Tribulandia
Blog ou blogo social avulso divagante e irreal na sociedade e cultura moderna
Quinta-feira, Agosto 31, 2006
Qual será a próxima invenção para sacar?
JN
Pescadores pouco receptivos a novas regras para pesca lúdica
Armérico Sarmento, J. A. Souza, Jesus Zing e Filipa Poceiro
Uma legislação inventada para angariar dinheiro e que poucos acreditam ver cumprida.
"Exageradas" Ao longo da costa portuguesa, a maioria dos pescadores lúdicos mostra-se pouco crentes
na aplicação das novas regras. Para além de um limite diário de pesca, passa a ser proibido pescar a menos de cem metros de docas, portos, marinas, esgotos e aquiculturas e a menos de 300 metros das praias durante a época balnear.
Toca a inventar licenças e multas. O povinho é masoquista e adora quem lhe bate.
No Norte é que se trabalha
JN
Norte é região que pior paga aos trabalhadores
- Os trabalhadores por conta de outrem da região Norte são os mais mal pagos do país e não têm vindo a ganhar terreno face ao resto de Portugal. No Algarve, pelo contrário, os salários têm subido a um ritmo forte, mas ainda assim estão longe de atingir os valores praticados em Lisboa
Mas têm a sede da Liga de Futebol, são campeons de futebol e têm o estádio mais bonito do país, além do Pintinho e do São Valentim do apito.
Todos os caminho vão dar ao futebol
Pese embora o estatuto de grande intérprete da música portuguesa, confesso que nunca gostei muito das cantigas do Sérgio Godinho nem do personagem que aparenta ser. Hoje, enquanto fazia mais um zapping televisivo, dou com mais um programa de comentadores desportivos (mais parece uma praga) desta vez com a "ilustre" intervenção de Rui Moreira, António Pedro Vasconcelos (cineasta e benfiquista) e imaginem só: Sérgio Godinho. Fiquei com a consciência mais tranquila quanto à má impressão que tinha do artista. Nada como o futebol para fazer companhia à cultura do pastel, especialmente quando se admiram muito da sujeira do futebol e acreditam na possibilidade de o mesmo se tornar imaculado. As boas intenções sempre devem arranjar clientela...
Terça-feira, Agosto 29, 2006
Panorama político de um país desencontrado
DN
Comício em camião de mudanças
Paulo Julião
Viana do Castelo
Nove anos depois, Manuel Monteiro, agora com o Partido da Nova Democracia, voltou, sábado, aos comícios. Vila Praia de Âncora recebeu o homem que se assume como líder da direita "moderna popular", contra "as tias e os queques".
(...)
Monteiro falou num palco improvisado em cima de um camião de mudanças. Num discurso de pouco mais de dez minutos, falou entre três jovens bailarinas, semi-despidas, que momentos antes acompanharam no palco o músico brasileiro Milton Soares.
Morram as tias e os queques, venham as bailarinas e a música...
As forças vivas da democracia
JN
Questões de moral
Francisco José Viegas, Escritor
(...)
Estado dentro de outro Estado, o futebol está mal frequentado e merece limpeza. Arrivistas, canalhas, gente boçal, má gramática - alguma forma de limpeza devia ser feita nesse submundo triste e empertigado. O que também incomoda, de resto, é essa participação de "doutores juízes" que aceitam julgar mal e associar-se à má justiça.
E as relações entre os políticos e os homens do futebol? E as popularidades? E alienação colectiva?
Podem lá acabar!!!
Os homens que pensam o nosso tempo
elmundo.es | encuentro digital con Vicente Verdú: "
Ha estado con nosotros ...
17 de Junio de 2003
Vicente Verdú
1. Usted considera que el problema del capitalismo, es que en lugar de ser utilizado como motor de progreso, se aplica solo como busqueda del beneficio individual y no del bienestar colectivo
Digamos que actualmente las ideas fundacionales de Adam Smith, que esperaba un interés colectivo a partir d ela búsqueda de interés individual,, no se han cumplido. La tendencia dentro del sistema es de un lado una acentuación de las desigualdades, y de otro, un aumento del individualismo en detrimento del bien social."
Assistimos hoje a uma mesa redonda com este escritor e jornalista espanhol na TV e esquecemos que estávamos numa emissão televisiva, Que diferença entre os participantes, o interrogado escritor e o que vemos e ouvimos nos nossos compadres caseiros. Não admira o avanço espanhol...
Domingo, Agosto 27, 2006
Um filme a ver
Zero Hora
Cinema
Neoliberalismo: a visão do cinema
A competição e a manipulação das pessoas unem os temas de três filmes recentes e mostram como o cinema acompanha as características do neoliberalismo
MOACYR SCLIAR/ Escritor, membro da Academia Brasileira de Letras. Autor de Os Vendilhões do Templo
(...)
Falando em Espanha é de lá que vem O Que Você Faria? (El Método), dirigido pelo argentino Marcelo Piñeyro. Extraído de uma peça teatral, o filme tem como cenário quase exclusivo a sala de reuniões de uma grande empresa em Madri. Sete executivos ali disputam uma vaga; serão selecionados por um chamado método Grönholm, que usa técnicas psicológicas para jogar os candidatos uns contra os outros. O que lembra a experiência feita pelo psicólogo americano Philip Zimbardo, na Universidade de Stanford, em 1971. Zimbardo dividiu aleatoriamente um grupo de estudantes em "guardas" e "prisioneiros". Ambos deveriam conviver em uma prisão simulada no campus, o que permitiria estudar as relações de poder. Mas o experimento teve que ser interrompido ao cabo de seis dias, porque os "guardas" haviam se tornado sádicos, abusando física e psicologicamente dos "prisioneiros". Conclusão: em determinadas circunstâncias (e a competição desenfreada pode ser uma delas), os nossos impulsos agressivos são mobilizados contra outras pessoas - com conseqüências imprevisíveis. Mas o filme tenta propor, um tanto ingenuamente, uma alternativa: enquanto os executivos disputam a vaga, a população protesta nas ruas de Madri contra uma reunião do G8, símbolo, no caso, do processo de globalização. De qualquer modo, trata-se de uma película inteligente e sutil.
Uma nação que vai encolhendo alegremente
JN
Porto perdeu 30 mil residentes em quatro anos
(...)
A contínua desertificação do Porto (menos 29 666 residentes do que os registados nos Censos de 2001) surpreende Rio Fernandes. "Não esperava que se prolongasse por tanto tempo", afirma o geógrafo, lembrando que a cidade está a perder população desde os anos 80. "No início começaram por perder as freguesias históricas, o que até era bom porque estavam sobrelotadas. Só que, agora, as perdas já são muito elevadas e estão a perdurar em excesso", assinala Rio Fernandes.
Eis o resultado das brilhantes políticas urbanas dos cérebros que passam pelas instituições da cidade...
Acontecimentos assombrantes na Tribulandia
O país que tem o salário mínimo nacional que dá o pior nível de vida da União Europeia, depois do calor que mais o amoleceu, acordou para a nova "saison" angustiado com uma questão de trancendente importância: quem vai jogar com o Benfica na primeira jornada da Liga? Então não é que o Tribunal Administrativo resolveu contrariar a poderosa FIFA e exercer os seus poderes, independentemente so que pensa aquele "Estado"? Tudo que diz respeito à religião futebolística deve ficar dentro dos seus muros, segredo bem conservado, como por exemplo o negócio do Mantorras que pelos vistos deu comissões em duplicado e apenas pagou ao agente a módica quantia de quinhentos mil euros. Como o presidente do Benfica disse que enquanto existir a dúvida não se recandidatará, o que significaria um prejuízo incalculável para a auto-estima dos milhões de adeptos, certamente não haverá eleições tão cedo. Sim, porque as dúvidas nesta matéria nunca se esclarecem. Bendita dúvida metodológica. Entretanto informam-se os interessados que o presidente da FPF se encontra de férias, divertido e de boa saúde.
Terça-feira, Agosto 22, 2006
A grande actualidade na Tribulandia
JN
O primeiro dia de Jesualdo
Norberto A. Lopes
Hoje é o primeiro dia de Jesualdo Ferreira na condição de treinador do F. C. Porto. É apresentado à Comunicação Social às 16,15 horas no centro de treinos, em Vila Nova de Gaia, onde irá orientar a primeira sessão de trabalho após as formalidades da conferência de Imprensa, ou seja, a partir das 17,30 horas, o técnico começa a preparar o jogo com o Leiria (sexta-feira, no Dragão), que marca o arranque do sucessor de Co Adriaanse no campeonato.
A política cultural do presente e do futuro
Para se perceber bem o estado do país basta estar sentado numa mesa de café, quase vazio, e escutar a conversa de alguém que se senta ao lado com o empregado que o vem servir, acompanhada a determinado passo pelos empregados de balcão. E que tema ou temas versam os ilustres companheiros de um fim de tarde? Nada mais menos do que futebol, futebol, futebol... Chega a ser encantadora tanta inocência e candura. O meu é o melhor, o treinador é muito inteligente e o dirigente um superdotado (jogadas excepcionais de bastidores). Tudo se discute ao detalhe, desde a táctica até ao joelho do jogador. Assim passam o tempo, assim enchem a cabeça de golos e assim vão deslizando na monotonia das suas vidas. A tudo isto, acrescentem-se os comentadores dos jogos, em directo ou em diferido (tanto vale) que, seguramente são, quase sempre, descendentes da Bela Adormecida para não dizer de Baco. Tecem os mais imbecis dos comentários e esquecem-se que o espectador, mesmo à distância, se apercebe de tanto disparate. Algumas vezes, um diz uma pretensa piada e o outro ri-se. Serão todos primos do dono da estação de televisão? Após os jogos, novas doses de comentadores, estes mais pretenciosos e eloquentes, que, trocando alguns piropos ensaiados e tecendo comentários estratégicos, elevam a modalidade a ciência sociológica da batata. Assim se passam os tempos de lazer numa televisão educativa. Assim formamos crianças para um amanhã de pouco saber e de pouca cultura e de carreiras profissionais marginais. Guardem as bandeirinhas, que podem ser úteis para aclamar os futuros senhores que lhes darão os empregos, agora desempenhados por imigrantes não qualificados.