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Domingo, Setembro 26, 2004

Férias na Tribulandia

Para meditação, retiramo-nos para alguns dias de férias no país irmão. Desejamos a todos os companheiros (as) da blogoesfera muitos e bons blogs. Voltaremos dentro de uma curta semana. Fiquem bem.

Sábado, Setembro 25, 2004

As marteladas cegas no património e no serviço público da Tribulandia

Público
Sinais de Desagregação
Por MIGUEL SOUSA TAVARES


"1. Se o Estado abriu mão de um bem essencial, como é a energia pública, e a sua privatização representou mais dinheiro para os cofres públicos e tarifas mais caras para os consumidores;

Se o Estado abriu mão das telecomunicações fixas, colocadas, em situação de monopólio de facto, sob a alçada de uma empresa que presta o pior serviço telefónico e pratica os mais altos preços da Europa, fazendo do telefone um produto de luxo e aplicando as mais-valias na construção paulatina de um império mediático que começa a ameaçar a efectiva liberdade de imprensa;

Se o Estado se prepara igualmente para abrir mão das águas, entregando à gestão privada aquele que é o mais essencial dos serviços públicos;

Se o Estado se prepara igualmente para vender a TAP, que tão imprescindíveis serviços presta ao país e para cuja sobrevivência foi exigido um esforço sem precedentes aos contribuintes;

Se o Estado desistiu de administrar justiça, delegando as suas funções nos poderes corporativos judiciais, nada podendo contra o facto de haver quem espere dez ou vinte anos por uma sentença;

Se o Estado vai desistindo de administrar os próprios hospitais públicos, pagando fortunas a quem o faça em seu nome e sem resultados consensualmente melhores;

Se o Estado é incapaz de cobrar impostos a quem os não paga, compensando a sua inépcia com a agravação constante dos impostos dos que pagam;

Se o Estado é incapaz de cobrar os seus próprios créditos, preferindo vendê-los, com substancial desconto, a quem o faça;

Se o Estado é incapaz de modernizar e tornar funcionais os seus serviços administrativos, em cuja manutenção gasta 60 por cento da colecta fiscal;

Se, apesar disso, o Estado não valoriza os que o servem, preferindo o mau funcionalismo mal pago do que o bom funcionalismo bem pago;

Se o Estado não é capaz de exigir responsabilidades aos seus gestores públicos, que enriquecem com ordenados e pensões de luxo, enquanto as empresas definham;

Se o Estado não é capaz de garantir que os doentes sejam operados nos hospitais públicos quando necessitam e não quando há oportunidade;

Se, apesar disso, o Estado, representado pelo actual Governo, se propõe cobrar os serviços de saúde que presta, segundo um critério em que penalizará quem paga impostos e aliviará quem foge a eles;

Se o Estado não consegue garantir o ensino público a tempo e horas, porque, apesar de também ter delegado em empresas privadas a função de colocar os professores nas escolas, acaba a fazer as colocações "à mão", com funcionários recrutados "ad hoc";

Se, apesar de todos os avisos e de um ano inteiro de preparação, numa só semana de calor, o Estado é impotente para evitar que arda mais área do que no ano anterior, dando publicamente um espectáculo de total impotência, descontrolo e irresponsabilização em cadeia;

Se o Estado não consegue impedir que o património natural do país seja continuamente saqueado pelo conúbio de interesses entre construtores e autarcas, comendadores e financiadores dos partidos;

E se, apesar de tudo isto, o Estado gasta todos os anos 55 por cento da riqueza produzida no país, chegou a altura de colocarmos a pergunta óbvia: para que serve o Estado? Para que pagamos impostos? Para que elegemos um chefe de Estado? Para que votamos em eleições?

Se não querem mais o Estado, digam-no, escrevam-no, decretem-no. Terminem com as obrigações do Estado e com as obrigações para com o Estado. Vamos experimentar ser uma nação sem Estado. Com corporações e partidos. Logo se verá o que resta."

Muito bem Miguel de Sousa Tavares. Não resisto a publicar na íntegra esta sua parte do artigo. Pões o dedo nas feridas profundas deste país que se atola e desfaz do património comum. Em nome de que santa? A bem de quem? Do povo não será certamente.


A cultura dos engravatados e dos bobos da corte

Público
A Casa Sem Música
Por AMÍLCAR CORREIA

"A cidade do Porto é hoje liderada por um grupo de pessoas que nutre pela cultura um desprezo que mistura tanto de arrogância como de ignorância. Sabia-se desde o início do mandato de Rui Rio que este era um executivo mais preocupado com as festas populares organizadas pela Rádio Festival - o primeiro evento cultural da cidade no qual participou o então ministro Pedro Roseta -, do que em dar sequência à programação cultural de espaços como o do teatro municipal Rivoli. As guerras entre o presidente do município e o vereador da Cultura, Marcelo Mendes Pinto, que liderava o PP quando foram elaboradas as listas para as últimas eleições autárquicas, cedo se impuseram ao interesse público de uma programação cultural exigente e em conformidade com o trabalho precedente. Na prática, a incompatibilidade entre os dois autarcas esvaziou financeiramente o pelouro da Cultura, a empresa municipal Culturporto e fez de Rui Rio o verdadeiro vereador daquela área. O Porto acabou assim reduzido a um pobreza franciscana no domínio da cultura, com exposições de dinossauros, alguns coretos, outros tantos ranchos folclóricos e o Porto Sound, essa manifestação de gosto médio, como dizia o ex-vereador da Cultura. Restava, pois, a Casa da Música."

Concordamos com a apreciação feita mas também convém não esquecer que a "pobreza cultural" já vinha do anterior executivo (2º mandato) e que o remédio não está no cimento nem nos pianistas construtores ou noutros artistas a soldo do poder. Há que revitalizar a cidade no seu todo e não circunscrever a cultura a meia dúzia de engravatados que utilizam uma linguagem pseudo-cultural mas só aparecem nos acontecimentos que contam com a presença dos poderosos. Muitos nunca os vimos interessados na cultura da cidade, a não ser a partir do momento em que se sentaram nos poleiros.

Sexta-feira, Setembro 24, 2004

Inteligência artificial na Tribulandia

Para exorcizar o espírito maligno das listas

Grande feiticeiro Xantó chega à Tribulandia para combater maldição das listas de professores

Reapareceu o EXACTO

A Tribulandia saúda com muita satisfação o reaparecimento do blog Exacto, companheiro das primeiras horas e posts deste blog, cujo conteúdo enriquece esta blogosfera de liberdade.

Uma unanimidade que não alegra ninguém

Este país tem-se tornado tão decadente em tantas áreas que já poucos cidadãos conscientes se atrevem a defender os seus, anteriormente, idolatrados políticos de poleiro. Começa a existir uma unanimidade dos mais variados quadrantes ideológicos na apreciação negativa de muitos aspectos da vida social. E fatalmente, todos se sentem perdedores. Alguns idiotas ainda se socorrem do chavão fascista ou saudosista do passado e outros dizem que só os cegos não vêm o paraíso onde estão. Paraíso feito de negociatas e dinheiro fácil, muitas vezes. Basta ser, minimamente, consciente para não ver tal paraíso. Claro que a máquina de produzir idiotas não para. Veremos até onde vai o seu sucesso.

Um que só vê cifrões na Saúde da Tribulandia

JN
Governo já está a trabalhar nas novas taxas moderadoras

"O ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, insistiu, ontem, que o Governo vai avançar mesmo - e possivelmente ainda este ano - com a ideia de taxas moderadoras diferenciadas. "Estamos a trabalhar na operacionalização" do "princípio geral enunciado pelo primeiro-ministro" nas jornadas parlamentares do PSD de há uma semana, explicou o governante, que se juntou,ontem, em Matosinhos, à comitiva do presidente da República, envolvido esta semana numa jornada de visitas e debates na área da Saúde."
(...)
"À chegada ao Hospital de Pedro Hispano, dirigentes e activistas da CGTP esperavam, porém, o presidente da República e o ministro. "A Saúde é um direito e não um negócio", proclamavam numa pancarta que elevaram à passagem da comitiva, evocando o princípio constitucional da saúde tendencialmente gratuita (artigo 64.º). "Mais taxas???!!!", lia-se."

O Presidente da República fala e o ministro faz de conta que não ouve. Falta de respeito? Sobranceria? Estamos na república das bananas? Negociantes na saúde é o que dá, até ao dia que ele também seja considerado uma mercadoria em saldo.

O bode expiatório da vergonha nacional

JN
Penalistas afastam 'soro da verdade'

"José Maria Martins diz que Bibi aceita ser sujeito a drogas, para contar tudo o que sabe sobre a pedofilia
Autorização do "soro da verdade", que o advogado José Maria Martins pretende que seja ministrado ao seu cliente, Bibi, durante o julgamento da Casa Pia, não deverá ser permitida pelo colectivo de juízes que irá apreciar o processo.
Diversos penalistas ouvidos pelo JN quanto à utilização, em abstracto, de tal meio de prova, não têm dúvidas de que é ilegal. Costa Andrade, autor de diversas obras sobre os meios de prova considerados proibidos, diz mesmo que, "no plano dos princípios", não tem dúvidas de que "é proibido."

O que não foi proíbido foi o uso do "soro" da mentira que foi montado para ilibar os responsáveis por esta vergonhosa doença social. Ficarão assim convictos de que nada fizeram de mal e sem qualquer tratamento psíquico, no mínimo. Continuarão a vogar nos seus círculos de podridão, mediáticos como sempre.

Algo de novo vai perdurar na Tribulandia

Público
Últimos discursos virados para o interior do partido
Candidatos à liderança do PS encerram campanha

"Num encontro com cerca de 300 militantes, no Hotel Altis, em Lisboa, Manuel Alegre reafirmou que o movimento gerado em torno da sua candidatuta vai continuar organizado, independentemente dos resultados das eleições para secretário-geral.
"Trouxemos uma dinâmica nova que veio para ficar, que não vai parar sejam quais forem os resultados deste acto eleitoral", garantiu o último dos candidatos a entrar na corrida à liderança. "Saberemos assumir as nossas responsabilidades perante os socialistas e os portugueses, mas não abdicaremos das nossas ideias, não abdicaremos do movimento de esperança que nasceu à volta desta candidatura", sublinhou."

No mínimo, agitar as águas turvas da política foi um acto de coragem. Muitos e muitos portugueses anseiam manter a esperança em ideias e actos mais dignos e mais coerentes. Vote-se ou não em Manuel Alegre ficará o respeito por quem defende ideais.

Divagando numa noite de verão na Tribulandia

Dia de calor. Noite tropical. Cavaqueira amena numa esplanada de café. Pouca vontade de ceder aos imperativos do dia a dia. Necessidade da tranquilidade duma praia das Caraíbas onde a noite conserva os encantos da Medusa. A imaginação passa por essas palmeiras, por essas águas claras e amenas. Até bem tarde,há sempre companhia para um mojito e para a última gargalhada a caminho da madrugada. A abundância não mora lá mas mora a alegria de viver. Uma alegria que não se afunda num pessimismo materialista. Merecem melhor? Certamente que sim. Mas sem perder a alegria nem a chama que ilumina os seus olhares. Divagando, entro no carro, ponho música e deixo-me levar pelo encanto longínquo.

Onde a tristeza supera a revolta

Público
Joana terá sido morta na noite do desaparecimento
Portimão: PJ confirma morte de criança desaparecida (actualização)

"A Polícia Judiciária diz que a menina desaparecida há onze dias numa aldeia de Portimão foi morta, apesar de o seu corpo ainda não ter sido encontrado. Os indícios recolhidos indicam que o crime terá ocorrido na própria noite em que foi reportado o seu desaparecimento.
A informação foi adiantada pelo sub-director da PJ de Faro, João Neto, acrescentando que tudo leva a crer "que se tratou de um crime violento e provocado por motivos fúteis, relacionados com questões de apropriação de pequenas importâncias em dinheiro que a vítima possuía"."

A tristeza supera o sentimento de revolta. Duas desgraças: a morte trágica da pobre criança e o cérebro enlouquecido do seu algoz porque nos parece impossível que alguém, no seu perfeito, juízo cometa tal acto. Que se averigue a verdade para saber da lucidez possível de quem perdeu a noção das realidades. Que a sociedade pense um pouco se está criando monstros e que medidas deve tomar para os tratar e evitar tão horrendo desmandos.

Quinta-feira, Setembro 23, 2004

A hipocrisia na Tribulandia

Público
O Diário Secreto de Paulo Portas com a Idade de 42 Anos

"24 de Agosto - Ainda bem que também sou ministro do Mar. Não é por acaso que o nosso hino, infelizmente tão esquecido, começa com as palavras: "Heróis do mar...", nem que a nação valente é tão católica. Tenho portanto aliados. Aqui, num dia, pode-se fazer um aborto, e, no seguinte, ser-se absolvido pelo pároco mais próximo."

Infelizmente, a hipocrisia espalha-se na Tribulandia e com o desenrolar do tempo torna-se, por omissão, aceitável. Os males continuam mas a falsa sensação de estar de bem com o mundo, esbatem os princípios e a moral.

Algo tem que mudar na Tribulandia

Público
Da Alemanha à Campanha no PS

Terminada a fase de debate na campanha à liderança do PS, dois pontos merecem ser destacados.
Primeiro, a forma aberta, plural e competitiva que a corrida eleitoral assumiu, quebrando o unanimismo que caracterizava o PS desde o embate, no início dos anos 90, entre Sampaio e Guterres. Só por si isso é muito positivo, até por contraste com o que se passa nos outros partidos, com destaque para um PSD que já foi exactamente o inverso do partido amorfo que é hoje.
(...)
A este respeito vale a pena meditar um pouco no que se está a passar na Alemanha com o partido-irmão do PS, o SPD do chanceler Schroeder. Na passada segunda-feira, o PÚBLICO editou um conjunto de artigos sobre a forma como os grandes partidos alemães (mas mais o SPD) estão a descolar do seu eleitorado. Pior: como perdem votos para partidos extremistas, de direita ou de esquerda.

O comodismo e a concordância morna no pântano político não levam a nenhum lado. Ou antes, acabam por trazer consequências graves para o funcionamento da sociedade. Aparecendo a desilusão e o abatimento colectivo, abrem-se as portas para os indesejáveis extremismos.

Quarta-feira, Setembro 22, 2004

O descalabro das regras da Tribulandia

Público
Que Miséria!
Por JOAQUIM FIDALGO
CRER PARA VER

"O engenheiro Mira Amaral diz-se cansado das lides político-partidárias e tem toda a razão, coitado, aquilo é coisa de muita canseira, de muito desgaste - e de poucas, oh! tão poucas compensações. Uma pessoa entrega-se de alma e coração, passa uma vida a servir o bem público, deixa para trás carreiras profissionais e projectos de enorme futuro, dá-se, literalmente dá-se, ao país, e no fim o que é que recebe? Nada. Quase nada. Umas palavrinhas de circunstância, um louvor no "Diário da República", pouco mais. Uma pessoa gasta os seus melhores e mais produtivos anos metida em cargos exigidos pela "vida político-partidária" e no fim sai de lá como? Sem nada. Quase com uma mão à frente e outra atrás. É naturalíssimo que uma pessoa se canse..."

Esta situação denota bem o descalabro em que se tem vivido. Regras para uns e regras para outros. Certamente, já nem usam cinto para apertar. Os outros que apertem o cinto, deles. Simplesmente, ridículo.

A luz no fundo do buraco da Tribulandia

Em entrevista à 2 sobre a sua candidatura a secretário-geral do PS, Manuel Alegre responde tranquilamente às perguntas dos jornalistas. Sensatamente, na linha de ideais que sempre defendeu. Mais uma vez, é confrontado com o facto de ser poeta e escritor. Parece que para ser político há que ser, no mínimo, ignorante ou insensível. Depois vem o famoso défice das Finanças (quantos alunos do Professor Salazar!). Vai manter ou não as contas certas mesmo que o resto corra mal como tem vindo acontecer? Grande objectivo dos grandes homens da História! Finalmente, entre outras coisas, a pergunta se é candidadto a Primeiro. Manuel Alegre lembra os princípios parlamentares da Constituição e desvia-se da fulanização existente. Irá perder? Que interessa, se já acendeu o facho da esperança de grande parte da população quanto à possibilidade de haver diferentes políticos na cena nacional? A esperança é a última a morrer.
Os cidadãos interessados no futuro deste pequeno país, que muitos querem vender a retalho, agradecem ao poeta.

Verdades absolutas da Tribulandia

Na opinião de muito "cristão", sábio e entendido, nas coisas da vida, o homem tem que nascer. Depois, já pode morrer de fome ou doença ou definhar a alma sem educação.

A alegria na Justiça

JN
Julgamento da Casa Pia só começa em Novembro

Reparem na cara sorridente de todos os advogados de defesa. É só clicar no link...


A falta de educação na Tribulandia

JN
Comportamentos censuráveis
civismo Algumas regras essenciais pouco observadas


"Seguia Maria na sua marcha pela auto-estrada Porto-Lisboa quando, de repente, um condutor se abespinhou com a ultrapassagem. Este acelerou e colocou-se novamente na dianteira, abrandando subitamente a marcha. Nisto, um automóvel aparentemente comum destacou-se, acelerou, accionou uma sirene policial. Acabou o "picanço". O condutor cedeu à autoridade que se transportava no interior do carro descaracterizado da GNR e encostou. Maria sentiu-se vingada.
O episódio é tão verdadeiro que nem necessitaria de um testemunho. Todos os dias, a despeito da censura expressa do Código da Estrada, são frequentes os "picanços."

Picanços? Falta de educação, de civismo e egoísmo besta. Mas não é o que se anda a ensinar: que o mundo é dos espertos e dos fortes? Eu não diria vingada , diria aliviada. Mas nem sempre os agentes da autoridade andam a ver esses primatas engravatados.

Um atitude concreta do Presidente

JN
Jorge Sampaio não deixará passar taxas diferenciadas

Presidente da República diz para não contarem com ele para destruir o Serviço Nacional de Saúde Proposta de Santana Lopes criaria injustiça fiscal suplementar.

"O presidente da República declarou-se, ontem, indisponível para deixar passar um eventual diploma que estabeleça taxas moderadoras diferenciadas no acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Jorge Sampaio considera que, para além de "alterar a filosofia" do SNS, a diferenciação das taxas, "criaria uma injustiça fiscal suplementar"."

Muito bem Sr. Presidente. Mostre o seu carácter aos aprendizes de feiticeiro. Não foi eleito só para lamentar-se e dar por ela tarde que o estão a ultrapassar.

Terça-feira, Setembro 21, 2004

Dar música aos contribuintes da Tribulandia

Público
Administradores da Porto 2001/Casa da Música Podem Ser Investigados por Suspeita de Gestão Danosa
Por ANTÓNIO ARNALDO MESQUITA E INÊS NADAIS, com A.A.S.

"Os administradores da Porto2001/Casa da Música, entre Dezembro de 1998 e Setembro de 2003, poderão vir a ser investigados por gestão danosa pelo Ministério Público (MP), na sequência do resultado da auditoria recentemente divulgada pelo Tribunal de Contas (TC).
Os visados no inquérito são os membros das equipas dirigidas por Artur Santos Silva, Teresa Lago e Rui Amaral, já que Manuel Alves Monteiro assumiu a presidência da Sociedade Casa da Música apenas em Julho do ano passado, e a sua acção praticamente não aparece citada pelo TC. Recorde-se que a referida auditoria tece duras críticas à forma como os projectos foram dirigidos e às derrapagens financeiras de alguns dos principais empreendimentos (ver caixa)."
(...)
"O relatório que o TC divulgou a 20 de Julho é particularmente severo no que diz respeito ao desempenho da Sociedade Porto 2001/Casa da Música nos capítulos da execução física e financeira, sublinhando o tom geral de derrapagem orçamental e de incumprimento dos prazos que caracterizou as intervenções promovidas pela Capital Europeia da Cultura.
Os auditores do TC consideraram que o projecto Porto 2001 foi "insuficientemente planeado e orçamentado", tendo resvalado dos 182,3 milhões de euros inicialmente orçamentados para um total de 300,9 milhões, em parte devido à Casa da Música."

Isto é que tem sido um eterno desconcerto. Mas que grandes "músicos" tem a Tribulandia. Alguns até dariam para construtores civis. Ainda nos lembramos dos capacetes culturais dos placards. Ou deveriam ser barretes?

Justiça fiscal na Tribulandia

Sic Notícias. Comentam um representante de "Esquerda" e um representante de "Direita".
Questão: Eliminação dos benefícios fiscais das poupanças reforma e das poupanças habitação. Discute-se o ataque e os prejuízos à classe média. O representante de "Direita" e do governo, afirma a determinada altura que quem será prejudicado serão os muito ricos e que os escalões de IRS serão alargados. Desato à risada. Já estou a ver os muito ricos preocupados com a sua poupança reforma e a verem os seus ricos tostões a desaparecerem. Haja dó!

Segunda-feira, Setembro 20, 2004

A boa consciência pontual

Um Sinal, Entre Muitos
Por NUNO PACHECO
(...)
"Nada pode justificar que se ultraje os valores éticos e humanos", diziam, em uníssono, os líderes dos Quinze membros da União Europeia, quando em três singelos minutos de silêncio se curvaram em memória dos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001. Um pouco por toda a Europa e também pelo mundo, pararam pessoas, veículos, empresas, escolas. Talvez Beslan tenha parado. Ou Chelas. A verdade é que havia um sentimento comum de repúdio pelo inominável."

Era bom é que se preocupassem todos os dias com as atrocidades que se cometem em todo o mundo contra crianças , mulheres e homens. Ou não sabem o número de crianças que morre por dia de fome ou de doença?

O dia em que os autarcas andam de bicicleta

Depois de amanhã
Dia Europeu Sem Carros: 51 autarquias portuguesas participam na iniciativa

"O Dia Europeu Sem Carros, que se comemora depois de amanhã, conta este ano com a participação de 51 municípios portugueses, onde se promoverá a substituição do automóvel particular pelo transporte público, bicicleta, patins ou deslocações a pé."

Um dia de bicicleta, todos os outros a estragar o ambiente. Mas como é para as fotografias...

Usar e deitar fora na Tribulandia

Público
No norte do país
Sindicato da construção denuncia abandono de cinco mil trabalhadores imigrantes


"O sindicato dos trabalhadores da construção do norte estima que cinco mil imigrantes, principalmente do Leste europeu, foram dispensados pelos seus empregadores do sector da construção e de pedreiras do norte de Portugal e que se encontram em sérias dificuldades de sobrevivência.
Albano Ribeiro, presidente do sindicato, denuncia que os trabalhadores são "atirados fora como um guardanapo" depois de terminadas as obras, sem que lhes sejam pagas as devidas indemnizações.
Enquanto trabalham para as empresas portuguesas - todas elas de pequena dimensão, não passando, segundo Albano Ribeiro, de "engajadores de mão-de-obra" - estes trabalhadores recebem salários bastante inferiores ao previsto na lei."

Assim vão os direitos humanos e a hospitalidade na Tribulandia. Que andarão a fazer as autoridades responsáveis? A pregar humanismo? Mais uma vergonha...

Os abusos de poder democráticos

Se a primeira fonte de abuso num sistema democrático vem dos autocratas eleitos, a segunda vem do próprio povo. James Madison explica nos Federalist Papers que " o perigo da opressão" numa democracia vem "da comunidade que forma a maioria". Tocqueville alertou para "a tirania da maioria", quando escrevia que a "a verdadeira essência de um governo democrático consiste na absoluta soberania da maioria". O problema acutilante e crucial para Madison e Tocqueville pode parecer menos importante no Ocidente, hoje em dia, onde os indivíduos benefiam de protecções diversas e as minorias de direitos específicos. Mas na maior parte dos países em vias de desenvolvimento, ao longo das últimas décadas, tem sido uma em que as maiorias - umas vezes, tranquilamente, outras vezes, de forma estridente - têm eliminado a separação de poderes, minando os direitos humanos e corrompendo tradiçõesa antigas de tolerância e equidade.
Fareed Zakaria - O Futuro da Liberdade

Paisagem urbana ambiental

Porto - centro

O Grande Educador da Tribulandia

Como se passa o tempo na Tribulandia

Domingo à noite. Passo pelo café. Quase cheio, a maior parte das pessoas vendo futebol de cabeça levantada quanto baste. Poucos conversando ou lendo. A passar por outros cafés em funcionamento, a mesma cena: televisores retransmitindo futebol. Porque será que os sonhos e ambições se concentram naquele prazer passivo de vitórias ou derrotas alheias? Poderemos concluir que vivemos a época da monocultura desportiva de assento?

O Fidel das Elhas

Diário Digital
Jardim propõe a criação de três sistemas políticos em Portugal

"O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, propõe a criação de três sistemas políticos diferentes em Portugal, de acordo com as realidades do Continente, dos Açores e da sua própria região autónoma, dentro do Estado único.
Para o governante, «se o Estado português está neste momento envolvido em enormes dificuldades, sobretudo por causa de uma teimosia dogmática que o torna incapaz de fazer as mudanças que o Estado mas, sobretudo, o povo português exige e carece, então hoje é dia de dizer que, nós, madeirenses, pertencentes à mesma Pátria, não queremos ir por esse caminho»"

Um caminho para gastar e outro para receber?

É um desastre completo diz Silva Lopes

Na 2 o prof. Dr Silva Lopes fala sobre economia. Ouço atentamente e intentarei traduzir as ideias expandidas, naquilo que me pareceu mais importante:

Paraísos fiscais - Chega-se à conclusão que iniciativas de um só país como as agora badaladas obterão poucos resultados práticos. Motivo: teria que haver uma iniciativa a nível mundial que não avança e que o professor não entende. Para mim entende, só que não quer dizer. Claro que os grandes potentados financeiros não querem e são, efectivamente, eles que mandam. Ponto.
Situação da Economia da Tribulandia - Deficiente industrialização e pouco incentivo ás poucas PMES que garantem a maior parte das exportações, juntamente com as multinacionais. Os nossos grandes grupos económicos dedicam-se sobretudo aos serviços, distribuição e construção civil e essas actividades não são, só por si, garantes do crescimento necessário. Retira, posteriormente, o sector da cortiça do grupo Amorim e a pasta para papel do grupo Belmiro. Quanto aos organismos reguladores de concorrência diz que tentam agradar aos grandes grupos o que é evidente. Daí a sua convicção e a nossa que o poder económico manda no político.
Tem medo dos sindicatos dos monopólios (médicos, professores e outros) e reconhece que os sindicatos tradicionais de sectores em crise estão de boca calada( metalúrgicos e quejandos, tradicionalmente fortes).
Sector público - Em geral os funcionários públicos ganham mais 20% do que em funções semelhantes privadas e a parte feminina mais 40%. Há professores a mais mas o ensino não presta. Os deputados e outros recebem reformas não em função do que descontaram mas á custa dos impostos.
Crescimento- era de 6,4% nos anos 60 mas tem vindo a decrescer e está agora em 1,9%.
Ensino - 47% dos jovens que deveriam estar no ensino estão fora do sistema.
Empreeendorismo - Fraco e dedicado a pequenos negócios que não exportam nem substituem importações. A maior parte em dificuldades. Falta de competitividade.
Reformas - Pensa que deveríamos ir para um sistema que garantisse um mínimo a todos os cidadãos e fosse complementado pelos descontos de cada um. Concorda com o actual ministro da Finanças em acabar com benefícios fiscais no IRS mas admite-os no investimento. Não concorda com as taxas moderadoras por motivos ideológicos (?) e de ordem prática.
Reconhece que em muitos casos não se faz nada por causa dos lobbies.
De uma maneira geral fala como bom tecnocrata, beneficiário do sistema como tantos outros. Boa reforma do Banco de Portugal (600 contos) e continua a trabalhar noutra Instituição ou noutras(?).
Liberal quanto baste, correcto nas análises, algum bom senso social.
Retenho uma das suas frases: "É um desastre completo". Pois é, senhor professor. Falta a opinião e vontade de quem manda: os que têm o dinheiro para mandar nos políticos e em todos os demais.

Domingo, Setembro 19, 2004

Lei da utilidade decrescente política

Cada vez que muda o governo da Tribulandia tudo vai para pior.

A grande devoção da Tribulandia

Público
Scolari Ofuscou Políticos nas Feiras de Ponte de Lima

"O seleccionador nacional de futebol, Luiz Felipe Scolari, foi ontem o principal motivo de atracção durante o cortejo etnográfico das Feiras Novas de Ponte de Lima, que todos os anos arrasta muitos milhares de pessoas até àquela vila do Alto Minho. A presença de Scolari na tribuna de honra, enquanto decorreu o desfile que durou cerca de duas horas, acabou por ofuscar a de qualquer uma das figuras de proa convidadas este ano pela câmara municipal a participar naquelas festividades, como o ministro do Turismo, Telmo Correia, e o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, José Eduardo Martins, e até a do autarca anfitrião, Daniel Campelo."

E é para admirar num país onde a grande maioria dos homens só falam de futebol a semana toda (agora também algumas mulheres)? Por isso estamos onde estamos: na cauda de toda a Europa e muito parecidos a qualquer país da América Latina das bananas.

Os brandos costumes da Tribulandia

Público
O Mistério da Casa Pia
Por ANTÓNIO BARRETO
(...)
"Voltando à Casa Pia. A serem verdadeiras as acusações e a confirmarem-se os alegados factos amplamente divulgados, podemos ter por assente que foram cometidos crimes muito graves, de modo continuado, durante vinte anos, ao abrigo das regras de organização de uma instituição pública. A autoria dos crimes é discutida e polémica, mas a sua existência constitui um facto. Dezenas ou centenas de crianças confiadas (pelos pais, por outros familiares ou por instituições) ao Estado foram molestadas em proveito da luxúria e das finanças de umas tantas pessoas, uns funcionários da dita Casa Pia, outros meros colaboradores, outros ainda totalmente estranhos à entidade. A instituição e as suas regras de organização permitiram tais factos ou, pelo menos, não foram os adequados para os evitar."

Ainda se lembram desta vergonha nacional? Ou isto terá o destino de tanto escândalo que se perdeu na poeira do tempo?

As grandes ambições da Tribulandia

Público
Nove em Cada Dez Jovens Gozam Tempos Livres em Centros Comerciais

"As conclusões de uma sondagem da empresa de estudos de mercado Marktest só vêm confirmar aquilo que todos os que passam, durante um fim-de-semana, nas imediações de um centro comercial já sabem: os portugueses são "viciados" em centros comerciais e estes espaços já são encarados, também, como espaços de divertimento e lazer e não apenas para "ir fazer as compras".
De acordo com a sondagem telefónica da Marktest, a grande maioria (63,9 por cento) dos residentes nas regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto costuma visitar centros comerciais nos seus tempos livres."

Aí estão as grandes catedrais da cultura da Tribulandia. Não haja dúvida que estamos fortalecendo a nossa juventude para enfrentar os desafios actuais e futuros do mundo. Se juntarmos os telemóveis e os jeeps temos uma geração apetrechada para enfrentar os problemas profisionais e para evoluir culturalmente.

Sábado, Setembro 18, 2004

Creative Commons- Uma ideia interessante

Se tiver curiosidade veja o vídeo
Creative Commons

Perdido por dez perdido por cem

O governo da Tribulandia é como aquelas equipas que, de repente, sofrem 3 golos e depois tanto lhes faz perder por 7 ou por 8.

Grande concurso da Tribulandia

A TV da Tribulandia vai realizar um concurso com prémios fabulosos: 100000 Euros de reforma vitalícia, lugar de apresentador de um programa desportivo ou cultural, 40 lugares de administrador ou vogal consultivo de grandes empresas e presença na assistência do Show (sic).

-Tens mais de 18 anos, tiraste um curso com notas medíocres mas fizeste um Master Degree de 3 meses numa Universidade desconhecida?
-És fotogénico? A tua tia acha-te o mais bonito do bairro?
-Gostas de aparecer na "Trombas", na "VIPES" e adoras chás de beneficiência?
-És ambicioso, matreiro e tirano mas sabes lamber botas e engolir sapos?
-Não percebes nada de nada mas leste "O Príncipe" de Maquiavel?
-Tens sempre à mão meia dúzia de frases feitas, daquelas que agradam a gregos e troianos?
-Tens pelo menos uma dúzia de gravatas (amarelas, cor de rosa, vermelhas, etc.)?
-És pelo menos sócio de 5 clubes de futebol?
-Choras quando a tua selecção de futebol perde?
-És iliberal mas dizes adorar a liberalização?
-Foste membro de um partido de extrema-esquerda mas reconheces a vantagem da mudança?

Inscreve-te no concurso "Se eu fosse ministro" e podes ganhar todos aqueles prémios.

Gostos não se discutem

Há quem adore o Cristiano, há quem adore o Deco, há quem adore o Mourinho. Nós cá preferimos a Halle Berry

Cada vez se respira menos nas cidades da Tribulandia

Público
É Perigoso Respirar em Lisboa e Porto

Em mais de um terço do ano, respirar nas principais artérias de Lisboa e Porto é muito pouco saudável. A Avenida da Liberdade, na capital, é mesmo a campeã da poluição por partículas, libertadas pelos escapes dos carros a gasóleo. E Vila do Conde lidera a tabela no Norte. Para resolver a situação, os ambientalistas da Quercus propõem a revisão do Imposto Automóvel, de forma a privilegiar aqueles que adquirem veículos já com filtro de partículas.
(...)
A solução é obrigar à colocação de filtros nos carros a gasóleo mas, em Portugal, são raras as marcas que equipam os carros com aquele mecanismo de retenção da poluição. Quem queira instalar um carro depois de o comprar terá de pagar cerca de mil euros. A forma de obrigar à instalação destes equipamentos seria, considera a Quercus, fazer uma discriminação positiva dos veículos com filtros ou pouco poluentes, através do Imposto Automóvel.

Ora aí temos o resultado da proliferação dos veículos a gasóleo tão alimentada pela diferença de preço dos combustíveis. E porque virão os carros a gasóleo para a Tribulandia sem filtros de partículas? Terceiro Mundo? Claro que proíbir de fumar é mais fácil.

As eternas esperanças da Tribulandia

JN
Sampaio criticou sistema de colocação de docentes

"Os atrasos verificados no processo de colocação de professores foram, ontem, criticados pelo presidente da República. Jorge Sampaio atribuiu nota negativa ao arranque das aulas e disse-se esperançado de que as escolas possam ter um quadro de docentes mais estável para o ano."

Promessas para um futuro que nunca chega, não faltam. Realidade isso é outra coisa.

A poupança da Tribulandia

JN
EVASÃO FISCAL
Uma reforma de "valor obsceno"
Números por quantificar

O ministro Bagão Félix manifestou-se surpreendido com o regime de aposentação para administradores em vigor na Caixa Geral de Depósitos e, consequentemente, com o montante de reforma a que tem direito Mira Amaral (que ascende a 18 mil euros mensais). "Estes valores parece-me violentadores da equidade social. São valores de um exagero que o país não pode aceitá-los, são quase obscenos".

De boas intenções estão as gavetas cheias. Todos somos iguais mas uns mais iguais do que os outros. Assim vai a redução de custos na Tribulandia...

O moderno sistema totalitário

"A really efficient totalitarian state would be one in which the all-powerful executive of political bosses and their army of managers control a population of slaves who do not have to be coerced, because they love their servitude. To make them love it is the task assigned, in present-day totalitarian states, to ministries of propaganda, newspaper editors and schoolteachers.... The greatest triumphs of propaganda have been accomplished, not by doing something, but by refraining from doing. Great is truth, but still greater, from a practical point of view, is silence about truth."
Aldous Huxley Brave New World foreword to 1946 edition

As reinvenções da Tribulandia

JN
Grande Plano
"Direita nunca quis o serviço público"
Dar um cartão ao utente da saúde onde esteja inscrita a sua categoria de rendimentos para cobrar uma taxa moderadora em função dele é o mesmo que se fazia "no tempo de Salazar". Os pobres tinham um "atestado de indigência" passado pelas câmaras. "Humilhante!". António Arnaut, (…)

Só falta obrigar a colocar algo nos casacos e bonés para identificação imediata.

Onde a beleza acontece

Barcelona 2004
Mover el Mundo - Omkarakala

Conjunto de panelas para aplaudir política económica da Tribulandia

Conveniente ter preparadas para qualquer ocasião

Fundos públicos e interesses privados

Público
Economia Portuguesa Vai Continuar a Afastar-se dos Níveis dos Países Mais Avançados
Relatório da OCDE sobre Portugal
(...)
"A avaliação da situação económica nacional pela OCDE está carregada de más notícias: o país estagnou e tem o seu crescimento comprometido por severos desequilíbrios - um elevado défice externo e um exagerado nível de endividamento das famílias e das empresas. Com uma força de trabalho mal formada e pouco produtiva, sem recorrer às novas tecnologias e sobretudo malbaratando os dinheiros públicos, Portugal é o país da Zona Euro com o mais baixo PIB per capita (antes do alargamento, era o país com o PIB per capita mais baixo da UE)"

Força Tribulandia. Onde foram parar esses fundos malbaratados? Ainda gostaríamos de saber o seu destino. Certamente não foi a saúde e a educação.



Tudo tem que ser produto pago na Tribulandia

Vejo num blog uma grande alegria pelo acabar do serviço militar obrigatório, considerando tratar-se do fim duma escravatura dos jovens que por um valor simbólico sacrificavam parte das suas vidas. Penso, minimamente, que se trata de um insulto a todos os jovens que passaram pelas fileiras do exército mas que nunca se sentiram escravos e que foram uma parte importante da alteração de mentalidade das forças armadas. Eu, pelo menos, nunca me senti escravo e tenho muito orgulho em não ter fugido ao que eu pensava ser uma obrigação para com o meu país. Fugir a defender a sua nação foi sempre para mim uma prova de cobardia, alicerçada em falsas razões pacifistas (salvo raras excepções). Não que seja adepto de guerras e matanças mas penso que muitos dos que fugiram ao serviço militar são hoje grandes defensores do ódio e das guerras porque não passaram nem tencionam passar por lá. Criar um exército de mercenários é o mesmo que dizer que defenderão quem lhes paga e não o seu povo ou a sua nação. Mas como tudo tem que ser pago e abandalhado é difícil entender para muitos o valor do sacrifício por ideais.

Sexta-feira, Setembro 17, 2004

O caminho de Metropolis na Tribulandia

A classe média da Tribulandia já teve que se defender da colectivização que a queria englobar na proletarização mas não faltará muito que tenha que se defender dos que a querem tornar um espécie de párias, marginalmente mendigos, trabalhadores automatizados e adormecidos por meios audio-visuais.

É fartar vilanagem da Tribulandia

Vivemos na era do egoísmo e do primarismo. Tantos e tantos homens se dedicaram a enobrecer a raça humana e, de repente, tudo começa a andar para trás. Os novos barões do feudalismo moderno, descoberto o filão de como entreter a malta sugando-lhes o sangue e a vida, deliciam-se com as suas pomposas frases de liberdade (a deles) e são contra tudo o que seja social (tirando claro está as festas das tias e dos tios), inventam as mais absurdas teorias sobre o funcionamento da sociedade e julgam-se ao abrigo da justiça e das regras que só servem para os outros. Falta-lhes aquilo que os Bórgias conseguiram: dominar a Igreja e serem Papas. Mas esquecem-se que talvez exista um Deus que os corrija e puna.

Quanto menos qualificados melhor

A convergência da Economia da Tribulandia

Público
Economia Portuguesa Vai Continuar a Afastar-se dos Níveis dos Países Mais Avançados

Relatório da OCDE sobre Portugal

"Num relatório sobre Portugal ontem divulgado em Paris, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) traçou um retrato pouco animador para o futuro próximo da economia nacional. Mesmo acolhendo favoravelmente as reformas lançadas pelo Governo de Durão Barroso, a OCDE analisou a eficácia da sua execução, avaliou os constrangimentos das finanças públicas, mediu os índices de produtividade, de inovação e de vitalidade do sector empresarial e concluiu que, nos próximos anos, Portugal continuará a afastar-se dos níveis de desenvolvimento dos países mais avançados da organização."

Nem a política do bom chefe de família nos salvará. As contas ficarão equilibradas mas a economia não avançará. Preparem-se para um pior nível de vida, com excepção de meia dúzia de felizardos.

As vítimas do "bunker" da Casa da Música

Público
Porto
Alves Monteiro demite-se da Casa da Música

"Manuel Alves Monteiro anunciou hoje a sua demissão de presidente da Casa da Música, no Porto, num comunicado de cinco páginas em que descreve a obra feita mas em que não explica o que motivou a sua decisão.
O presidente demissionário do polémico edifício do Porto limita-se a descrever pormenorizadamente o trabalho que efectuou ao longo dos 14 meses em que liderou a Casa da Música, realçando a obra feita e o trabalho concluído.
Recentemente, Alves Monteiro viu-se envolvido numa polémica devido a uma alegada incompatibilidade entre a presidência da Casa da Música e os cargos que ocupa em duas empresas."
(...)
Para o Tribunal de Contas, a derrapagem neste projecto específico terá resultado do facto de a decisão de construção ter sido "deficientemente sustentada, nomeadamente em estudos técnicos e económico-financeiros irrealistas".

Mais uma vítima do sindroma da Casa da Música, uma obra que derrapou em 99 milhões de euros. É o que, normalmente, acontece com os projectos megalómanos da Tribulandia

Um português ouvido no Mundo

Barcelona 2004

José Saramago, escritor: Lo que denominamos poder democrático es incapaz de impedir los abusos que comete el poder económico

"El escritor José Saramago (Azinhaga, Portugal, 1922), premio Nobel de Literatura (1998), ha destacado esta tarde en el Escenario de la Haima que se habla mucho de la democracia, pero que nunca se discute sobre ella: «Se discute del Sida, de la tercera edad, de la homosexualidad... Se discute de absolutamente todo, a excepción de la democracia. El único lugar del mundo donde se discute de la democracia es en Barcelona, en el Fórum».

Las más de dos mil personas que hoy se han reunido para escuchar los puntos de vista y comentarios de Saramago en el escenario de la Haima le han recibido con un fuerte aplauso; igualmente al finalizar el acto y puestos en pie, le han dedicado una larga ovación. Han sido sesenta minutos de críticas especialmente dirigidas hacia las superestructuras económicas, aquellas que engloban a las grandes industrias armamentísticas, farmacéuticas o petroleras: «Podemos cambiar los gobiernos, nada más. Decidimos gobiernos democráticos que reciben órdenes de un Fondo Monetario Internacional que no es democrático. Nosotros no llegamos a los niveles donde se encuentran la OCDE o el Banco Mundial. No les podemos tocar. Alaban la conciencia cívica de los ciudadanos porque sólo podemos votar. Nada más».

Sem comentários...

Cada um por si e Deus por nós todos

Depois de ter lido no Blasfémias que "O princípio do utilizador pagador é uma excelente ideia II" com uma série de argumentos aparentemente lógicos, chegamos à conclusão que na Tribulandia o melhor é ficarmos todos em casa poupando estradas ou então cada um construir o seu próprio hospital individual...

Um movimento independente de música


Passando pela Dmusic, a mais antiga comunidade online de música que oferece Creative Commons licenças para artistas, ouvi Laura Garcia y La Banda e aqui deixo uma música de que gostei Ciudadano del Mundo, pensando que iniciativas como esta devem ser divulgadas contra a intoxicação comercial da música.

Quinta-feira, Setembro 16, 2004

Quando passam pela Tribulandia estão em declínio

Diário Digital
A Cartilha
Madonna, vai morrer longe
Clara Ferreira Alves

(...)
"A meia idade de Madonna recomenda-se, temos uma Marlene Dietrich em perspectiva, mas, a iconoclastia foi-se. Um negócio ficou. Eu não gosto de Madonna a cantar Imagine de John Lennon, formulação piegas do amor pela humanidade. De facto, pensei eu sempre, quando eles vêm a Portugal estão em declínio ou estão a ficar velhos. E estão mesmo. Espero que o Eminem não venha tão depressa."

Mas têm sempre papalvos para lhes encher os bolsos e mostrar que a crise só existe para alguns. Mas como estamos no país das cigarras tudo é admissível.

Sugestão da Tribulandia

Acabo de passar na Grande Loja do Queijo Limiano e reparei neste excelente post de Rui MCB. Sugiro que passem por lá e o leiam na íntegra.

No absentismo somos dos melhores

Público
"Baixas" são mais frequentes no Norte da Europa
Taxa de absentismo por doença em Portugal é das mais baixas

Portugal é um dos países europeus com mais baixa taxa de absentismo por doença, indica um estudo feito em 15 países da União Europeia. O documento mostra que as "baixas" são mais frequentes no norte do que no sul da Europa.

Que engraçado. Os empresários e os governantes andam sempre a queixar-se do absentismo dos trabalhadores. Parece que carecem de argumento e terão que arranjar outras desculpas para a má gestão das suas empresas.

A dependência do telemóvel na Tribulandia

Há algum tempo que não viajava para Lisboa de combóio. Mudanças: proibição total de fumar, excepto numa das plataformas da carruagem, bilhetes mais caros, creio, e muitos telemóveis, portáteis e PDAs. Já não se pode dormir uma soneca sossegado: os telemóveis tocam por tudo e por nada. "Tá, tou no combóio", "Tá, viste aquela carteira na loja tal?" Algumas conversas demoram, sem exagero, meia hora e mais. O que vale é que perdem o contacto a par e passo. Penso mesmo que os telemóveis são de empresas. Portáteis muitos e quase todos a carregar pelas insuficientes baterias. Alguns mal chegam abrem o portátil e tomam um ar compenetrado. Será que a pose conta para a eficiência? Ainda se houvesse no combóio WIFI. Poucos passageiros lendo. Alguns conversando. Não há dúvida que a comunicação se faz quase totalmente por telemóvel. Que dependência gera aquele pequeno aparelho? Ainda gostava de saber.

Filme sobre os personagens da história


Bruno Ganz
Ainda não estreou o filme "O Declínio - Hitler e o fim do Terceiro Reich" que conta os últimos dias da sua vida a braços com a sua loucura maléfica e a doença de Parkinson. Um relato sobre o seu comportamento em privado, gentil com as mulheres e com carinho especial pelas crianças. Quase toda a imprensa que já assitiu ao seu visionamento tem reagido ao facto de mostrar o ditador genocida com uma imagem muito humana. Na Tribulandia, estamos a imaginar o que se passará se daqui por 50 ou 60 anos fizerem um filme sobre os seus governantes actuais. Possívelmente,dará uma boa comédia mas a imprensa também vai reagir, certamente, não concordando com o seu lado humanista.

Quem não for rico que se amanhe...

JN
Apelo a Sampaio contra fim do SNS

O autor da lei que criou o Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Arnaut, apelou, ontem, ao presidente da República para "travar a destruição desta conquista do 25 de Abril". Uma conquista que entende ameaçada, no dia em que se celebraram os 25 anos da Lei 56/79.
(...)
O advogado acusa o actual Governo de, tal como o anterior, pretender "subverter a filosofia humanista e esvaziar o Estado de uma das suas mais nobres funções". No seu entender, "as reformas que urge fazer no campo da saúde deverão ter como objectivo a defesa do SNS em geral, e não a destruição do sector público e a sua gradual entrega aos grupos mercantilistas". António Arnaut alertou ainda para o risco de os portugueses "voltarem à situação antiga de hospitais privados para os ricos ou pagadores e hospitais públicos para os pobres", se "não for travada" a actual política para o sector.

A que porta ele foi bater. Aliás o povão anda adormecido de todo e quando der por ela já Inês estará morta. E quem se interessa pelo humanismo?

Gato Félix depenando a classe média da Tribulandia

Assim vão os colunistas da Tribulandia

Grande recomendação da colunista da "Visão" Edite Estrela: "Para resolver as dúvidas, recomenda-se que tenham um vocabulário ou um dicionário sempre à mão. E que pratiquem a escrita"

Quarta-feira, Setembro 15, 2004

A fábrica de ricos da Tribulandia

Compro a Visão. Na primeira página, em letras gordas "A vida secreta de José Sócrates" A seguir: "Mora num prédio de luxo, faz vida de rico e declara como único rendimento o seu ordenado de deputado. Conheça a história do homem que quer ser líder do PS e primeiro-ministro de Portugal". Nas páginas interiores, indica-se 11500 contos brutos de rendimento. Fala-se de diversas histórias e carros e apartamentos de luxo. Claro que todos sabemos para que servem estas histórias: sensacionalismo durante uns dias e depois cesto dos papeis. Tudo fica sempre no vago, apenas as suspeitas nalgumas pessoas se instalam mas a maioria nem liga. Quantos e quantos enriquecimentos estranhos e super rápidos não têm acontecido nesta "democracia"? Fala-se, fala-se e nada. Talvez fique até um pouco de inveja em alguns que não são tão "espertos". A propósito, como ficou o caso "RESIN"?

Mais uma vez o mau ensino da Tribulandia

Nunca paro de me admirar quando abro as páginas de um jornal da Tribulandia. Algumas vezes o meu queixo cai desmesuradamente. A OCDE mostra que a Tribulandia é dos países com menos docentes face aos alunos existentes e estes são os que têm menos horas de aulas por ano! O abadono e o insucesso escolar que afectam o nosso sistema são também referenciados. Deve andar por aí alguma estranha doença mental que tem paralisado os responsáveis por esta situação.

De boas intenções está o inferno da Tribulandia cheio

A Tribulandia deve ser o único país do planeta que derruba uma ditadura, instaura uma democracia e trinta anos depois coloca nas Finanças um sósia dum equilibrador de contas domésticas que há 76 anos dizia as mesmas coisas. Só se pode gastar o que se tem como bom chefe de família.

A defesas da liberdade na Internet

Free Culture
Free Culture, How Big Media uses Technology and the Law to lock down culture and control creativity

Lawrence Lessig, teórico do direito de propriedade intelectual na era da Internet e ardente defensor do "copyleft" acaba de publicar o seu terceiro livro que pode ser descargado no seu site, acima linkado, protegido por uma licença "Creative Commons" (QuickTime video) que permite qualquer uso não comercial do texto desde que seja creditado o autor.

As marcas conhecidas e as eleições

Nas eleições americanas, um conselheiro em marketing sugeriu a ideia de associar os candidatos Bush e Kerry a marcas conhecidas para sondar os indecisos.
Se Bush fosse um computador seria.....
Se Kerry fosse uma revista seria....
No caso das eleições para secretário-geral do PS, a Tribulandia associa, a título de exemplo:
Se Manuel Alegre fosse um computador seria um Mac
Se João Soares fosse um queijo seria Limiano
Se Sócrates fosse um sabonete seria um Lux
Aceitam-se sugestões dos nossos leitores.

Terça-feira, Setembro 14, 2004

O tempo infinito para agir na Tribulandia

Público
A Falta de Enfermeiros
Por ANTÓNIO BARRETO

"É hoje a regra em quase todos os hospitais que visitei nos últimos anos, sejam eles públicos ou privados, da "Hospitais SA" ou não: a presença generalizada de enfermeiros e enfermeiras espanhóis, assim como, em menor número, de outras nacionalidades. O que só confirma um facto bem conhecido: há anos, décadas, que faltam enfermeiros em Portugal. Já se sabia há vinte ou trinta anos. E a evolução dos serviços de saúde não alterou esta situação estranha."

Que interessante. Será que muita coisa parou, como esta, há trinta anos? A eternidade mora na Tribulandia?

Poupanças adicionais na Tribulandia

Leio aqui ou acolá falar sobre poupanças adicionais. Ainda gostava de saber como se faz essa poupança adicional com o nível médio de rendimentos que temos, os impostos que suportamos (sobretudo indirectos), os cartéis que regulam certos preços e o desemprego que grassa.

Fábulas da Tribulandia

Preferências da Tribulandia

Por tudo aquilo que vou lendo, ouvindo ou vendo, inclino-me mais para aceitar um personagem político como o Narciso popularucho do que para o tipo dos Seabras ou Assis cuja pseudo intelectualidade nada mais demonstra do que um pretenciosismo saloio.

A Teoria Económica na Tribulandia

Vejo cada arrazoado sobre Economia em muitos blogs que me parece ter voltado para os anfiteatros da Faculdade. Derivam em espiral, tentando demonstrar o que lhes interessa sobre a escola A ou B, tanto interessa. Falam em círculo restricto e devem meter a língua na boca uns dos outros. Assim, alimentam o seu ego, aumentam a confusão e ganham o apreço dos que lhes pagam. Resolver, praticamente, não resolvem nada.

Merecida homenagem na Tribulandia

A Tribulandia sugere a constituição de uma comissão para a criação de um monumento a todos os responsáveis pela Educação do país (ministros, secretários de estado, adjuntos, directores-gerais, etc.) porque, merecidamente, durante trinta anos conseguiram colocar o sector em pior situação do que aquela que estava, anteriormente. Trata-se de um fenómeno raramente observável e digno de homenagem. Talvez até digno de figurar no Guiness. Propomo-nos apoiar, activamente a iniciativa.

Os saldos como solução na Tribulandia

Desce a inflacção na Tribulandia mercê dos saldos de vestuário. A grande solução para o país será, possivelmente, entrar em saldos permanentes de tudo, incluindo governantes incompetentes.

Os pobres serão importantes?

Público
Relatório da ONU
Pobreza ameaça um quarto da população portuguesa

Dois em cada 10 portugueses encontram-se em "risco de pobreza", segundo o relatório da agência Habitat das Nações Unidas. A União Europeia (UE) tem registado um aumento "dramático" da pobreza nos últimos trinta anos devido à imutabilidade do desemprego.
Portugal ocupa o segundo lugar, atrás da Grécia, no que toca aos níveis de pobreza da antiga UE a 15. O relatório aponta que cerca de 22 por cento da população portuguesa "está em risco de pobreza ou vive com um salário que equivale a menos de 60 por cento da média nacional de rendimentos".

Que importância tem tudo isto? O importante é ver na TV o nosso clube ganhar e que venham mais estrelas mundiais actuar no país. Sempre haverá espectadores para encher as salas, até um dia, a continuar a agravar-se a situação.

Dramas económicos da Tribulandia

Por estranho que pareça o aumento da esperança média de vida na Tribulandia é um factor negativo para a sobrevivência da sua sociedade. Envelhecendo os cidadãos (remediados) tornam-se uma carga para o Orçamento do Estado e geram mais despesa com cuidados de saúde e pensões. Assim, os produtivos e inteligentes governantes gostariam de ter uma população maioritariamente jovem. Claro que aumentando a população jovem sobem os encargos com a educação. Também não se quer que subam, sobretudo com os que não têm condições económicas para frequentar ensinos privados. Menos conhecimento, menos capacidade tecnológica. E, finalmente, como há poucos empresários de risco e criadores de emprego também haverá menos cidadãos trabalhando e com possibilidades de pagar os tais cuidados privados e a tal educação selectiva. Como ainda a maioria foge aos impostos torna-se difícil ver aumentos na receita do Estado. Por sua vez o Estado é um enorme consumidor de recursos e está eternamente a reorganizar-se (sem grandes resultados). Solução: que vão morrendo mais cedo.

Taxas diferenciadas na Tribulandia

Segundo me contou o meu barbeiro, as instalações sanitárias públicas vão passar a ter taxas diferenciadas. Esperamos confirmação oficial.

Sempre o mesmo a pagar tudo na Tribulandia

Tanta questão sobre quem paga isto e aquilo e sobre a justiça social mas, pura e simplesmente, quem paga é o Zé que trabalha e não foge aos impostos.

O diletantismo na Tribulandia

Vemos aqui e além os eternos "intelectuais de regime" procurar no diletantismo da sua escrita o encobrimento de muita coisa falsa e podre. E assim se revêm no conjunto de palavras rebuscadas e conhecimentos de autores e factos (que qualquer atento leitor pode encontrar numa livraria). Masturbam-se intelectualmente e acreditam que os escritos limpam as nódoas. Vale-lhes a ignorância de muitos para sobreviverem e a esperteza dos que os utilizam (embora com desprezo) para se sustentarem.

O altruísmo na Tribulandia

Entrevistas da Tribulandia

Resolvemos mandar um dos jornalistas da Tribulandia entrevistar um dos possíveis candidatos à Presidência da República. Fomos encontrar o Tonecas bastante moreno e anafado, recebendo-nos com aquele largo sorriso que nos parece engolir à primeira dentada. Fatinho de boa fazenda, camisinha azul bébé, gravatinha cor de rosa (bébé) convidou-nos a entrar no seu doce ninho. Perguntamos-lhe como tinham sido os seus tempos de exílio, tomamos um café e demos a volta ao mundo. Nos próximos tempos já não precisamos de comprar a revista "Evasões". Tiramos as fotos da praxe, de pé no jardim, sentado na cadeira do Luis XIV, deitado com o cãezinhos e com ar pensativo, escrevendo as suas memórias em papel reciclado. E começamos:
R. - Como se tem dado com o tratamento de esquecimento das asneiras passadas?
T. - Muito bem. Aliás, não foram bem asneiras. Como sabe as maiores realizações deste país derivam de asneiras.
R. - Sente-se preparado para asumir a Presidência?
T.- Claro. Você conhece algum cargo mais fácil de desempenhar? O que vou precisar é de alguns triunfos do futebol para exercitar as minhas emoções copiosas.
R.- É um candidato de esquerda, do centro ou de direita?
T.- Sou um candidato abrangente.
R.- Que pensa da situação actual do país?
T.- Está muito bem. Veja o êxito da Madonna na capital. Veja a quantidade de estrelas de futebol que exportamos. Veja como o nosso mar continua verde e as nossas montanhas de cabelo aparado. Adoro viajar nas Scuts sem pagar. A nossa juventude cada vez gosta mais de telemóveis e de cerveja. Só nos fazem falta mais alguns acontecimentos que projectem a nossa imagem, mas tenho a esperança que se o Kerry ganhar venha cá almoçar comigo.
R.- E a situação económica?
T.- Foi muito bom entrar para o Euro. Já viu as lindas moedas que agora temos?
R.- E a cultura?
T.- Temos que deixar de ser bairristas. Temos que aprender a cantar country e a dançar sevilhanas. São boas para o exercício das cordas vocais.
R. - Quer continuar a ser Chefe Supremo das piadas?
T.- Penso ser indispensável para a harmonia. Aliás também gosto muito do Xantana. Juntos, podemos animar muito as noites da capital.
R.- Como vê o país dentro de vinte anos?
T.- A juventude já deixou de estudar e será mais feliz. Já tem muito trabalho com as motos e os telemóveis. A maior parte da população deixará de trabalhar e viverá em loisir permanente. Teremos várias universidades de futebol e exportaremos, significativamente, jogadores para outros países. O Estado estará reduzido à cobrança de impostos. A Justiça será entregue a firmas privadas e portanto mais eficaz. O exército fará as suas missões subcontratando no exterior.
R.- Mas isso é uma visão dantesca...
T.- Está enganado. O povo estará feliz e passará as tardes a ver televisão.
R.- Ah..
T.- Há que ter visão meu caro.

Saímos lentamente, mudos e paralisados. Tonecas ficou a alisar o cabelo para uma entrevista a uma revista de moda que se realizaria a seguir.

A futurologia da Tribulandia

A Tribulandia é um país que se habituou a viver no futuro. Qualquer coisa de bom sempre se passa lá. O presente é tão feio e ridículo que logo, logo se esquece. O problema é que nunca chegamos lá (quer dizer: a maioria dos cidadãos).

Segunda-feira, Setembro 13, 2004

A nivelação pela ignorância na Tribulandia

Público
Alunos Mostram Os Podres das Escolas Portuguesas?

"O Ministério da Educação não ouve alunos nem professores. Quando estes entendem exigir, está tudo contra: colegas, alunos, ambientes familiares, associações de pais, inspectores, etc. Fabricamos falso sucesso e produzimos analfabetismo encartado. Exibimos escola democrática e niveladora em sociedade fortemente cruel, discriminadora e competitiva e aninha-se na escola a competição nos estudos, na roupa de marca, nas canetas, mochilas, telemóveis...
É horripilante verificar como instituições do ensino superior exigem altíssimas classificações para alguns cursos, sem razão proporcional, e para outros se contentam com qualquer coisinha. Depois, no ensino superior, às vezes, não se colmatam as lacunas de formação, 'compram-se' trabalhos, luta-se pelo êxito académico."

Verdades que a todos devem tocar para reflectir. Será que podemos mudar alguma coisa meste quadro? Ou seguiremos na cola das campanhas de marketing embrutecedoras?

Duas faces da mesma realidade da Tribulandia

Na imagem o discurso de ministro das contas da Tribulandia. Em baixo, no rodapé, os pormenores do concerto da Madonna. Tese e antítese de uma mesma realidade. Uma invoca a outra na alienação dos dias perdidos. Noutra imagem o problema das scuts, consequência de vias rápidas que, pelos vistos, continuam a levar a lado nenhum. Chega-nos o cansaço dos espectadores que dormiram ao relento. Esperemos que o prazer de estar na frente da diva os compense. Nós, por casa, continuamos à espera de melhores dias, onde a solidão não se apague com música pop.

Onde param as dádivas do coração na Tribulandia

Público
Em Vez do Amor, o Aborto
Por POR MÁRIO PINTO

"Depois de uma série muito popular, na televisão, que foi "o barco do amor", tivemos, ultimamente, também sobretudo na televisão, uma "serieta" contrária ao amor, "o barco do aborto". Na verdade, só quando o amor acaba começa o aborto. Se o amor é essencialmente dádiva do nosso coração, o aborto é exactamente o contrário, porque é recusa do dom mais elevado que imaginar se pode: o dom da vida, simbolizada pelo bater do coração do filho."

Onde para o amor quando vemos homens a dormir na rua, crianças vítimas das mais variadas violências e cortamos as verbas para a educação e a saúde? Possivelmente, nestas ocasiões esse "amor" anda de submarino.

Extravagâncias na Tribulandia

Público
Entrevista
Nuno Morais Sarmento: Presidente da República é "parceiro de mudança" do Governo
(...)
P. - Parceiro de mudança é um conceito um pouco extravagante no nosso sistema político.

R. - Pois então será extravagante... situações excepcionais exigem, muitas vezes, soluções excepcionais. Eu acho que o Presidente assumiu, ao dizer que aquelas são áreas de preocupação suas, ao marcá-las como áreas em que deve haver intervenção, mudança, actuação por parte do Governo, que as iniciativas que nessa área se verificarem, desde que correctas, são iniciativas que contam com o seu apoio.

Nada como um pouco de extravagância no universo da Tribulandia. Sempre anima o clima de festa em que vivemos.

Novas devoções na Tribulandia


Madonna
JN
Fã veio de Budapeste para Lisboa

" Pura devoção: Akos Urr é húngaro e acabou de chegar a Portugal com o único propósito de assitir aos dois concertos da Madonna.
(...)
Os seus ingressos para os concertos de hoje e e amanhã foram comprados em leilões da Internet: "Só este ano já gastei quase três mil dólares com as viagens e os bilhetes", prosseguiu, admitindo ter perfeita noção que "isto é uma loucura"."

Quem somos nós para o contrariar. Parece que há muitos mais tribus dos que os da Tribulandia...

Domingo, Setembro 12, 2004

Dia nacional de Cabo Verde -12 de Setembro

Os parabéns a todos os cabo-verdianos que trabalham na Tribulandia

A vergonha da Tribulandia

No Do Portugal Profundo:
Segundo depoimento sobre Ferro, Pedroso e outros
Tal como prometido, transcrevo um segundo depoimento sobre Ferro Rodrigues, Paulo Pedroso e outros relativo ao processo de pedofilia da Casa Pia.


"Faço-o em nome do interesse nacional e da democracia, com o objectivo de travar nova tentativa de golpe palaciano sobre a independência do poder judicial, orquestrada pela rede pedófila de controlo do Estado com o objectivo único de neutralizar o processo da Casa Pia e manter o poder iníquo.
O processo tem julgamento marcado (conforme é público) e tem sido discutido publicamente por iniciativa dos acusados. Os documentos que tenho transcrito já foram citados abundantemente nos media tradicionais - apenas os publico na íntegra, em vez das citações escolhidas. Aqui se publicam os depoimentos e outros documentos para que se possa esclarecer a realidade dos factos. Quem se sentir atingido pelos depoimentos, tem o direito de os contestar.
O nome, e demais elementos identificativos, dos meninos e jovens abusados, bem como do agente da Judiciária que regista o Auto, são preservados (no que respeita à Dra. Rosa Mota, é público a sua coordenação de investigação do processo), tal como a identificação de acusados e suspeitos de pedofilia cuja menção poderia prejudicar eventuais investigações.
Peço aos visitantes que copiem imediatamente este e outros documentos que publiquei, os transcrevam nos seus blogues e os difundam por mail para todos os seus contactos. A rede pedófila que controla o Estado tem de ser desmantelada!"

Sem comentários. Não recomendável a pessoas sensíveis ou de menor idade.

O mau gosto no seu melhor na Tribulandia

Se quiser terminar o seu fim de semana, tomando um "banho" de mau gosto, não se esqueça de ver o Herman (sic). Faz pena ver artistas que poderiam ser grandes comediantes a chafurdar nas mais grosseiras piadas. Mas assim se leva a vidinha na Tribulandia, tudo em nome do sacrossanto dinheiro que tudo lava.

Os poetas proíbidos de governar na Tribulandia

Na TVi, falando das eleições para secretário-geral no PS, o Professor Martelo foge-lhe a boca para a verdade e diz:"Sócrates fala para a Direita", emendando a seguir para o Centro. Mais adiante, acaba por concluir que, na falta do Bitorino, Sócrates é o candidato ideal porque Manuel Alegre, sendo poeta não pode ser governante. Justifica este raciocínio, afirmando que não sabe fazer versos. Mas que tem uma cantiga, tem...

O professor mostra o aumento do PIB

A cantar se leva a vida na Tribulandia

Na televisão vejo mais uma vez imagens inacreditáveis. No Pavilhão Atlântico, alguns fans da Madonna levam colchões, comida e outros pertences para estarem 24 horas antes às portas de entrada e ficarem junto ao palco. Calcula-se que estarão presentes 20000 espectadores, em cada um dos dois espectáculos. Queixam-se do frio mas sobretudo da falta de cartazes a anunciar a chegada da diva! Viva a vida das cigarras.

O negócio dos alibis na Tribulandia

Um novo negócio, "Infidelity Bussines", nascido na Inglaterra, começa a alastrar na Europa. Existe já uma agência Mister Alibi com base na Bélgica para criar, fornecer alibis para as pessoas que desejem prever e justificar ausências que não desejem dar a conhecer aos que com eles coabitam ou estão mais perto. Pela módica quantia de 50 euros, os seus fundadores podem fornecer convites personalizados para um congresso ou um seminário, mas também reservar sobre um falso nome um quarto de hotel, efectuar compras de flores e de presentes com toda a discreção.
Na Tribulandia não faltarão certamente clientes, sobretudo políticos, e esperamos a abertura de delegação em breve.

Um passo para a frente e outros para trás

Ao ler o Bartoon de hoje no Público, percebo na simplicidade e engenho do cartoon uma grande verdade. Refere-se à posição do Presidente quanto ao aborto, mencionando o que ele disse sobre ser uma questão polémica e sem se pronunciar num sentido ou no outro dizendo que se deve avançar por pequenos passos. Um lê o jornal e outro pergunta: "Como?". Acaba por concluir, interrogando-se: "Um passo para a frente, outros para trás"?
Na verdade, sempre foi essa a posição de muitos políticos da cena nacional. A posição do Presidente, nada mais reflecte do que uma posição de imobilismo de grande parte da população que acredita que condescendendo com uns e outros se leva a água ao moínho. Acabamos por ficar sequiosos toda a vida.

Sábado, Setembro 11, 2004

Interrogações da Tribulandia

Passo por diversos blogs e vejo muitos preocupados com a vida, sobretudo com o seu aparecimento aquando do nascimento de uma criança. E depois? Onde param as preocupações filosóficas e científicas quanto aos que vivem em condições miseráveis ou são vítimas de guerras e atentados que muitos aprovam directa ou indirectamente? Onde param as preocupações com o direito à dignidade dos adultos vivos?

As águas da Tribulandia

A luta conta a intolerância no mundo

Barcelona 2004

Víctor Soler Sala


"La primera vez que Víctor Soler Sala, actual presidente de UNICEF Cataluña que lleva 45 años trabajando en proyectos por los derechos de los niños de todo el mundo, acompañó a dos médicos a un centro de Colombia para visitar a niños con tercer grado de desnutrición, dio el litro de sangre que le pedía una de las monjas."
(...)
"Los gobiernos y la sociedad civil, ¿qué podemos hacer?
A mí me gustaría ser finlandés o noruego, porque me avergüenzo de vivir en un país que sólo aporta dos millones de dólares para los niños, ante los 26 millones que aporta UNICEF, los 120 millones de dólares de Noruega o los 1.800 millones de Finlandia. Llegará un momento en que el dinero ya no será malversado por los gobiernos. Yo no sé como los responsables pueden dormir tranquilos viendo que mueren, sólo de malaria, 84.000 niños al mes. A título individual, cada persona debe luchar contra la intolerancia y los prejuicios y etiquetas que ponemos a los otros. Además, debemos educarnos para ver qué ocurre a nuestro alrededor y participar en algún programa de ayuda."

É, às vezes sentimos vergonha por vivermos numa sociedade tão injusta e egoísta. A Finlândia não só é um dos países mais avançados tecnologicamente como respeita e pratica valores muito acima de outros países. Os parabéns da Tribulandia a esse fabuloso povo.

Os retrocessos na Tribulandia

Um amigo meu costumava dizer que Deus distribuiu a inteligência, uniformemente, por todos os homens e mulheres. Só que alguns (as) não faziam uso dela. Nos tempos mais actuais, começo a acreditar que o Diabo distribuiu a estupidez na Tribulandia, generalizadamente, e que muitos gostam de viver nela.

A serenidade do arrastamento de soluções civilizadas na Tribulandia

Público
Presidente lamenta uso de expressões como "assassinos" e "fascistas"
Sampaio pede mais serenidade no debate sobre o aborto

"O Presidente da República pediu hoje mais serenidade no debate sobre o aborto, embora admita que esta é uma questão polémica, que “divide os portugueses”.
“Não vejo nenhuma razão para que, quando se aborde este tema, passemos de repente a chamar a uns assassinos, ou quase, e chamar a outros fascistas, ou quase”, afirmou, durante uma visita à vila alentejana de Mora."

Porque será que para resolver um problema de saúde pública se pretende mandar na consciência de cada um? Sou, por princípio, contra o aborto mas admito que há situações gravíssimas de saúde e bem estar de muitas mulheres que merecem ser resolvidos. Já basta o trauma de esatrem numa sociedade que não lhes dá condições para term os seus filhos e ainda por cima têm quer aguentar a hipocrisia de meia dúzia de detentores da verdade absoluta. Na verdade, o fascismo não era só o ditador. Tinha muitas raízes que ainda por aí andam com outra capa a procederem da mesma maneira e a quererem ser chamados de civilizados. Tenham dó da nossa inteligência.

Tendências da Tribulandia

JN
Aumento generalizado da taxa de desemprego


O número de activos desempregados chegou, no ano passado, aos 342 mil, tendo havido uma subida na taxa de desemprego de 5 para 6,3%, de 2002 para 2003. Esse aumento foi generalizado, em todas as regiões, e afectou mais os jovens, indicou, ontem, o Instituto Nacional de Estatística, no "Retrato territorial de Portugal - 2003".
(...)
O "Retrato territorial de Portugal" inclui, ainda, uma referência aos 41,5 mil acidentes de viação registados em 2003, para concluir ter havido uma diminuição em número de ocorrências (menos 2% do que em 2002) e com menor gravidade (3,3 mortos por 100 acidentes de viação com vítimas, menos 6% que em 2002).

Duas variáveis que seguem o seu curso negativo, como seria de esperar. Uma derivada da política económica, outra derivada da inconsciência colectiva. Será que os jovens só servem para encher festivais de música e de cerveja?

Candidatos da Tribulandia

Palavreado abstracto na Tribulandia

Diário Digital

Crescer bem
Luís Delgado

"A divulgação das Contas Nacionais do segundo trimestre de 2004, com um crescimento do PIB de 1,5 por cento, revela que Portugal está fora da crise e a ganhar riqueza através do meio correcto: aumentando mais no investimento do que no consumo.
É crescer sustentadamente, e da forma mais saudável, como fizeram outros países europeus, designadamente a Espanha e a Irlanda. O 2º trimestre seria sempre bom, pelos eventos que redundaram em consumo, mas a subida do PIB foi mais espectacular do que se previa, e o melhor número dos últimos dois anos."

Alguém já viu por aí os famosos aumentos do PIB? Gostaríamos de saber quanto nos vai calhar neste "aumento espectacular"...

Modernização na Tribulandia

Com endogeneização ou sem a Tribulandia fica sempre na mesma

Público
O Desafio da Sociedade do Conhecimento
Por FRANCISCO JAIME QUESADO

"O conhecimento é a nova marca para o território português. Centrado numa lógica de articulação estratégica entre actores relevantes do tecido sócio-económico regional (decisores políticos, empresas, universidades, centros de inovação), este conhecimento tem que ser prático, estruturado, flexível e adaptado às novas dinâmicas da evolução da economia global, com endogeneização estratégica das TIC na criação e alavancagem de valor."

Mas que palavreado bonito. Quantas vezes já ouvimos este tipo de discurso? Milhares. Gosto da endogeneização, sobretudo. Pese embora a alavancagem, continua tudo sentado.

A ligeireza da política na Tribulandia

Público
A Novidade como Perversão da Política
Por MIGUEL FÉLIX ANTÓNIO


"A novidade, a avidez pela novidade em política, apresenta laivos de uma significativa perversão. Porque a actividade política deve ser levada com um grau de seriedade e consistência que não se compagina com a ligeireza que muitas vezes resulta da pressão mediática a que é sujeita."

Agora descobrimos que a ligeireza deriva da pressão mediática! E nós que pensávamos que só existia na Tribulandia política para os media...

Sexta-feira, Setembro 10, 2004

Aptidão natural para ser gestor na Tribulandia

Lembrei-me de um curso de gestão onde se falava do que era necessário para ser vendedor. Dizia o monitor americano: "Dois amigos encontram-se num bar, tomando um copo, e um diz para ooutro: -O que fazes? O outro responde-lhe que não faz nada. Parece impossível, diz o outro. E continua: -Tu tão bem parecido, inscrito nos melhores clubes, filho de boas famílias, bem vestido., desportista, elegante e sempre nas festas de sociedade embora, nunca tenhas acabado qualquer curso nem tenhas experiência, davas um óptimo vendedor." Claro que na maioria dos casos dava em fracasso.
Por analogia, este deve ser o critério de escolha de muito gestor público e privado na Tribulandia.

Placard da Tribulandia

Um sorriso e um olhar contagiosos


Charlize Theron

O sobe e desce do PIB na Tribulandia

Quando se dá muito ênfase ao crescimento ou à diminuição do PIB esquecemo-ns que este não significa que conheçamos a maneira como se reparte a produção pela população. Um país rico pode ter imensas famílias pobres e um país pobre pode ter muita gente equilibrada na distribuição da produção. Um PIB crescente pode não ser, necessariamente uma boa coisa. O bem estar de uma nação de muitos outros factores. Assim quando se diz que o país está em crise porque o PIB diminuiu, ele não diminuiu igualmente para todos. Alguns até melhoraram e muito com a crise, uma vez que se aproveitam para incrementar a sua parte. No entanto, a noção de crise ligada, simplesmente ao PIB, toena as pessoaas mais permeáveis a aceitar sacrifícios. O mundo é dos espertos.

A manipulação da informação

No "Le Monde" leio que segundo uma comissão independente americana, quase todos os prisioneiros iraquianos de Abou Graib vítimas de sevícias, e cujas fotos circularam, não eram combatentes mas detidos de direito comum não susceptíveis de fornecer informações úteis aos militares americanos. Isto foi declarado por James Schlesinger, presidente de uma comissão de peritos independentes sobre o sistema judiciário, quando numa audição diante da comissão das forças armadas do Senado Americano ("Todos, menos talvez um", precisou Shlesinger em resposta a uma pergunta). Tudo o que se lê, vê e ouve é verdade?

Os ares do Brasil e a Tribulandia

JN
"Temos vendido anéis vamos manter os dedos"
Brasil No final da viagem, Santana Lopes anunciou que vai acabar com recurso a receitas extraordinárias Discurso afectivo marcou o tom da visita

"O primeiro-ministro quer acabar com a venda de bens do Estado para fazer face ao défice do Orçamento do Estado, ou seja quer pôr fim ao recurso sistemático a receitas extraordinárias por via da alienação de património. No Rio de Janeiro, quando já se preparava para regressar a Portugal, Santana Lopes sublinhou que o seu objectivo é consolidar "estruturalmente" as contas do Estado e acrescentou: "não podemos cumprir esse objectivo vendendo os bens do nosso património em permanência". "Temos vendido alguns anéis, temos que manter os dedos", sublinhou."

Parece que o Brasil trouxe algum bom senso ao nosso primeiro. Pena que anuncie só ser possível no quadro do Orçamento de 2005. Vamos a ver se ainda vai a tempo de concretizar a ideia. Esperemos que algo se salve dessa política financeira desastrosa.

Quinta-feira, Setembro 09, 2004

A redução da esperança na Tribulandia

Será que a procura da beleza, da harmonia, da liberdade e da fraternidade poderá submergir, definitivamente, pela pressão da mediocridade instalada na sociedade? Caminharemos então como autómatos, sem direitos, exercendo vontades controladas por chips, audio-visuais incorporados e dispostos aos maiores horrores na luta pela sovrevivência ou os extremismos da "fé" nos levarão aos primórdios da civilização? Será que ainda temos alguma possibilidade de lutar por vidas mais dignas e mais equilibradas?

A participação dos automóveis de gama alta no PIB

JN
Euro 2004 beneficiou recuperação económica
contas nacionais O PIB cresceu 1,5% devido ao aumento da procura e do investimento As exportações subiram, mas menos que as importações

A economia portuguesa continuou a evoluir positivamente no segundo trimestre deste ano, confirmando os indícios já revelados nos primeiros três meses. O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou, ontem, que a recuperação económica se deveu sobretudo ao aumento do consumo privado, do investimento e das exportações, influenciados pela realização do Euro 2004.
No segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,5% em termos reais face ao período homólogo e 0,3% face aos primeiros três meses. O principal contributo veio da procura interna (mais 2,7% face ao homólogo), sobretudo da compra de bens de consumo duradouro como automóveis de gama alta. Em termos globais, no primeiro semestre deste ano, o PIB cresceu 0,91% em comparação com o ano passado.
(...)
Contudo, o saldo da balança comercial continuou a deteriorar-se, uma vez que o aumento da procura interna fez crescer as importações a um ritmo superior ao das exportações (9,8%). Em consequência, agravaram-se as necessidades de financiamento da economia.

Interessante participação do consumo interno e sobretudo dos automóveis de gama alta. Estamos a progredir...

Burocracia e tecnologia na Tribulandia

Público
Abraço duvida da eficácia da medida argumentando que o sistema é ineficaz
Sida passa a ser doença de notificação obrigatória

"O HIV/sida vai passar a ser uma doença de notificação obrigatória, anunciou ao PÚBLICO o ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira. A medida irá ser acompanhada pela simplificação do formulário de notificação, que continua a ser confidencial. Mas há quem ache que esta alteração não trará nada de novo no conhecimento da doença, porque o actual sistema de notificação obrigatória é ineficaz e burocrático.
(...)
Já José Poças, director do centro de doenças infecciosas do Hospital de Setúbal, diz-se a favor da notificação obrigatória desde que confidencial e "facilitada burocraticamente". Acrescenta que até é "a favor da informatização, com as devidas precauções, dos ficheiros informáticos das consultas dos serviços". Só assim se "combate a falta de informação credível sobre a doença". O médico defende a notificação electrónica, que não será possível enquanto estivermos "na pré-história da informática".

O que precisamos é de mais papelada mesmo que não sirva para nada. Rima e é verdade.

As lamentações da Tribulandia

Mais uma vez, escutamos na rádio que o nosso Presidente se lamentou da ileteracia da nossa juventude e dos nossos trabalhadores relativamente às tecnologias da informação. Não cremos que tenha descoberto o atraso só agora ou que outros ilustres governantes não o saibam. Seria supor um grau de ignorância assustador. A pergunta que se pode fazer é: - Por que altera muito pouco a situação durante decénios? Não será porque a aplicação dos recursos financeiros ao dispor vai para outros objectivos mais interessantes, como por exemplo, estádios?

As variáveis que influenciam a famosa produtividade

Sempre que vejo ligar o aumento de salários à produtividade do trabalhador dum maneira simplicista e directa, fico a pensar se saberão do que estão falar. Na verdade, a produtividade não depende apenas da vontade e do esforço do trabalhador.
Sabendo que os factores de melhoria da produtividade do trabalho são:
a) Crescimento do conjunto das qualificações e dos conhecimentos da força de trabalho.
b) Mobilidade profissional da força de trabalho - passagem de empregos de baixa produtividade a empregos de forte produtividade. Se os trabalhadores se transferem de empregos onde a produtividade é relativamente fraca para empregos onde o produto por homem-hora é elevado, a curva das possibilidades de produção desvia-se, mesmo se não se regista nenhuma melhoria de produtividade no seio dos diversos sectores. Fazendo-se a transferência para os sectores de serviços como é natural na economia moderna o crescimento da produção por pessoa é menos evidente.
c) As economias de escala
d) O alargamento e a intensificação do capital (equipamento)
e) A tecnologia - a médio prazo o nivel de vida real depende mais da pesquisa aplicada do que dos aumentos da oferta de capital (equipamento) de que beneficia cada trabalhador.
Será que o trabalhador é responsável por todos estes factores ou tem possibilidades de os influenciar no sentido de aumentar a produtividade?

Quarta-feira, Setembro 08, 2004

A Democracia Iliberal da Tribulandia

O Futuro da Liberdade
Fareed Zakaria
gradiva

"Se um país realiza eleições competitivas e multipartidárias chamamo-lo "democrático". Quando a participação dos cidadãos na política de um país se reforça - por exemplo, através da extensão do sufrágio às mulheres - esse país é visto como mais democrático. Com certeza, as eleições devem ser abertas e livres e isso exige algumas garantias quanto à liberdade de expressão e de reunião. Mas ir mais além de este direito mínimo e qualificar um país como democrático só se ele garantir um catálogo particular de direitos sociais, políticos, económicos e religiosos - o que variará de observador para observador - torna a palavra "democracia" sem sentido."

Pelo que vamos observando, na Tribulandia, estamos muito longe da existência de um catálogo de direitos sociais, políticos e económicos que realize, plenamente a democracia.

O "colonialismo" na Tribulandia

Público
Por não demitir comandante da Zona Marítima da Madeira
Jardim diz que Portas é "hipócrita" e "desleal"

(...)
"Pelo seu apoio à coligação, Jardim pretendia que o ministro da Defesa obrigasse as autoridades da Zona Militar da Madeira a hastear a bandeira regional nos quartéis e instalações militares, ordenasse a desocupação do Palácio de São Lourenço, entregasse o Farol de São Jorge à região e retirasse a rádio naval da Fortaleza do Pico, pretendida pelo grupo Pestana para aí instalar uma pousada.
A "entrega imediata do Palácio de São Lourenço [residência oficial do ministro e do comandante da Zona Militar] ao povo da Madeira, depois de 500 anos de ocupação colonial", fora inicialmente pedida por Jardim nas eleições regionais de 2000 e prosseguida com uma acção de sensibilização dos cidadãos madeirenses e nas escolas, desenvolvida através do "Diário de Notícias" funchalense."

Porque será que não acabam com os restos do "colonialismo"? Parece-nos ser de inteira justiça fazer um referendo. Pelo menos, talvez nos víssemos livres deste "quem não berra não mama" que fica caro aos cofres do estado.

Barcelona 2004 - A arte ao serviço do Homem


El Muelle Miradores se tiñe de negro y naranja cuando empieza el pase de La divadivina y el hombre bala. Cuatro personajes se mueven al ritmo de la música con gestos bruscos y despiden a la diva, que parte hacia la Tierra. Venida de otros mundos, ella llega a nuestro planeta buscando la comprensión de los seres humanos pero, al aterrizar, sus esperanzas se ven truncadas por un mundo cruel, lleno de incomunicación y manipulación.
Éste es el punto de partida de la creación que la bailarina Sol Picó y Los Deméndez representan en el Fórum hasta el 26 de septiembre. El espectáculo plantea la crudeza de la soledad y el amor como solución. Con una escenografía minimalista pero efectiva, una música envolvente y unos recursos tan originales como la simulación del aterrizaje de la diva con una grúa, la obra refleja a la perfección la locura de nuestra sociedad actual, el estrés de cada día.

De teorias está Tribulandia cheia

Passo os olhos pelos jornais. Como de costume noto uma tendência, na maior parte dos articulistas, para a discussaõ teórica de temas que, embora interessantes do ponto de vista teórico, raras vezes se enquadram numa realidade dominada pela mediocridade das actuações. Uns acham que a teoria dos impostos deveria ser assim ou assado, que a cultura deveria ir por aqui ou por acolá e que os méritos do Ambiente que temos pertence ao Sr A ou à senhora B. Na realidade, os que mandam não pagam impostos, a cultura é aquela parente pobre que vai sobrevivendo e o ambiente é o que se vê: um mal que alimenta uma nova indústria. Sobre legalidades, opiniões muitas. As mulheres continuam a fazer, certamente, abortos clandestinos mas a consciência jurídica fica em paz. Assim vai o reino da Tribulandia, sem rei nem roque, na enxurrada da globalização. Ficarão, no final, certamente, alguns trovadores para entreter os novos reis da pândega colectiva.

Terça-feira, Setembro 07, 2004

Jogo em moda na Tribulandia

O Rapa-Euros em acção

Incongruências na Tribulandia

Porque será que tanto convicto e ortodoxo cristão defende por todos os meios a vida na fase de gestação e se está nas tintas para a maneira como vive tanta criança e tanto adulto nas outras fases da mesma? Será para lhes facilitar a entrada no Céu? Duvidamos e muito...

Novo êxito literário na Tribulandia

Segundo consta, nos meios intelectuais da Tribulandia, Mourinho vai publicar um novo livro de 10 páginas sobre a suas meditações em Piccadilly Circus e no Hyde Park. A primeira edição será de um milhão de exemplares (tantos quantos os analfabetos existentes na Tribulandia) e será dedicado à claque dos Dragões.

Quanto menos souberes, melhor...

Público
Quase um milhão de pessoas
Nove por cento dos portugueses são analfabetos

"Quase um milhão de portugueses não sabe ler nem escrever. Apesar de o analfabetismo ter diminuído 17 por cento nos últimos 30 anos, os nove por cento de analfabetos colocariam Portugal no último lugar da União Europeia antes do alargamento.
Portugal é também o país da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos) com a maior taxa de abandono escolar: apenas 20 por cento dos portugueses chegam ao ensino secundário, ficando a grande maioria pela escolaridade obrigatória, de acordo com o último relatório da instituição."

Dos ignorantes é o reino dos céus. Assim se prova o enorme esforço dos nossos governantes para manter o povo o mais feliz possível. Só foi pena perder o último lugar mas com a continuação da política educativa, certamente iremos lá chegar de novo.

Aspecto exterior de perigosa arma anticonceptiva

Regresso de férias na Tribulandia

Pois é, amigos: voltei. Desde a introdução do Euro que as minhas férias foram ficando mais pequenas. Esta estranha relação moeda-tempo-espaço não deixa de me intrigar e tenciono efectuar alguns estudos sobre o tema. Agradeço os simpáticos comentários que foram deixando e que retribuo. Volto assim, à vossa compensadora companhia. Infelizmente, no local onde me encontrava, havia dificuldade de acesso à rede e apenas podia navegar sem poder fazer uploads. As novas tecnologias ainda andam a passo de tartaruga na Tribulandia e nalguns casos os preços praticados são, como normalmente, neste país, irreais. Li poucos jornais, vi pouca televisão e creio que fiquei mais esclarecido. Soube, através de pessoas amigas que estaria para acontecer uma invasão de holandesas e assim pus-me na borda do mar, grande parte do dia, para colaborar com as autoridades marítimas mas nada aconteceu. Deve ter valido a pronta intervenção da nossa armada que galhardamente defendeu as nossas costas. Nas minhas pesquisas, na areia, apenas encontrei um perigoso meio anticonceptivo, já desarmado, que, mesmo assim me apressei a destruir. Todos os cuidados com as holandesas nunca são demais.