
Ouvi dizer que “O Benfica arma-se”. Será que o Bush sabe disso?
O Fysse declarou: “Quero conquistar o título”.”Comecei a aprender português há quinze dias”. Façamos votos para que esteja de exame feito para o Euro.
O Chokota e o Zahavich chegaram de boa disposição. Graças a Deus, a ver se o clube deles faz pela vida.
Dizem que Alvaiade está como um relógio. Esperemos que não se esqueçam de lhe dar corda.
Para terminar, peço-lhes, encarecidamente, que não interpretem mal o gesto de um treinador quando leva a mão ao pescoço.
Conselho do dia- Não gaste o seu dinheiro a mudar de pneus. Os seus mesmo carecas ainda fazem mais uns 50000 Km. E confie sempre na sorte, verá que se dará bem.
Eu sou o Pigarro e e desde muito novo adoro a bola.Pode até dizer-se que cresci junto à relva, tantos foram os treinos a que assisti, em pequeno, acompanhado do meu pai e outros vizinhos. Ele era do football antigo e eu do moderno. Era do tempo em que os Presidentes não ganhavam “tostão” e ainda metiam algum do bolso. Os jogadores passavam com uma sande e um copo de tinto, treinavam quase às escuras depois do trabalho e alguns ainda compravam as chuteiras. Uns e outros estão jámuito ultrapassados. Coitados, gostavam de jogar à bola mas não a viam passar... E nem tinham caderninhos para tomar notas das grandes jogadas.
Agora, felizmente, está tudo muito mais moderno. O futebol tornou-se uma indústria, dinâmica, “lucrativa” e fortemente exportadora, que é do que nós precisamos na Tribulandia. Há livros muito interessantes sobre essa evolução, traduzidos do turco.
Mas vamos ao que interessa. Eu, ainda, não tenho gravador, nem frequento muito as buates onde eles ensaiam as tácticas, mas dou-me com alguns amigos dos jornais e, às vezes, vou à gola, e, outras, ouço-os rir e falar nos cafés. Estou, mais ou menos bem informado mas não me perguntem, por exemplo, onde passam férias alguns árbitros que isso é segredo deles. Para não vos cansar muito no primeiro treino, aqui vai:
Ouvi dizer que “O Benfica arma-se”. Será que o Bush sabe disso?
O Fysse declarou: “Quero conquistar o título”.”Comecei a aprender português há quinze dias”. Façamos votos para que esteja de exame feito para o Euro.
O Chokota e o Zahavich chegaram de boa disposição. Graças a Deus, a ver se o clube deles faz pela vida.
Dizem que Alvaiade está como um relógio. Esperemos que não se esqueçam de lhe dar corda.
Para terminar, peço-lhes, encarecidamente, que não interpretem mal o gesto de um treinador quando leva a mão ao pescoço.
Conselho do dia- Não gaste o seu dinheiro a mudar de pneus. Os seus mesmo carecas ainda fazem mais uns 50000 Km. E confie sempre na sorte, verá que se dará bem.
sexta-feira, novembro 21, 2003
Toca a trabalhar
Modelo de produtividade acelerada, que causa grande alegria ao empregado,
e retira razões de queixa ao empregador
Desse grande Homem do Cinema - Charlie Chaplin
e retira razões de queixa ao empregador
Desse grande Homem do Cinema - Charlie Chaplin
Oportunidade Única
Empresa importadora, atribulada e blogueira, procura fabricante de adereços femininos para proposta
de confecção de um boné atractivo, com base no modelo abaixo indicado. Prazo: 3 meses antes
do Dia dos Namorados. Mercado interno, potencial, de 17000 peças, e externo, sem estatísticas fidedignas.
de confecção de um boné atractivo, com base no modelo abaixo indicado. Prazo: 3 meses antes
do Dia dos Namorados. Mercado interno, potencial, de 17000 peças, e externo, sem estatísticas fidedignas.
quinta-feira, novembro 20, 2003
Atribuladas Mulheres
Ora cá estou eu. A Mariazinha não quer dar a sua crónica do TopJet, porque, ainda, não arranjou quem lhe emprestasse um vestido e a Julinha diz que para já as suas visões do futuro são assustadoras. Livra! Tive então que puxar da caneta e escrever algo para a Tribunalandia.
Temos entre nós um ditado muito antigo que postula: "Quanto Mais me bates mais gosto de ti". Vejo agora que, muitos de nós, estamos levando o preceito, muito a sério. Tanto querem ser adorados pelas mulheres, que por dá cá aqula palha começam a molhar a a sopa que é, como quem diz, a bater nas companheiras. A mim, o ditado parece-me muito masoquista mas cada um tem os seus gostos. Estava a ouvir a rádio e zás: 60 mortas e 17000 feridas , em "acidentes domésticos". Segundo a entrevistada, não é considerado um crime importante, em relação a outros.Livra! E parece que estão à espera de uma norma comunitária para começar a resolver o problema. Também ouvi que é um fenómeno próprio do Sul da Europa. Será do sol que é mais forte do que na Islândia? Das magníficas escolas cívicas que temos, não deve ser. Ultimamente, cada vez que ligo o rádio ou a televisão, desgraças.E não me venham dizer que esta também é culpa do Governo. Acho que me vou inscrever nos programas da NASA para as futuras colónias da Lua, se o subsídio de desemprego der para a viagem.
O clube perde:toma; o trânsito estava mau:pega. A vida não corre bem: gosta de mim, assim.
Parafraseando:"-Meus senhores, tenham lá paxiência!!!".Arranjem outro divertimento. Porque não ir a uma discoteca e chamar nomes feios ao segurança? Será mais animado, concerteza.
Estou mortinho que a Mariazinha nos venha contar estórias de TopJet.
Já me esquecia de dizer que o Joaquim mandou uma foto para apreciarem. Até breve
Conselho do dia:- Se andar de mota no trânsito citadino, não se esqueça de ultrapassar pela direita, bem junto ao passeio. Pode ser que não o vejam e o entalem. A culpa não é sua. É de Santa Engrácia que não o protegeu.
Minha homenagem a todas as Mulheres Mal-Amadas
CARAVAGGiO- 1571-1610
Foto que o Joaquim mandou de Vassora, do modelo de gorra que vai usar, se ganhar o
seu primeiro jogo em Trukesit, e houver festa nos balneários. Modelo aconselhado pela
UOEIFA.
Temos entre nós um ditado muito antigo que postula: "Quanto Mais me bates mais gosto de ti". Vejo agora que, muitos de nós, estamos levando o preceito, muito a sério. Tanto querem ser adorados pelas mulheres, que por dá cá aqula palha começam a molhar a a sopa que é, como quem diz, a bater nas companheiras. A mim, o ditado parece-me muito masoquista mas cada um tem os seus gostos. Estava a ouvir a rádio e zás: 60 mortas e 17000 feridas , em "acidentes domésticos". Segundo a entrevistada, não é considerado um crime importante, em relação a outros.Livra! E parece que estão à espera de uma norma comunitária para começar a resolver o problema. Também ouvi que é um fenómeno próprio do Sul da Europa. Será do sol que é mais forte do que na Islândia? Das magníficas escolas cívicas que temos, não deve ser. Ultimamente, cada vez que ligo o rádio ou a televisão, desgraças.E não me venham dizer que esta também é culpa do Governo. Acho que me vou inscrever nos programas da NASA para as futuras colónias da Lua, se o subsídio de desemprego der para a viagem.
O clube perde:toma; o trânsito estava mau:pega. A vida não corre bem: gosta de mim, assim.
Parafraseando:"-Meus senhores, tenham lá paxiência!!!".Arranjem outro divertimento. Porque não ir a uma discoteca e chamar nomes feios ao segurança? Será mais animado, concerteza.
Estou mortinho que a Mariazinha nos venha contar estórias de TopJet.
Já me esquecia de dizer que o Joaquim mandou uma foto para apreciarem. Até breve
Conselho do dia:- Se andar de mota no trânsito citadino, não se esqueça de ultrapassar pela direita, bem junto ao passeio. Pode ser que não o vejam e o entalem. A culpa não é sua. É de Santa Engrácia que não o protegeu.
Minha homenagem a todas as Mulheres Mal-Amadas
CARAVAGGiO- 1571-1610
Foto que o Joaquim mandou de Vassora, do modelo de gorra que vai usar, se ganhar o
seu primeiro jogo em Trukesit, e houver festa nos balneários. Modelo aconselhado pela
UOEIFA.
terça-feira, novembro 18, 2003
Tribu escândalo
Hoje, não estava prevista a minha participação com a minha coluna. Nem sei mesmo se o meu primo, que, está já em Tordesilhas, se vai zangar.Ele está muito bem lá e, um dia destes, vai nos dizer o que se passa na estranja.
Ouvi hoje dizer que,segundo estatísticas de há anos, uma em quatro raparigas são molestadas sexualmente, antes dos 18 anos, e um entre seis ou sete rapazes, idem aspas. Passei-me. Não pela evidência dos factos, que são, sobejamente conhecidos (basta olhar os telejornais), mas pela pela falta de actuação que se verifica, pelas mais variadas razões, como sempre. E não me refiro à actuação punitiva mas sim à preventiva. Já se lembraram, que algumas dessas crianças podem vir a ser futuros (as) abusadores? Não seria melhor, em vez de explorar o escândalo, impulsionar algumas medidas concretas de assistência psicológica e psiquiátrica a actuais e potenciais "entrevistados"?
Não serão as crianças o sol e a beleza da vida? Ou não se protejem por serem inocentes?
As previsões de um futuro, a continuarem estas condições, deixo-as para minha colega Julinha "Pitonisa". Eu, por mim, vou tomar um bagaço, fumar um cigarro (não faltam alertas de que mata),passear à chuva, e animar-me para a próxima crónica. Até sempre.
Tavares Riquinho
Conselho do dia- Não trate mal uma criança. Não gostaria de ter melhores recordações da sua infância e de não ter aqueles pesadelos, a dormir?
Ouvi hoje dizer que,segundo estatísticas de há anos, uma em quatro raparigas são molestadas sexualmente, antes dos 18 anos, e um entre seis ou sete rapazes, idem aspas. Passei-me. Não pela evidência dos factos, que são, sobejamente conhecidos (basta olhar os telejornais), mas pela pela falta de actuação que se verifica, pelas mais variadas razões, como sempre. E não me refiro à actuação punitiva mas sim à preventiva. Já se lembraram, que algumas dessas crianças podem vir a ser futuros (as) abusadores? Não seria melhor, em vez de explorar o escândalo, impulsionar algumas medidas concretas de assistência psicológica e psiquiátrica a actuais e potenciais "entrevistados"?
Não serão as crianças o sol e a beleza da vida? Ou não se protejem por serem inocentes?
As previsões de um futuro, a continuarem estas condições, deixo-as para minha colega Julinha "Pitonisa". Eu, por mim, vou tomar um bagaço, fumar um cigarro (não faltam alertas de que mata),passear à chuva, e animar-me para a próxima crónica. Até sempre.
Tavares Riquinho
Conselho do dia- Não trate mal uma criança. Não gostaria de ter melhores recordações da sua infância e de não ter aqueles pesadelos, a dormir?
Tribunalandia
É com o maior prazer que começo a colaborar na Tribunalandia, realizando o maior sonho da minha vida: ser um jornalista de renome. Nunca tive tal oportunidade mas graças ao meu estimado vizinho, saio do anonimato e quem sabe, um dia, não me convidam para a "Grande Visaõ". Sou um estudioso de jornais, autodidacta, filho de um linotipista, e, o escrevinhar está-me na alma.Imaginei a minha primeira reportagem para ver se os parcos leitores da minha coluna ficam agradados. Também tenho um e-arroba-Mail para onde podem enviar as vossa esclarecidas opiniões.
Então cá vai. Dirigi-me à Secretaria Prisional da Tribulandia, onde tenho uma amigalhaça, para entrevistar, nada menos, nada mais, do que o próprio Secretário-Geral.Fui recebido pela sua secretária, num ambiente austero e impressionante, tendo-me sido oferecido o cafézinho da praxe, que, claro, aceitei comovido.Entrei no local onde se tomam as grandes decisões. Um aperto de mão caloroso, um sente-se e começamos.
TR (eu)- Muito obrigado por nos receber. Esperamos dar boas notícias aos nossos leitores.
SG (não Ventil)-O prazer é todo nosso. Estamos aqui para servir os media e o público em geral. Espero que não venha com com má disposição e não vá alarmar o pessoal.
TR- Como encara V. Exa. a situação geral das prisões na Tribulandia?
SG- Para lhe falar com franqueza,nem melhor nem pior do que nos restantes países deste mundo conturbado.
TR- Mas segundo algumas estatísticas, encontramo-nos na cauda classificativa. sobretudo quanto aos Direitos Humanos...
SG- Isso são más línguas. Estamos um pouco acima da Terceiro Mundo e um pouco abaixo dos Suecos.Não podemos pretender ser os primeiros.
Tr- E o que me diz da superlotação? Da falta de condições higiénicas? Das doenças?
SG- Bem vê, nunca podemos dispor do espaço que necessitamos. Os outros também precisam de espaço. Eu, em minha casa, por exemplo, tenho dificuldade em meter na garagem os nossos carros. Ficam apertados. Quanto à higiene ela não é menor do que alguns estavam habituados, lá fora. As doenças são um mal do nosso tempo. Temos que viver com elas.
TR-Neste tempo que decorreu sobre a sua tomada de posse, já tomou, concerteza, algumas medidas importantes?
SG- Sabe, isto é um problema muito complexo e nem todos percebem as premissas. Posso até dizer-lhe que tenho tido diversas reuniões na Capital, frequentado diversos Congressos no Estangeiro, visitado algumas prisões e lido muito. EStou sempre muito ocupado, e a minha mulher, até anda a dizer que preciso dumas férias. Mas acima de tudo o dever e o sentido de missão. Estou é muito esperançado nas conclusões da 120ª Comissão que vai começar a trabalhar e, cujas linhas mestras, me esforçarei por apreeender.
TR-Nós dizemos que somos todos irmãos em Cristo. Será que os presos não são nossos irmãos?
SG-Concerteza. Temos capela e capelão e sempre que queiram podem confessar-se.
TR- Têm feito algum inquérito aos presos para ouvir as suas reclamações?
SG- Pensamos ser uma perda de tempo. Há muitos que não sabem ler e o nosso papel é escasso.Mas olhe, nem todos se queixam. Esteve numa das nossas um italiano, que por sinal se perfumava que era um consolo e que nunca se mostrou enfadado. Pena que saíu de helicóptero.
TR- E eles saem daqui com melhores condições de integração? Aumentam a sua formação profissional e cívica?
SG- Temos uns cursos avulsos. Alguns estudam. A maioria,com a sua tendência para o Mal, retorna.
TR-E os jovens? Os dos pequenos delitos?
SG- Esses, faz-lhes bem o contacto com a experiência dos mais velhos, sobretudo a partir dos 21 anos.
TR-Sente-se motivado com esta experiência?
SG- Muito. Tanto que não tenciono faltar ao próximo Congresso na Tailândia.
TR- Obrigado por nos ter recebido.
SG- Veja lá o que escreve. Volte sempre.
T. Riquinho.
Conselho do dia-Se está numa fila compacta de carros e alguém quiser sair de uma garagem, junto a si, faça de conta que não o vê. Ganhe metro e meio na fila. Alguém, que venha atrás de si, vai ser mais educado.
SG pensando, em plena liberdade.
Então cá vai. Dirigi-me à Secretaria Prisional da Tribulandia, onde tenho uma amigalhaça, para entrevistar, nada menos, nada mais, do que o próprio Secretário-Geral.Fui recebido pela sua secretária, num ambiente austero e impressionante, tendo-me sido oferecido o cafézinho da praxe, que, claro, aceitei comovido.Entrei no local onde se tomam as grandes decisões. Um aperto de mão caloroso, um sente-se e começamos.
TR (eu)- Muito obrigado por nos receber. Esperamos dar boas notícias aos nossos leitores.
SG (não Ventil)-O prazer é todo nosso. Estamos aqui para servir os media e o público em geral. Espero que não venha com com má disposição e não vá alarmar o pessoal.
TR- Como encara V. Exa. a situação geral das prisões na Tribulandia?
SG- Para lhe falar com franqueza,nem melhor nem pior do que nos restantes países deste mundo conturbado.
TR- Mas segundo algumas estatísticas, encontramo-nos na cauda classificativa. sobretudo quanto aos Direitos Humanos...
SG- Isso são más línguas. Estamos um pouco acima da Terceiro Mundo e um pouco abaixo dos Suecos.Não podemos pretender ser os primeiros.
Tr- E o que me diz da superlotação? Da falta de condições higiénicas? Das doenças?
SG- Bem vê, nunca podemos dispor do espaço que necessitamos. Os outros também precisam de espaço. Eu, em minha casa, por exemplo, tenho dificuldade em meter na garagem os nossos carros. Ficam apertados. Quanto à higiene ela não é menor do que alguns estavam habituados, lá fora. As doenças são um mal do nosso tempo. Temos que viver com elas.
TR-Neste tempo que decorreu sobre a sua tomada de posse, já tomou, concerteza, algumas medidas importantes?
SG- Sabe, isto é um problema muito complexo e nem todos percebem as premissas. Posso até dizer-lhe que tenho tido diversas reuniões na Capital, frequentado diversos Congressos no Estangeiro, visitado algumas prisões e lido muito. EStou sempre muito ocupado, e a minha mulher, até anda a dizer que preciso dumas férias. Mas acima de tudo o dever e o sentido de missão. Estou é muito esperançado nas conclusões da 120ª Comissão que vai começar a trabalhar e, cujas linhas mestras, me esforçarei por apreeender.
TR-Nós dizemos que somos todos irmãos em Cristo. Será que os presos não são nossos irmãos?
SG-Concerteza. Temos capela e capelão e sempre que queiram podem confessar-se.
TR- Têm feito algum inquérito aos presos para ouvir as suas reclamações?
SG- Pensamos ser uma perda de tempo. Há muitos que não sabem ler e o nosso papel é escasso.Mas olhe, nem todos se queixam. Esteve numa das nossas um italiano, que por sinal se perfumava que era um consolo e que nunca se mostrou enfadado. Pena que saíu de helicóptero.
TR- E eles saem daqui com melhores condições de integração? Aumentam a sua formação profissional e cívica?
SG- Temos uns cursos avulsos. Alguns estudam. A maioria,com a sua tendência para o Mal, retorna.
TR-E os jovens? Os dos pequenos delitos?
SG- Esses, faz-lhes bem o contacto com a experiência dos mais velhos, sobretudo a partir dos 21 anos.
TR-Sente-se motivado com esta experiência?
SG- Muito. Tanto que não tenciono faltar ao próximo Congresso na Tailândia.
TR- Obrigado por nos ter recebido.
SG- Veja lá o que escreve. Volte sempre.
T. Riquinho.
Conselho do dia-Se está numa fila compacta de carros e alguém quiser sair de uma garagem, junto a si, faça de conta que não o vê. Ganhe metro e meio na fila. Alguém, que venha atrás de si, vai ser mais educado.
SG pensando, em plena liberdade.
domingo, novembro 16, 2003
Novidades Tribu - Não perca os próximos capítulos
Excepcionalmente, resolvi escrever um pequeno blog ao domingo.
Depois de muito pensar, resolvi diversificar o meu blogo com a participação de outras ”brilhantes mentes” e que possam asssegurar uma presença contínua na ciberesfera da Tribulandia Convidei a minha comadre Julinha que é muito dada ao Tarot, e que assumirá o seu estatuto de pitonisa ou seja, trará a público as suas adivinhas quanto ao futuro. Para a parte desportiva, o meu vizinho o Sebastião Pigarro, mais conhecido pelo “Borlas”, que começará sózinho a dar parte do que sabe do mundo complexo da bola e para a secção mais intelectual, o meu querido amigo Tavares Riquinho que passa as tardes a ler jornais esquisitos sobre livros, poesia e outras trapalhadas do género, no café da esquina. Há quem lhe chame o Passas, nem sei bem porquê. Passou-se talvez. Devia era ler o Rekordes, como eu faço todos os dias, de borla, na tabacaria. Para a coluna social, ainda não tenho ninguém. Poderá ser a boazona da Mariazinha que é cabeleireira e lê todas as revistas do TopJet e do Topless. Ainda, pensei escrever um e-mail à Sinhazinha a convidá-la mas essa anda muito ocupada a promover lojas que emprestam vestidos. Eu sei o que é isso, porque uso roupa fora de moda, e sinto-me muito stressado.
Espero que as suas perspectivas vos ajudem a esquecer os calos na mercearia e os empurrões e solavancos dos transportes públicos. Logo que eles se libertem das tarefas urgentes que desenvolvem, espero tê-los por aqui.
O professor Dizamen ofereceu-se, mas coitado, anda muito ocupado sobre “A Teoria da Escravatura” nos tempos modernos. Louvado seja.
Conselho do dia-Compre para o seu carro uma aparelhagem potente. Nada menos de 100 W
por cada altifalante e um subwoofer. Seja altipotente. Compartilhe o seu prazer com os restantes, sobretudo com os peões, quando parado nos semáforos.
O meu primo Joaquim a caminho de Bagdad com o seu carregamento de equipamento desportivo
Depois de muito pensar, resolvi diversificar o meu blogo com a participação de outras ”brilhantes mentes” e que possam asssegurar uma presença contínua na ciberesfera da Tribulandia Convidei a minha comadre Julinha que é muito dada ao Tarot, e que assumirá o seu estatuto de pitonisa ou seja, trará a público as suas adivinhas quanto ao futuro. Para a parte desportiva, o meu vizinho o Sebastião Pigarro, mais conhecido pelo “Borlas”, que começará sózinho a dar parte do que sabe do mundo complexo da bola e para a secção mais intelectual, o meu querido amigo Tavares Riquinho que passa as tardes a ler jornais esquisitos sobre livros, poesia e outras trapalhadas do género, no café da esquina. Há quem lhe chame o Passas, nem sei bem porquê. Passou-se talvez. Devia era ler o Rekordes, como eu faço todos os dias, de borla, na tabacaria. Para a coluna social, ainda não tenho ninguém. Poderá ser a boazona da Mariazinha que é cabeleireira e lê todas as revistas do TopJet e do Topless. Ainda, pensei escrever um e-mail à Sinhazinha a convidá-la mas essa anda muito ocupada a promover lojas que emprestam vestidos. Eu sei o que é isso, porque uso roupa fora de moda, e sinto-me muito stressado.
Espero que as suas perspectivas vos ajudem a esquecer os calos na mercearia e os empurrões e solavancos dos transportes públicos. Logo que eles se libertem das tarefas urgentes que desenvolvem, espero tê-los por aqui.
O professor Dizamen ofereceu-se, mas coitado, anda muito ocupado sobre “A Teoria da Escravatura” nos tempos modernos. Louvado seja.
Conselho do dia-Compre para o seu carro uma aparelhagem potente. Nada menos de 100 W
por cada altifalante e um subwoofer. Seja altipotente. Compartilhe o seu prazer com os restantes, sobretudo com os peões, quando parado nos semáforos.
O meu primo Joaquim a caminho de Bagdad com o seu carregamento de equipamento desportivo
Atribulações de um patrão
Na sexta-feira, o meu patrão andou muito mal-humorado. Deve ser por causa das facturas que agora os clientes pedem. Ele dantes passava muito menos, e diz que: só aumenta o trabalho administrativo, que não se pode progredir neste país, que a burocracia é muita e que era muito melhor o toma lá dá, dá cá, sem muitas papeladas.
Que sabe muito bem para onde vai o dinheiro e que a continuar assim tem que mudar a fábrica para um país de Leste. Ele já anda a falar, há tempos, em nos substituir por eslavos (que trabalham que se farta e contentam-se com pouco), já que não tem facilidades em importar chineses (parece que esses ainda se contentam com menos). Safa. Eu sugeri-lhe uma zona franca e ele não desgostou da ideia.
Diz ainda que no tempo dos xuxas ( tratamento carinhoso para os membros de um destacado partido) tudo era bem melhor. Pena que o Tonecas esteja no Brasil a ajudar o Lula a aumentar a popularidade, o que eu duvido. Também não percebo que ele se farte de dizer que a política não é boa para os negócios, se anda sempre em almoçaradas com os políticos cá do sítio, e que até são do partido do governo.Ele diz que é para preservar o ambiente nas quintas que o pai lhe deixou...mas a mim parece-me que é para as dividir em lotes para a construção. Veremos. Diz que tem investido, arriscadamente, em tecnologia de ponta e eu só vejo máquinas com perto de cem anos. A única tecnologia de ponta que ele usa é o telemóvel, topo de gama e o Jaguar Biturbo. Fico a pensar que ele sabe para onde vai o dinheiro mas eu continuo sem perceber para onde vai o meu dos descontos, que ele, rigorosamente, me tira dos vencimentos. Então não é que está a pagar os impostos e a segurança social, de anos atrasados, em suaves prestações mensais? Ele também gosta muito de subsídios mas parece que a teta secou. Coisas da vida.
Muita crise, muita crise mas ela não chegou à troca de carros para ele, mulher e filhos.
Devem trabalhar muito na estrada. Suponho.
Conselho do dia- Se não tiver lugar para arrumar o carro, ponha-o em frente da rampa de uma garagem qualquer. Os moradores que utilizem o tranporte público ou vão a pé. Só lhe faz bem à saúde.
Modelo de chapéu e pintura de guerra que vou usar na inauguração de Estádios
Que sabe muito bem para onde vai o dinheiro e que a continuar assim tem que mudar a fábrica para um país de Leste. Ele já anda a falar, há tempos, em nos substituir por eslavos (que trabalham que se farta e contentam-se com pouco), já que não tem facilidades em importar chineses (parece que esses ainda se contentam com menos). Safa. Eu sugeri-lhe uma zona franca e ele não desgostou da ideia.
Diz ainda que no tempo dos xuxas ( tratamento carinhoso para os membros de um destacado partido) tudo era bem melhor. Pena que o Tonecas esteja no Brasil a ajudar o Lula a aumentar a popularidade, o que eu duvido. Também não percebo que ele se farte de dizer que a política não é boa para os negócios, se anda sempre em almoçaradas com os políticos cá do sítio, e que até são do partido do governo.Ele diz que é para preservar o ambiente nas quintas que o pai lhe deixou...mas a mim parece-me que é para as dividir em lotes para a construção. Veremos. Diz que tem investido, arriscadamente, em tecnologia de ponta e eu só vejo máquinas com perto de cem anos. A única tecnologia de ponta que ele usa é o telemóvel, topo de gama e o Jaguar Biturbo. Fico a pensar que ele sabe para onde vai o dinheiro mas eu continuo sem perceber para onde vai o meu dos descontos, que ele, rigorosamente, me tira dos vencimentos. Então não é que está a pagar os impostos e a segurança social, de anos atrasados, em suaves prestações mensais? Ele também gosta muito de subsídios mas parece que a teta secou. Coisas da vida.
Muita crise, muita crise mas ela não chegou à troca de carros para ele, mulher e filhos.
Devem trabalhar muito na estrada. Suponho.
Conselho do dia- Se não tiver lugar para arrumar o carro, ponha-o em frente da rampa de uma garagem qualquer. Os moradores que utilizem o tranporte público ou vão a pé. Só lhe faz bem à saúde.
Modelo de chapéu e pintura de guerra que vou usar na inauguração de Estádios
sábado, novembro 15, 2003
Viagens atribuladas
Depois de muito blogar e tecer blogs acerca da minha ida para Tordesilhas, resolvi aceitar o convite, se assim se pode chamar. Terei todas as vantagens em deslocar-me para os nossos vizinhos. As laranjas, lá, devem estar mais frescas do que as que compro aqui importadas (se assim se pode chamar), o peixe também costuma vir de lá e quantas coisas mais que eu não vislumbro. Posso ainda ver o futebol deles que é mais desenvolvido, mais emotivo e onde os árbitros não são tão míopes. Também me parece que os euros deles valem mais, embora eu vá com o ordenado de cá, mais minguado.
Aprendendo a língua deles, terei mais oportunidades no futuro, certamente. Ainda um dia, quando voltar, vou ser chamado de invasor. Sempre é melhor do que aconteceu ao meu primo Joaquim, grande treinador da terceira divisão regional, que vai para o Iraque, patrocinado por uma fábrica de gravatas, ensinar a jogar futebol aos iraquianos. Os coitados jogam pouco e depois entretêm-se a fazer asneiras. Parece que a coligação acha boa ideia e vai começar a construir 8 estádios, com as maiores comodidades. Se tiver sucesso, segue para a Palestina, embora Israel não deva ver com bons olhos, resolver o problema com um jogo internacional. Outro problema, vão ser os convites com tanto fundamentalismo que anda por lá. Que tudo lhe corra bem, pois com a felicidade dos outros posso eu bem.
Perante a oportunidade, sugeri-lhe que visse se arranjava patrocínios para fazer uma Capital da Cultura do Médio Oriente, visto que os buracos já estão feitos Poupam tempo, dinheiro e presidente já têm: o ministro da informação que é um grande visionário.
Ah, soube hoje que as entradas dos novos estádios são “generosas”, e que, já houve uma ”revolução” nas acessibilidades, Assim, fico com a esperança de me oferecerem uma foto autografada dos meus ídolos ou um cachecol, ao entrar, e mais sossegado. Não gosto nada de revoluções. Cruzes.
Conselho do dia- Quando para num engarrafamento de trânsito não deixe de buzinar com força. Pelo menos alegra o ambiente.
Transporte que o meu primo Joaquim utiliza para levar a mulher ao supermercado
Aprendendo a língua deles, terei mais oportunidades no futuro, certamente. Ainda um dia, quando voltar, vou ser chamado de invasor. Sempre é melhor do que aconteceu ao meu primo Joaquim, grande treinador da terceira divisão regional, que vai para o Iraque, patrocinado por uma fábrica de gravatas, ensinar a jogar futebol aos iraquianos. Os coitados jogam pouco e depois entretêm-se a fazer asneiras. Parece que a coligação acha boa ideia e vai começar a construir 8 estádios, com as maiores comodidades. Se tiver sucesso, segue para a Palestina, embora Israel não deva ver com bons olhos, resolver o problema com um jogo internacional. Outro problema, vão ser os convites com tanto fundamentalismo que anda por lá. Que tudo lhe corra bem, pois com a felicidade dos outros posso eu bem.
Perante a oportunidade, sugeri-lhe que visse se arranjava patrocínios para fazer uma Capital da Cultura do Médio Oriente, visto que os buracos já estão feitos Poupam tempo, dinheiro e presidente já têm: o ministro da informação que é um grande visionário.
Ah, soube hoje que as entradas dos novos estádios são “generosas”, e que, já houve uma ”revolução” nas acessibilidades, Assim, fico com a esperança de me oferecerem uma foto autografada dos meus ídolos ou um cachecol, ao entrar, e mais sossegado. Não gosto nada de revoluções. Cruzes.
Conselho do dia- Quando para num engarrafamento de trânsito não deixe de buzinar com força. Pelo menos alegra o ambiente.
Transporte que o meu primo Joaquim utiliza para levar a mulher ao supermercado
quarta-feira, novembro 12, 2003
Mais atribulações
Hoje ia-me dando um blog. O meu patrão chamou por mim, e eu julguei que ele me ia dar um raspanete por ter perdido uma tarde, na fila da compra de bilhetes para a inauguração do Estádio, embora ele também seja adepto do meu clube. Trabalho é trabalho e conhaque é conhaque, diz. Mal entrei, mandou-me sentar numas cadeiras baixinhas que ele tem em frente à sua secretária, e não sei porquê, até me ficou a doer o pescoço, de ter que olhar para cima. Ofereceu-me um cafézinho, coisa rara. Julguei que me ia, finalmente promover a escriturário de primeira. Mas não. Começou por me perguntar pela mulher, pelos filho e pelos gatos. A seguir fez-me uma palestra sobre a crise económica, os problemas da globalização,as restrições de Banco Central Europeu, a necessidade de o país se modernizar e aumentar a produtividade, etc... Finalmente, ao fim de tantos anos, quer ouvir a minha opinião sobre as asneiras que se fazem na firma, pensei com os meus botões. Mas também não me deu a mínima. Comecei a sentir uns suores frios, como quando estive de cama com a asiática.
Que eu já tinha 49 anos e estava perto dos 50 (grande novidade), que a economia exigia sangue novo, rotações elevadas (?) e modernidade; que embora eu fosse muito útil, já era tempo de dar lugar aos novos pois me considerava uma relíquia patrimonial da casa. Comparou-me, assim, com o rádio que o meu avô me deixou. Aqui há música, pensei.
Que eu tinha que começar a gozar a vida e falou duma coisa esquisita, chamada luasires; que agora teria tempo para os meus netos, ao que esclareci ser o meu filho solteiro e pouco dado a relações perpétuas; que poderia estar no café quase todo o dia ( a fazer o quê?) e que me poderia retirar com a consciência tranquila do dever cumprido. É ou não bonito ouvir isto? Se não fosse o começar a pensar no tamanho reduzido da pensão, teria dado pulos de orgulho.
Finalmente, ofereceu-me de recompensa, pr 30 anos de bom serviço, três meses de vencimento e uma viagem à Madeira na época baixa. O que vou eu, sózinho, fazer para a Madeira ? Estaria a pensar que eu iria colar cartazes para o Jardim?
Se eu não estivesse disposto a aceitar, seria colocado na filial de Tordesilhas. Retorqui que Tordesilhas já não era nossa mas ele esclareceu que agora, no espaco europeu, é tudo a mesma coisa e que a Espanha estava a progredir muito. Fiquei consolado. Depois lhe daria uma resposta, tendo 24 horas para pensar.
A minha cabeça começou a fervilhar, cá fora, claro. Ele tinha 71 anos mas não precisava de descanso. Ele estava a sacrificar-se para o filho poder andar nos rallies como bom pai que era. O manda-chuva do Banco Central Europeu era jovem, o do Banco Federal também. Porque é que eu envelheci tanto? Talvez a minha Juscelina tenha razão para as queixas quanto à minha falta de produtividade, em casa.
Conselho do dia-Nos cruzamentos qualquer que seja a direcção que vai tomar não dê qualquer
sinal. Os que circulem atrás de si que usem a imaginação. Você merece.
Que eu já tinha 49 anos e estava perto dos 50 (grande novidade), que a economia exigia sangue novo, rotações elevadas (?) e modernidade; que embora eu fosse muito útil, já era tempo de dar lugar aos novos pois me considerava uma relíquia patrimonial da casa. Comparou-me, assim, com o rádio que o meu avô me deixou. Aqui há música, pensei.
Que eu tinha que começar a gozar a vida e falou duma coisa esquisita, chamada luasires; que agora teria tempo para os meus netos, ao que esclareci ser o meu filho solteiro e pouco dado a relações perpétuas; que poderia estar no café quase todo o dia ( a fazer o quê?) e que me poderia retirar com a consciência tranquila do dever cumprido. É ou não bonito ouvir isto? Se não fosse o começar a pensar no tamanho reduzido da pensão, teria dado pulos de orgulho.
Finalmente, ofereceu-me de recompensa, pr 30 anos de bom serviço, três meses de vencimento e uma viagem à Madeira na época baixa. O que vou eu, sózinho, fazer para a Madeira ? Estaria a pensar que eu iria colar cartazes para o Jardim?
Se eu não estivesse disposto a aceitar, seria colocado na filial de Tordesilhas. Retorqui que Tordesilhas já não era nossa mas ele esclareceu que agora, no espaco europeu, é tudo a mesma coisa e que a Espanha estava a progredir muito. Fiquei consolado. Depois lhe daria uma resposta, tendo 24 horas para pensar.
A minha cabeça começou a fervilhar, cá fora, claro. Ele tinha 71 anos mas não precisava de descanso. Ele estava a sacrificar-se para o filho poder andar nos rallies como bom pai que era. O manda-chuva do Banco Central Europeu era jovem, o do Banco Federal também. Porque é que eu envelheci tanto? Talvez a minha Juscelina tenha razão para as queixas quanto à minha falta de produtividade, em casa.
Conselho do dia-Nos cruzamentos qualquer que seja a direcção que vai tomar não dê qualquer
sinal. Os que circulem atrás de si que usem a imaginação. Você merece.
terça-feira, novembro 11, 2003
Tribu programa
Tinha eu abandonado os blogs por hoje quando dou por mim a ver a televisão.
O que era aquilo? Nada mais nada menos do que uma conversa em família, ao estilo de lembranças antigas: défice, Casa Pia (deveriam mudar o nome), investimentos megalómanos e TGVês. Muito preocupadas as nossas figuras públicas com o nosso dia a dia. Fazem-me até lembrar uns senhores de má memória que tinham a mania da índústria pesada, dos planos a largos anos, e deixavam, no curto prazo, as populações carenciadas de tudo. Viu-se o resultado. Foram todos à avó (deles). Uns quadros coloridos, uma grande preocupação social mas nada de medidas concretas. Os desempregados com a alta velocidade vão chegar longe. Depois uma teoria de investimento público e privado. Em que sectores? Como? Deixando ao correr das águas... No sector principal de investimento ou seja a educação, estamos todos cientes dos esforços... Temos uma média de um computador por 8 alunos e falta saber se têm professor de informática. Aqui ao lado há províncias que têm uma média de um comptutador por cada dois alunos. Para mim, o caso da Casa Pia é mais um problema psiquiátrico e judicial do que político. E o TGV vai, certamente, dar mais comodidade ao “invasor” espanhol do que resolver os nossos problemas estruturais. As empresas que se aguentem, enquanto puderem.
Logo a seguir um programa sobre as castanhas. “Deixa cheirar teu bacalhau”, ouvia eu deliciado. Mas que grande tema, a cheirar a castanhas com mofo. E “Viestes-me...”.
O melhor de tudo isto foram os anúncios. Um supermercado vendia lombo de porco a 3,95 euros, se não me engano, Ao menos, não perdi tudo.
O que era aquilo? Nada mais nada menos do que uma conversa em família, ao estilo de lembranças antigas: défice, Casa Pia (deveriam mudar o nome), investimentos megalómanos e TGVês. Muito preocupadas as nossas figuras públicas com o nosso dia a dia. Fazem-me até lembrar uns senhores de má memória que tinham a mania da índústria pesada, dos planos a largos anos, e deixavam, no curto prazo, as populações carenciadas de tudo. Viu-se o resultado. Foram todos à avó (deles). Uns quadros coloridos, uma grande preocupação social mas nada de medidas concretas. Os desempregados com a alta velocidade vão chegar longe. Depois uma teoria de investimento público e privado. Em que sectores? Como? Deixando ao correr das águas... No sector principal de investimento ou seja a educação, estamos todos cientes dos esforços... Temos uma média de um computador por 8 alunos e falta saber se têm professor de informática. Aqui ao lado há províncias que têm uma média de um comptutador por cada dois alunos. Para mim, o caso da Casa Pia é mais um problema psiquiátrico e judicial do que político. E o TGV vai, certamente, dar mais comodidade ao “invasor” espanhol do que resolver os nossos problemas estruturais. As empresas que se aguentem, enquanto puderem.
Logo a seguir um programa sobre as castanhas. “Deixa cheirar teu bacalhau”, ouvia eu deliciado. Mas que grande tema, a cheirar a castanhas com mofo. E “Viestes-me...”.
O melhor de tudo isto foram os anúncios. Um supermercado vendia lombo de porco a 3,95 euros, se não me engano, Ao menos, não perdi tudo.
Tribu "Violenta"
Por causa do blog, a minha mulher tem-me dado cabo da mioleira. Constantemente, diz-me zombeteira, que eu devia era gastar o meu tempo a tratar de armazenar cachecóis e chapéus de sete bicos para vender no Europeu de 2004, à porta dos Estádios. Ou então, com tempo, preparar um negócio de vender cervejas aos hooligans que venham cá ver as nossas belezas naturais, e contribuir assim para mostrar a nossa hospitalidade.
Pode ser até que, com uma ajudinha do meu compadre que está em Lisboa, junto dos manda-chuvas, e do Sr Ernesto que faz projectos de investimento, a dar com um pau, consiga um subsídio a fundo perdido do Fundo de Turismo ou doutra coisa similar.
Eu lá vou ouvindo, e respondo, dizendo que é muito difícil passar facturas durante os grandes jogos e que, assim, não cumpriria o dever cívico dos cartazes. Acontece até que já sei para onde vai o meu dinheiro: para o bolso dos meus credores Quanto à cerveja, eu não acredito que não haja festivais onde ela role de graça, ao som de conjuntos “metal”, como fazem com os estudantes. Como aguentaria eu com tamanha concorrência?
-Está bem, diz ela. -Então não te queixes se acabares os teus dias como os teus ídolos Camilo Castelo Branco (o escritor, esclareça-se) ou o Fernando Pessoa que, parece, morreu sózinho numa cama de hospital. Toma. Que comparação! O mais natural é que acabe como o Prado Coelho a procurar tinteiros na Fnac, de cócoras, como ele descrevia no Público, e isso é que era uma grande desgraça com o lumbago.
Antes que se acabe a tinta, fiquei banzado com uma entrevista de um Senhor Reitor de uma Universidade prestigiada, que classificava de violência a atitude dos estudantes de rebentarem os cadeados que ele tinha mandado pôr, para manter as portas abertas. Eu, por acaso, tinha visto o ar de festa do acontecimento e, ou estou a ver mal ou de violência zero. Violência, parece-me ser o que lhes têm feito, ao apoiar o ensino da maneira que o fazem há anos. Também, outro dia, a Polícia esteve de prevenção. Ponho-me a pensar se o facto de muitos deles saberem mais do que ler e escrever não será perigoso? O ter cultura e saber abala as Instituições? Credo. Embora, não concorde, com todos os aspectos do não pagamento de propinas, saúdo as suas atitudes irreverentes, neste mar de distracções, de modorra e fecha os olhos.
Agora, vou sair e ver se já há chapéus de sete bicos com as cores inglesas, alemás e belgas. Nas minhas previsões, serão eles os melhores clientes. Ah, tenho que ver se não me esqueço do marketing para as barracas. Talvez: -Mostre a sua capacidade e machismo aqui!!! Viaje na Tribulandia.
Conselho do Dia: Descarregue as suas mercadorias do camião, nas ruas principais, nas horas de maior movimento. Verá a multidão que junta a admirar a sua marca. Quer melhor publicidade?
Pode ser até que, com uma ajudinha do meu compadre que está em Lisboa, junto dos manda-chuvas, e do Sr Ernesto que faz projectos de investimento, a dar com um pau, consiga um subsídio a fundo perdido do Fundo de Turismo ou doutra coisa similar.
Eu lá vou ouvindo, e respondo, dizendo que é muito difícil passar facturas durante os grandes jogos e que, assim, não cumpriria o dever cívico dos cartazes. Acontece até que já sei para onde vai o meu dinheiro: para o bolso dos meus credores Quanto à cerveja, eu não acredito que não haja festivais onde ela role de graça, ao som de conjuntos “metal”, como fazem com os estudantes. Como aguentaria eu com tamanha concorrência?
-Está bem, diz ela. -Então não te queixes se acabares os teus dias como os teus ídolos Camilo Castelo Branco (o escritor, esclareça-se) ou o Fernando Pessoa que, parece, morreu sózinho numa cama de hospital. Toma. Que comparação! O mais natural é que acabe como o Prado Coelho a procurar tinteiros na Fnac, de cócoras, como ele descrevia no Público, e isso é que era uma grande desgraça com o lumbago.
Antes que se acabe a tinta, fiquei banzado com uma entrevista de um Senhor Reitor de uma Universidade prestigiada, que classificava de violência a atitude dos estudantes de rebentarem os cadeados que ele tinha mandado pôr, para manter as portas abertas. Eu, por acaso, tinha visto o ar de festa do acontecimento e, ou estou a ver mal ou de violência zero. Violência, parece-me ser o que lhes têm feito, ao apoiar o ensino da maneira que o fazem há anos. Também, outro dia, a Polícia esteve de prevenção. Ponho-me a pensar se o facto de muitos deles saberem mais do que ler e escrever não será perigoso? O ter cultura e saber abala as Instituições? Credo. Embora, não concorde, com todos os aspectos do não pagamento de propinas, saúdo as suas atitudes irreverentes, neste mar de distracções, de modorra e fecha os olhos.
Agora, vou sair e ver se já há chapéus de sete bicos com as cores inglesas, alemás e belgas. Nas minhas previsões, serão eles os melhores clientes. Ah, tenho que ver se não me esqueço do marketing para as barracas. Talvez: -Mostre a sua capacidade e machismo aqui!!! Viaje na Tribulandia.
Conselho do Dia: Descarregue as suas mercadorias do camião, nas ruas principais, nas horas de maior movimento. Verá a multidão que junta a admirar a sua marca. Quer melhor publicidade?
segunda-feira, novembro 10, 2003
Tribu aura popularis
Estava eu, muito refastelado, na minha sala de meditação, remoendo o almocinho que a minha Juscelina fez, passando até por umas brasas, quando senti a televisão aumentar de volume. Como costumo respeitar o mandamento de descanso absoluto aos domingos, fiquei, seriamente irritado. Tinha havido alguma revolução? A Tchechenia tinha invadido a Rússia? O príncipe já não ia casar com a locutora de televisão? Alguém tinha sofrido um interrogatório violento nos Ídolos, e tinha perdido a estribeira?
Nada disso. Abrindo, lentamente, os olhos, fui-me apercebendo que era por causa da inauguração do Estádio. Pasmo! O Presidente e o Primeiro iam viajar para uma cimeira importante mas pior do isso, a segunda figura da Tribulandia não tinha sido convidada.
Era lá possível! Com o devido respeito, os primeiros deviam resignar aos mandatos, e o segundo ninguém o mandou ter a mania do cumprimento dos Regulamentos. Por acaso, até me era simpático, antes dessa atitude discriminatória. Então a actividade política não se desenvolve nos estádios? Não é lá que os eleitos, os não eleitos e os que querem ser reeleitos se aproximam das populações e se mostram mortais? Já não era assim na antiga Roma, berço da civilização e da latinidade? Por acaso, aprendi algum latim quando ajudava à missa. Nem percebo, como os americanos são a potência que são com aquela equipa de trazer por casa.
Todos se apressam, nas mais variadas situações a declarar o clube da sua preferência, a mostrar o cachecol e a comentar os lances de maneira diplomática, como mandam as boas regras do mandar. Fico, sempre bem impressionado, com a clareza e paixão com que abordam as questões do futebol, tirando um, que era do contra (lembram-se da penhora?), e que penso, com esse pecadilho, perdeu a hipótese de se candidatar a Presidente. Também quem lhe teria aconselhado a penhorar uma sanita?
Eu até nem gosto dos sanitários dos velhos estádios. Ainda bem que estão a construir 8 com todas as condições. Só lamento não terem construído um numa terra do interior, onde se sente o país profundo, para ajudar ao desenvolvimento local.
E onde está o nosso orgulho, senão nas estrelas que enchem os estádios dessa Europa? Alguns até são embaixadores itinerantes, desbravando os caminhos do mundo, como fizeram os nossos mais brilhantes antepassados. Só que agora, em vez das velas ufanas, da cruz e da espada, levam os Porches, as chuteiras e aquelas pernas que valem ouro. Tenho o retrato de todos eles no meu quarto, na sala, e na cozinha, por causa da minha mulher.
Ainda um dia destes, vi, um adepto dum clube inimigo do meu, dizer que dava a vida pelo seu clube. Eu não vou tão longe porque deixava de ver o Domingo Desportivo... A menos que no céu tenham televisões gigantes e a Tvpagasport, e não me consta.
Quanto a mim tinham obrigação de adiar a cimeira. E o outro de devolver o pilim aos que se sacrificaram a viajar para o terreno do inimigo, a fazer política, e da boa. Espero bem que o Tonecas não falte.
Eu cá, já comprei o bilhete para a inauguração porque ainda tenho esperanças de ser Presidente de Junta. O Rio não vai ao Mar Alto se for contra a corrente.
Conselho do dia-Não procure um lugar seguro para inverter a marcha. Faça-o onde está. Vai ver que todos se divertem muito e vão aplaudir a sua destreza.
Nada disso. Abrindo, lentamente, os olhos, fui-me apercebendo que era por causa da inauguração do Estádio. Pasmo! O Presidente e o Primeiro iam viajar para uma cimeira importante mas pior do isso, a segunda figura da Tribulandia não tinha sido convidada.
Era lá possível! Com o devido respeito, os primeiros deviam resignar aos mandatos, e o segundo ninguém o mandou ter a mania do cumprimento dos Regulamentos. Por acaso, até me era simpático, antes dessa atitude discriminatória. Então a actividade política não se desenvolve nos estádios? Não é lá que os eleitos, os não eleitos e os que querem ser reeleitos se aproximam das populações e se mostram mortais? Já não era assim na antiga Roma, berço da civilização e da latinidade? Por acaso, aprendi algum latim quando ajudava à missa. Nem percebo, como os americanos são a potência que são com aquela equipa de trazer por casa.
Todos se apressam, nas mais variadas situações a declarar o clube da sua preferência, a mostrar o cachecol e a comentar os lances de maneira diplomática, como mandam as boas regras do mandar. Fico, sempre bem impressionado, com a clareza e paixão com que abordam as questões do futebol, tirando um, que era do contra (lembram-se da penhora?), e que penso, com esse pecadilho, perdeu a hipótese de se candidatar a Presidente. Também quem lhe teria aconselhado a penhorar uma sanita?
Eu até nem gosto dos sanitários dos velhos estádios. Ainda bem que estão a construir 8 com todas as condições. Só lamento não terem construído um numa terra do interior, onde se sente o país profundo, para ajudar ao desenvolvimento local.
E onde está o nosso orgulho, senão nas estrelas que enchem os estádios dessa Europa? Alguns até são embaixadores itinerantes, desbravando os caminhos do mundo, como fizeram os nossos mais brilhantes antepassados. Só que agora, em vez das velas ufanas, da cruz e da espada, levam os Porches, as chuteiras e aquelas pernas que valem ouro. Tenho o retrato de todos eles no meu quarto, na sala, e na cozinha, por causa da minha mulher.
Ainda um dia destes, vi, um adepto dum clube inimigo do meu, dizer que dava a vida pelo seu clube. Eu não vou tão longe porque deixava de ver o Domingo Desportivo... A menos que no céu tenham televisões gigantes e a Tvpagasport, e não me consta.
Quanto a mim tinham obrigação de adiar a cimeira. E o outro de devolver o pilim aos que se sacrificaram a viajar para o terreno do inimigo, a fazer política, e da boa. Espero bem que o Tonecas não falte.
Eu cá, já comprei o bilhete para a inauguração porque ainda tenho esperanças de ser Presidente de Junta. O Rio não vai ao Mar Alto se for contra a corrente.
Conselho do dia-Não procure um lugar seguro para inverter a marcha. Faça-o onde está. Vai ver que todos se divertem muito e vão aplaudir a sua destreza.
sábado, novembro 08, 2003
A_tribu_ição ex proprio jure
Para este blog, consegui, finalmente, alguma informação sobre o Professor Dizamen, nosso candidato ao Prémio Nobel. Consegui convencer a minha fonte de informação a aceitar, como prova da minha amizade, uma garrafita de Chivas ( marado), porque ele nem é muito esquisito quanto ao tipo de bebida.
O professor Dizamen tem um currículo invejável de mais de 48 páginas. Andou a estudar Economia em Lisboa, Porto, Luanda e Londres. Algumas más línguas dizem que ele acabou o curso no Cambodja mas eu custa-me a acreditar. É Doutorado por diversas Universidades de nome estranho tais como: Stan qualquer coisa, Massa??? Business?? ( o meu inglês é fraco); faz parte de 12 Conselhos de Administração de empresas importantes, é Membro Consultivo de outras 24, dá aulas na Faculdade e ainda consegue realizar 100 palestras por ano, em diversos países. É um homem muito importante, cá na terra. Politicamente dizem que é correcto, passando da extrema-esquerda, esquerda, esquerda-direita, centro, direita moderada. Fala-se que poderá ainda estar próximo da direita assumida, se ela tiver maioria absoluta.
Publicou diversos livros sendo de destacar: “O método orçamental para ser feliz com o salário mínimo”, “Teoria da da fraseologia económica”, “Medidas de descompressão orçamental para ministros à beira de um ataque de nervos”, “Relançamento económico de países em vias de afundamento social” e outros.
E sobre o trabalho que o coloca bem posicionado para o Nobel? Trata-se, segundo o meu amigo, de uma teoria sobre a produtividade correlacionada com o orçamento.
Parece que se baseia no prazer contínuo do trabalho acelerado, substituindo o objectivo dos impulsos sexuais pela produção de bens e serviços, aliado à redução do Orçamento a niveis próximos do zero, mantendo apenas as Finanças, o Exército, o Ambiente e a Cultura. Todos os cargos políticos não serão remunerados. Diminuindo assim os encargos com pessoal, liberta-me imensa mão de obra para emigração e, com as suas remessas, obtem-se o equilíbrio absoluto. Na parte privada, prevê o inter-relacionamento da vida privada com a profissional, através de formação terapêutica, eliminando quaisquer procedimentos menos produtivos como as baixas ou reinvindicativos, como aumentos de salários. O objectivo principal é o aumento da capacidade exportadora, concorrendo com a o Skri Lanka, Serra Leoa e outros, em constante desenvolvimento. E não me disse mais, por enquanto.
Agora é que eu fico a cismar se ele não acabou o curso no Cambodja.
Conselho do dia-Quando escurecer, não acenda os farois. Os outros têm obrigação de o ver ao longe.
O professor Dizamen tem um currículo invejável de mais de 48 páginas. Andou a estudar Economia em Lisboa, Porto, Luanda e Londres. Algumas más línguas dizem que ele acabou o curso no Cambodja mas eu custa-me a acreditar. É Doutorado por diversas Universidades de nome estranho tais como: Stan qualquer coisa, Massa??? Business?? ( o meu inglês é fraco); faz parte de 12 Conselhos de Administração de empresas importantes, é Membro Consultivo de outras 24, dá aulas na Faculdade e ainda consegue realizar 100 palestras por ano, em diversos países. É um homem muito importante, cá na terra. Politicamente dizem que é correcto, passando da extrema-esquerda, esquerda, esquerda-direita, centro, direita moderada. Fala-se que poderá ainda estar próximo da direita assumida, se ela tiver maioria absoluta.
Publicou diversos livros sendo de destacar: “O método orçamental para ser feliz com o salário mínimo”, “Teoria da da fraseologia económica”, “Medidas de descompressão orçamental para ministros à beira de um ataque de nervos”, “Relançamento económico de países em vias de afundamento social” e outros.
E sobre o trabalho que o coloca bem posicionado para o Nobel? Trata-se, segundo o meu amigo, de uma teoria sobre a produtividade correlacionada com o orçamento.
Parece que se baseia no prazer contínuo do trabalho acelerado, substituindo o objectivo dos impulsos sexuais pela produção de bens e serviços, aliado à redução do Orçamento a niveis próximos do zero, mantendo apenas as Finanças, o Exército, o Ambiente e a Cultura. Todos os cargos políticos não serão remunerados. Diminuindo assim os encargos com pessoal, liberta-me imensa mão de obra para emigração e, com as suas remessas, obtem-se o equilíbrio absoluto. Na parte privada, prevê o inter-relacionamento da vida privada com a profissional, através de formação terapêutica, eliminando quaisquer procedimentos menos produtivos como as baixas ou reinvindicativos, como aumentos de salários. O objectivo principal é o aumento da capacidade exportadora, concorrendo com a o Skri Lanka, Serra Leoa e outros, em constante desenvolvimento. E não me disse mais, por enquanto.
Agora é que eu fico a cismar se ele não acabou o curso no Cambodja.
Conselho do dia-Quando escurecer, não acenda os farois. Os outros têm obrigação de o ver ao longe.
sexta-feira, novembro 07, 2003
Um Tribucondo
Vocês conhecem o “Portugal dos Pequeninos”? É um sítio muito bonito, junto ao rio Mondego e que é uma referência para muita pequenada que o visita. Pois agora na Tribulandia resolveram fazer um condomínio gigantesco com um nome parecido.
Parece que se vai situar nuns terrenos gigantescos que o Estado vai vender barato, sujeito a concurso. Serão kilómetros de construção que incluirão “bibendas”, torres de perder de vista, 150 hospedarias de 5 estrelas, um centro de descanso para gestores públicos incompetentes, uma clínica moderníssima para tratar diversos males, desde oftalmologia até delírio megalónamo, um centro de recuperação de dissidentes, e uma clínica de esticamento de peles... Terá um metro privativo, transportes públicos diversos, limpos e não poluentes, um heliporto, 6 estádios de futebol, 50 campos de golfe, 900 campos de ténis, piscinas em cada prédio, 22 centros comerciais; está em projecto um centro de formação de colunáveis, orientado pela Sinhazinha.; fala-se também num centro de produção de cinema, tipo Hollywood, mas destinado a fazer novelas para os países de línguas semelhantes ao português.
Parece que as pré-inscrições já atingem os milhares e que vai ser difícil com o actual plano director satisfazer todos os pedidos. Desde ditadores aposentados, tiranos fugidos, árbitros de futebol, treinadores com vencimentos superiores a um milhão de euros por ano e por aí adiante, todos procuram o sossego deste paraíso. Consta até que o ex-ministro da Informação do Iraque já solicitou à coligação uma cunha para vir para cá, em troca do seu diário pessoal de piadas estratégicas.
Trata-se de uma ideia magnífica ideia que nos colocará no centro da Europa. Os prédios terão três cores fundamentais: vermelho, verde e azul, com predominância deste último para não arranjar problemas com o Pinto. Aliás, os outros andam sempre a dormir e não mereciam tal relevo. O centro de descanso de gestores incompetentes permitirá que descansem algum tempo, depois de saírem dos lugares que tinham e ocuparem novos postos importantes. A clínica terá sucesso assegurado junto dos árbitros que marcam faltas ao contrário e penalidades inexistentes, na área da oftalmologia. Na área do Delirium Megalomanus nem se fala, basta olhar certas construções e certos eventos.
A clínica de dissidentes é única no mundo e terá tratamentos inovadores no chamado complexo de esquerda, depois de virar à direita e no complexo de direita, depois de terem passado pela esquerda. Esperam-se grandes resultados porque, até agora, esses complexos só nos têm lixado a vida. O heliporto vai poupar muito incómodo aos que gostam de passar fins de semana no Algarve e detestam filas de carros.
Ah, esquecia-me de dizer que para permitir uma maior actualidade e frescura nas notícias, haverá câmaras em cada apartamento, permitindo a assinatura de um canal fechado para regalo da nossa coscuvilhice.
Espero que a inauguração seja breve, mais breve do que as obras de Santa Engrácia que por aí populam, e que seja o meu amigo Zé Maria a cortar a fita. Um dos nossos.
Conselho do dia - Quando forem gentis consigo no tânsito, deixando-o passar sem prioridade, mostre o seu desagrado pelo incómodo de cruzar com gente educada.
Parece que se vai situar nuns terrenos gigantescos que o Estado vai vender barato, sujeito a concurso. Serão kilómetros de construção que incluirão “bibendas”, torres de perder de vista, 150 hospedarias de 5 estrelas, um centro de descanso para gestores públicos incompetentes, uma clínica moderníssima para tratar diversos males, desde oftalmologia até delírio megalónamo, um centro de recuperação de dissidentes, e uma clínica de esticamento de peles... Terá um metro privativo, transportes públicos diversos, limpos e não poluentes, um heliporto, 6 estádios de futebol, 50 campos de golfe, 900 campos de ténis, piscinas em cada prédio, 22 centros comerciais; está em projecto um centro de formação de colunáveis, orientado pela Sinhazinha.; fala-se também num centro de produção de cinema, tipo Hollywood, mas destinado a fazer novelas para os países de línguas semelhantes ao português.
Parece que as pré-inscrições já atingem os milhares e que vai ser difícil com o actual plano director satisfazer todos os pedidos. Desde ditadores aposentados, tiranos fugidos, árbitros de futebol, treinadores com vencimentos superiores a um milhão de euros por ano e por aí adiante, todos procuram o sossego deste paraíso. Consta até que o ex-ministro da Informação do Iraque já solicitou à coligação uma cunha para vir para cá, em troca do seu diário pessoal de piadas estratégicas.
Trata-se de uma ideia magnífica ideia que nos colocará no centro da Europa. Os prédios terão três cores fundamentais: vermelho, verde e azul, com predominância deste último para não arranjar problemas com o Pinto. Aliás, os outros andam sempre a dormir e não mereciam tal relevo. O centro de descanso de gestores incompetentes permitirá que descansem algum tempo, depois de saírem dos lugares que tinham e ocuparem novos postos importantes. A clínica terá sucesso assegurado junto dos árbitros que marcam faltas ao contrário e penalidades inexistentes, na área da oftalmologia. Na área do Delirium Megalomanus nem se fala, basta olhar certas construções e certos eventos.
A clínica de dissidentes é única no mundo e terá tratamentos inovadores no chamado complexo de esquerda, depois de virar à direita e no complexo de direita, depois de terem passado pela esquerda. Esperam-se grandes resultados porque, até agora, esses complexos só nos têm lixado a vida. O heliporto vai poupar muito incómodo aos que gostam de passar fins de semana no Algarve e detestam filas de carros.
Ah, esquecia-me de dizer que para permitir uma maior actualidade e frescura nas notícias, haverá câmaras em cada apartamento, permitindo a assinatura de um canal fechado para regalo da nossa coscuvilhice.
Espero que a inauguração seja breve, mais breve do que as obras de Santa Engrácia que por aí populam, e que seja o meu amigo Zé Maria a cortar a fita. Um dos nossos.
Conselho do dia - Quando forem gentis consigo no tânsito, deixando-o passar sem prioridade, mostre o seu desagrado pelo incómodo de cruzar com gente educada.
Atribulado dia
Ontem nem blog nem blogo. A minha mulher deu-me uma chispalhada ao jantar de quarta e eu fiquei avariado do realejo, mais ou menos como aqueles turistas que andavam a passear no Mediterrâneo e não os deixaram sair do barco. Por essa razão, não fui trabalhar mas fiquei aborrecido porque penso que a minha falta vai influenciar o índice de produtividade. E daí talvez não, porque o meu chefe diz que eu não faço lá falta nenhuma. Se eu tivesse os olhos da Juquinha (e o resto) fazia. Ele até dá como exemplo os chineses que trabalham 16 e 18 horas e andam sempre a progredir. Será que eles não têm jornais, nem telenovelas, nem futebol na televisão? Também a trabalhar assim, devem ter um ordenadão. Mas o que fazem com o dinheiro que ganham? Ah, já sei. São eles que enchem de dinheiro os paraísos fiscais. É isso.
Desta forma, dediquei-me ao meu desporto favorito. Ver televisão, sentado no “meiple” que o meu pai ganhou num concurso de anedotas, há anos. Ele tem bastantes e boas mas não as devo contar aqui. Desculpem. Sou um pouco antiquado, e, o meu vocabulário mais pesado é para uso privado, embora haja muito que anda no domínio público.
Foi muito interessante. Vi um burro ser levado à Assembleia para mostrar aos deputados que ele (burro) tratava melhor a s crianças do que o Estado. Eu até pensei, ao princípio, que ele fazia parte de alguma cena de revista do Parque Mayer porque já vi uma deputada que vai entrar numa revista. Parece-me que Assembleia é uma grande escola de teatro e de televisão. É só ver a quantidade de comentadores que fornece. Tanto políticos como desportivos. Por acaso acho bem. Não cobrando pelo trabalho, poupam uma massas às estações e elas não devem apresentar os prejuízos astronómicos dos anos anteriores. Mas não será concorrência desleal aos profissionais? Por isso, os coitados dos actores andam sempre a queixar-se da falta de subsídios e há redução de pessoal na TV. O meu chefe também queria que eu trabalhasse de borla, pudera.
Não me admira nada que o teatro de revista não seja considerado cultura para subsídios e nem sei porque se espantam. Cultura são aqueles espectáculos muito finos onde vai a nossa nata, muito bem vestida, sorrindo fleumaticamente, empregando palavras difíceis e que anda nas capas das minhas revistas do coração. Talvez venha a ser cultura quando tiverem o novo parque, desenhado por aquele americano simpático que nos vem ajudar. E eu que julgava que o Siza era dos melhores do mundo! Será que por falta de exportações o temos que ver a trabalhar em Espanha e noutras partes do planeta? E, se calhar, não temos mais arquitectos. Pode ser a mesma questão da falta de médicos. Uma questão de distracção.
Já me esquecia que em Torres há um grande buraco que cheirava mal desde Maio. Dizia um entrevistado que, cá, quando há mortes, vem a televisão e depois é que se trata de resolver o problema. Grande metodologia. E ainda dizem que os media não são o quarto poder.
Conselho do dia-Ande sempre bem no meio da via. Os outros que se encolham. Você não tem que gastar dinheiro em lentes novas.
Desta forma, dediquei-me ao meu desporto favorito. Ver televisão, sentado no “meiple” que o meu pai ganhou num concurso de anedotas, há anos. Ele tem bastantes e boas mas não as devo contar aqui. Desculpem. Sou um pouco antiquado, e, o meu vocabulário mais pesado é para uso privado, embora haja muito que anda no domínio público.
Foi muito interessante. Vi um burro ser levado à Assembleia para mostrar aos deputados que ele (burro) tratava melhor a s crianças do que o Estado. Eu até pensei, ao princípio, que ele fazia parte de alguma cena de revista do Parque Mayer porque já vi uma deputada que vai entrar numa revista. Parece-me que Assembleia é uma grande escola de teatro e de televisão. É só ver a quantidade de comentadores que fornece. Tanto políticos como desportivos. Por acaso acho bem. Não cobrando pelo trabalho, poupam uma massas às estações e elas não devem apresentar os prejuízos astronómicos dos anos anteriores. Mas não será concorrência desleal aos profissionais? Por isso, os coitados dos actores andam sempre a queixar-se da falta de subsídios e há redução de pessoal na TV. O meu chefe também queria que eu trabalhasse de borla, pudera.
Não me admira nada que o teatro de revista não seja considerado cultura para subsídios e nem sei porque se espantam. Cultura são aqueles espectáculos muito finos onde vai a nossa nata, muito bem vestida, sorrindo fleumaticamente, empregando palavras difíceis e que anda nas capas das minhas revistas do coração. Talvez venha a ser cultura quando tiverem o novo parque, desenhado por aquele americano simpático que nos vem ajudar. E eu que julgava que o Siza era dos melhores do mundo! Será que por falta de exportações o temos que ver a trabalhar em Espanha e noutras partes do planeta? E, se calhar, não temos mais arquitectos. Pode ser a mesma questão da falta de médicos. Uma questão de distracção.
Já me esquecia que em Torres há um grande buraco que cheirava mal desde Maio. Dizia um entrevistado que, cá, quando há mortes, vem a televisão e depois é que se trata de resolver o problema. Grande metodologia. E ainda dizem que os media não são o quarto poder.
Conselho do dia-Ande sempre bem no meio da via. Os outros que se encolham. Você não tem que gastar dinheiro em lentes novas.
quarta-feira, novembro 05, 2003
A_tribu_lações
Ontem tive um pesadelo horrível. Sonhei que estava num grande salão, rodeado talvez de bispos e escutava alguém transmitir uma mensagem de Deus. Qualquer coisa como:
-Não vai haver mais nenhum céu para quem quer que seja; o mundo é mesmo mau, o homem não tem geito de se emendar e não quero saber mais de vocês para nada. Acordei, estremunhado, e só ouvia a minha mulher ressonar. Mesmo assim, fiquei preocupado. Então andavamos por cá só para funcionar como autómatos, sem sentimentos, sem culpas nem expiações, sem sonhos? E eu que pensava que já me andava a redimir dos meus pecados, há anos, aturando o meu chefe, sofrendo empurrões por todo o lado, pagando impostos exagerados (para eles nunca), perdendo tempo nas bichas (leia-se filas), pagando a médicos particulares contas astronómicas, ficando sem férias para pagar a dentadura, escutando comentadores desportivos ( logo dois) que me relatam o óbvio e me obrigam a ver o jogo sem som! E, não ficava por aqui, que a lista é extensa. Felizmente, o meu pai teve um aumento na pensão de reforma de 12 euros e anda todo contente, porque já pode fazer férias após dez anos de jejum, desde que se reformou. Creio que tenciona ir, finalmente, ver as gravuras de Foz Coa, porque, normalmente, só se entretem a ver os treinos do seu clube e a regalar os olhos com as obras na Casa da Música. Diz que a janela vai dar para ver o leão em cima da águia.
Também tive uma grande alegria ao saber que temos um campeão do mundo de todo-o-terreno. Na verdade, era uma injustiça. Então nós não estamos bem treinados a sobreviver em todo-o-terreno? Ele foi a ditadura, ele foi a outra ditadura (a do povo), ele foi o socialismo e o liberalismo, ele foi o o escudo raro e o euro escasso, ele foi a moeda forte, a inflacção e a moeda forte de novo, ele foi a abundância dos subsídios e a recessão, ele foi o pleno emprego já e a falta de emprego, ele foi a falta de escolaridade e o excesso de licenciados, etc. etc...Até me perco a pensar na nossa capacidade de adaptação a todos os terrenos.
Ah! Agora o que me faz espécie é não termos nenhuma campeã. Mas não tardará. Eu estou sempre a vê-las, na cidade, ao volante de grandes jeeps, com e sem caixa aberta, a caminho do shopping, de telemóvel no ouvido e bastante aceleradas. Suponho que, no intervalo das suas lides de transporte de rações e alfaias agrícolas ou outros objectos pesados da sua profissão, têm que ganhar tempo para seu embelezamento e nosso regalo visual.
Conselho do dia -Faça seu código de estrada pessoal. Os outros que se adequem à sua maneira de conduzir. Você merece.
-Não vai haver mais nenhum céu para quem quer que seja; o mundo é mesmo mau, o homem não tem geito de se emendar e não quero saber mais de vocês para nada. Acordei, estremunhado, e só ouvia a minha mulher ressonar. Mesmo assim, fiquei preocupado. Então andavamos por cá só para funcionar como autómatos, sem sentimentos, sem culpas nem expiações, sem sonhos? E eu que pensava que já me andava a redimir dos meus pecados, há anos, aturando o meu chefe, sofrendo empurrões por todo o lado, pagando impostos exagerados (para eles nunca), perdendo tempo nas bichas (leia-se filas), pagando a médicos particulares contas astronómicas, ficando sem férias para pagar a dentadura, escutando comentadores desportivos ( logo dois) que me relatam o óbvio e me obrigam a ver o jogo sem som! E, não ficava por aqui, que a lista é extensa. Felizmente, o meu pai teve um aumento na pensão de reforma de 12 euros e anda todo contente, porque já pode fazer férias após dez anos de jejum, desde que se reformou. Creio que tenciona ir, finalmente, ver as gravuras de Foz Coa, porque, normalmente, só se entretem a ver os treinos do seu clube e a regalar os olhos com as obras na Casa da Música. Diz que a janela vai dar para ver o leão em cima da águia.
Também tive uma grande alegria ao saber que temos um campeão do mundo de todo-o-terreno. Na verdade, era uma injustiça. Então nós não estamos bem treinados a sobreviver em todo-o-terreno? Ele foi a ditadura, ele foi a outra ditadura (a do povo), ele foi o socialismo e o liberalismo, ele foi o o escudo raro e o euro escasso, ele foi a moeda forte, a inflacção e a moeda forte de novo, ele foi a abundância dos subsídios e a recessão, ele foi o pleno emprego já e a falta de emprego, ele foi a falta de escolaridade e o excesso de licenciados, etc. etc...Até me perco a pensar na nossa capacidade de adaptação a todos os terrenos.
Ah! Agora o que me faz espécie é não termos nenhuma campeã. Mas não tardará. Eu estou sempre a vê-las, na cidade, ao volante de grandes jeeps, com e sem caixa aberta, a caminho do shopping, de telemóvel no ouvido e bastante aceleradas. Suponho que, no intervalo das suas lides de transporte de rações e alfaias agrícolas ou outros objectos pesados da sua profissão, têm que ganhar tempo para seu embelezamento e nosso regalo visual.
Conselho do dia -Faça seu código de estrada pessoal. Os outros que se adequem à sua maneira de conduzir. Você merece.
segunda-feira, novembro 03, 2003
Um tribu Buraco
Ainda não vos disse que a Tribulandia tem um culto muito vincado pelo buraco.
As nossas ruas e estradas são um exemplo da divulgação do culto. Não é possível
ir a qualquer lado sem passar por vários, desde os pequeninos que fazem saltitar o carro, suavemente, e nos dão cabo da suspensão até aos maiores que nos rebentam os pneus e nos amolgam as jantes. Consideramos isto um expiar de pecados anteriores e lá vamos sorridentes até ao buraco dos parques de estacionamento, onde o nosso automóvel atinge o êxtase supremo. Só que, depois, ao pagar a conta do estacionamento deixamos lá ficar a carteira e a alma. Isto, porque, inevitavelmente, dizemos palavras feias nessa altura.
Mas não ficamos por aqui na nossa admiração pelo buraco. O orçamento da Tribulandia é um buraco, a segurança social outro, a educação, as dívidas das autarquias, a bolsa e as contas de muitas empresas, etc, etc.. Se um famoso queijo suiço não estivesse patenteado, poderia ser um símbolo nacional.
Alguém escreveu um livro sobre as perigosas ligações das autarquias à construção civil.
Deve ser por que a construção civil anda sempre atarefada a fazer buracos e a tapar buracos, no meu entender.
Já pensei em me dedicar a exportar buracos, uma vez que a isso nos aconselham, mas tenho dificuldade em arranjar transporte para alguns, o custo é muito elevado e certamente no estrangeiro fazem os buracos mais baratos. Coisas da globalização e da falta de competividade. Outra ideia minha, que penso ser brilhante, era fazer um concurso televisivo sobre a possibilidade de fazer um determinado trajecto sem encontrar um único buraco, numa cidade. O vencedor teria como prémio uma viajem ao Brasil, com tudo pago (toma) acompanhado do autarca da zona. Assim se promoveria a aproximacão dos que vivem distantes do mortal cidadão, de que tanto andamos necessitados, segundo dizem os entendidos. Ou então para a Nigéria ou a Somália onde os buracos são idolatrados. Também pensei em fundar a Ordem do Buraco mas estou com difilculdades em definir os critérios de admissão.
Eu também estou com um buraco cá em casa, felizmente, porque me estou a ver aflito para pagar um conjunto de 152 utensílios de cozinha que a minha mulher comprou a prestações suaves com um juro de 36% mas, pelo menos, somos o orgulho da vizinhança quando os pomos em exibição, no nosso páteo.
E agora vou trabalhar porque o meu chefe já terminou a reunião importante com a Juquinhas, sua secretária, e que penso foi sobre os aumentos de ordenado para este ano, superiores à inflacção, como é costume. Connosco é assim.
Conselho do dia: A cair o sinal vermelho não se esqueça de travar em cima da passadeira, pelo menos meio metro. Os peões devem atravessar aos saltos. Melhoram os seus reflexos.
As nossas ruas e estradas são um exemplo da divulgação do culto. Não é possível
ir a qualquer lado sem passar por vários, desde os pequeninos que fazem saltitar o carro, suavemente, e nos dão cabo da suspensão até aos maiores que nos rebentam os pneus e nos amolgam as jantes. Consideramos isto um expiar de pecados anteriores e lá vamos sorridentes até ao buraco dos parques de estacionamento, onde o nosso automóvel atinge o êxtase supremo. Só que, depois, ao pagar a conta do estacionamento deixamos lá ficar a carteira e a alma. Isto, porque, inevitavelmente, dizemos palavras feias nessa altura.
Mas não ficamos por aqui na nossa admiração pelo buraco. O orçamento da Tribulandia é um buraco, a segurança social outro, a educação, as dívidas das autarquias, a bolsa e as contas de muitas empresas, etc, etc.. Se um famoso queijo suiço não estivesse patenteado, poderia ser um símbolo nacional.
Alguém escreveu um livro sobre as perigosas ligações das autarquias à construção civil.
Deve ser por que a construção civil anda sempre atarefada a fazer buracos e a tapar buracos, no meu entender.
Já pensei em me dedicar a exportar buracos, uma vez que a isso nos aconselham, mas tenho dificuldade em arranjar transporte para alguns, o custo é muito elevado e certamente no estrangeiro fazem os buracos mais baratos. Coisas da globalização e da falta de competividade. Outra ideia minha, que penso ser brilhante, era fazer um concurso televisivo sobre a possibilidade de fazer um determinado trajecto sem encontrar um único buraco, numa cidade. O vencedor teria como prémio uma viajem ao Brasil, com tudo pago (toma) acompanhado do autarca da zona. Assim se promoveria a aproximacão dos que vivem distantes do mortal cidadão, de que tanto andamos necessitados, segundo dizem os entendidos. Ou então para a Nigéria ou a Somália onde os buracos são idolatrados. Também pensei em fundar a Ordem do Buraco mas estou com difilculdades em definir os critérios de admissão.
Eu também estou com um buraco cá em casa, felizmente, porque me estou a ver aflito para pagar um conjunto de 152 utensílios de cozinha que a minha mulher comprou a prestações suaves com um juro de 36% mas, pelo menos, somos o orgulho da vizinhança quando os pomos em exibição, no nosso páteo.
E agora vou trabalhar porque o meu chefe já terminou a reunião importante com a Juquinhas, sua secretária, e que penso foi sobre os aumentos de ordenado para este ano, superiores à inflacção, como é costume. Connosco é assim.
Conselho do dia: A cair o sinal vermelho não se esqueça de travar em cima da passadeira, pelo menos meio metro. Os peões devem atravessar aos saltos. Melhoram os seus reflexos.
domingo, novembro 02, 2003
Um tribucomentador
Na Tribulandia não se dão apenas as notícias nos telejornais, são complementadas por ilustres comentadores que nos entram pela caixa mágica (???) e nos enriquecem a mente com o seu saber, normalmente, ao final da tarde de domingo.
Este fim de semana estive muito ocupado a não fazer nada, e deu-me para ver o telejornal. Mais um comentador.
Abri a mente, refastelei-me e aí estava eu nas minhas sete quintas. A minha mulher bem me perguntou se queria para o jantar o resto da pizza ou um hamburger, não se preocupando com a minha elegância. Aliás, cada vez estou mais elegante com a dieta obrigatória, imposta pelas medidas da crise. Bife virou hamburger, costeleta virou osso e por aí adiante. Sobremesa foi um ar que se lhe deu. Ao menos espero que a Ministra fique contente com a nossa poupança, para equilibrar a tal balança do orçamento.
Primeira arremetida: Défice do orçamento francês. Não achava bem que o nosso Primeiro desse razão aos franceses porque eles tinham défice para sustentar o seu crescimento e manter regalias sociais e isso teria como consequência a desvalorização do euro.
Grande tirada. Fiquei a saber que como o dólar está desvalorizado em relação ao euro, eu vivo melhor que um americano (???). Fiquei a matutar porque os euros também não dão para muito.
Segunda arremetida: Um grande barão russo de petróleo, feito depois da derrocada do império, tinha sido preso. Explicou ele que, de facto, tinha havido grandes roubos depois da queda mas que era necessário manter grupos privados (como aquele?) para limitar o autoritarismo do Estado. Em que ficamos?
Depois falou de uns insultos a um autarca, condenando-os mas classificando-os de atitudes com relevo na vida social dessa cidade. Palavrão é atitude de relevo social? Credo.
Depois alguém perguntou por SMS o que ele e outros andavam a fazer nos altos cargos europeus. Fiquei a saber o mesmo ou seja zero.
E com esta me vou que amanhã trabalho e o chefe não quer saber de tretas, se chegar tarde.
Conselho do dia: Não respeite o stop. Você é máxima prioridade. Quem vier que se cuide. Você merece.
Este fim de semana estive muito ocupado a não fazer nada, e deu-me para ver o telejornal. Mais um comentador.
Abri a mente, refastelei-me e aí estava eu nas minhas sete quintas. A minha mulher bem me perguntou se queria para o jantar o resto da pizza ou um hamburger, não se preocupando com a minha elegância. Aliás, cada vez estou mais elegante com a dieta obrigatória, imposta pelas medidas da crise. Bife virou hamburger, costeleta virou osso e por aí adiante. Sobremesa foi um ar que se lhe deu. Ao menos espero que a Ministra fique contente com a nossa poupança, para equilibrar a tal balança do orçamento.
Primeira arremetida: Défice do orçamento francês. Não achava bem que o nosso Primeiro desse razão aos franceses porque eles tinham défice para sustentar o seu crescimento e manter regalias sociais e isso teria como consequência a desvalorização do euro.
Grande tirada. Fiquei a saber que como o dólar está desvalorizado em relação ao euro, eu vivo melhor que um americano (???). Fiquei a matutar porque os euros também não dão para muito.
Segunda arremetida: Um grande barão russo de petróleo, feito depois da derrocada do império, tinha sido preso. Explicou ele que, de facto, tinha havido grandes roubos depois da queda mas que era necessário manter grupos privados (como aquele?) para limitar o autoritarismo do Estado. Em que ficamos?
Depois falou de uns insultos a um autarca, condenando-os mas classificando-os de atitudes com relevo na vida social dessa cidade. Palavrão é atitude de relevo social? Credo.
Depois alguém perguntou por SMS o que ele e outros andavam a fazer nos altos cargos europeus. Fiquei a saber o mesmo ou seja zero.
E com esta me vou que amanhã trabalho e o chefe não quer saber de tretas, se chegar tarde.
Conselho do dia: Não respeite o stop. Você é máxima prioridade. Quem vier que se cuide. Você merece.
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