O pano caíu depois da grande representação. Uns fizeram-se compungidos, outros ressalvaram o desastre premeditado e muitos tiraram a máscara. No fundo, tudo estava preparadoo para o candidato de direita que se diz de esquerda ganhasse e fizesse companhia ao governo de direita que se diz de esquerda. Juntos, finalmente, como a figura invertida de uma carta de jogar, talvez um joker, encetarão o caminho final do enterro das ideologias que tão bem lhes sabe para desgraçarem muitos a favor de alguns. Os espectadores que ficaram em casa continuarão a senda da ignorância e os que levaram "o simpático" a votar, esperam alguma migalha dos restos do banquete. Desesperados, os pequenitos, lamentam talvez a derrota do poeta. Ou será que todos ganharam? Os sem emprego, os sem educação e os sem saúde têm pouco a festejar com as reformas de miséria. O declive aí está, imponente e sereno, à espera de novas consciências. Décadas, séculos ou eternidades para o aparecimento de uma sociedade mais justa nos esperam. No meio de tudo isto só a morte é democrática.