Na 2 o prof. Dr Silva Lopes fala sobre economia. Ouço atentamente e intentarei traduzir as ideias expandidas, naquilo que me pareceu mais importante:
Paraísos fiscais - Chega-se à conclusão que iniciativas de um só país como as agora badaladas obterão poucos resultados práticos. Motivo: teria que haver uma iniciativa a nível mundial que não avança e que o professor não entende. Para mim entende, só que não quer dizer. Claro que os grandes potentados financeiros não querem e são, efectivamente, eles que mandam. Ponto.
Situação da Economia da Tribulandia - Deficiente industrialização e pouco incentivo ás poucas PMES que garantem a maior parte das exportações, juntamente com as multinacionais. Os nossos grandes grupos económicos dedicam-se sobretudo aos serviços, distribuição e construção civil e essas actividades não são, só por si, garantes do crescimento necessário. Retira, posteriormente, o sector da cortiça do grupo Amorim e a pasta para papel do grupo Belmiro. Quanto aos organismos reguladores de concorrência diz que tentam agradar aos grandes grupos o que é evidente. Daí a sua convicção e a nossa que o poder económico manda no político.
Tem medo dos sindicatos dos monopólios (médicos, professores e outros) e reconhece que os sindicatos tradicionais de sectores em crise estão de boca calada( metalúrgicos e quejandos, tradicionalmente fortes).
Sector público - Em geral os funcionários públicos ganham mais 20% do que em funções semelhantes privadas e a parte feminina mais 40%. Há professores a mais mas o ensino não presta. Os deputados e outros recebem reformas não em função do que descontaram mas á custa dos impostos.
Crescimento- era de 6,4% nos anos 60 mas tem vindo a decrescer e está agora em 1,9%.
Ensino - 47% dos jovens que deveriam estar no ensino estão fora do sistema.
Empreeendorismo - Fraco e dedicado a pequenos negócios que não exportam nem substituem importações. A maior parte em dificuldades. Falta de competitividade.
Reformas - Pensa que deveríamos ir para um sistema que garantisse um mínimo a todos os cidadãos e fosse complementado pelos descontos de cada um. Concorda com o actual ministro da Finanças em acabar com benefícios fiscais no IRS mas admite-os no investimento. Não concorda com as taxas moderadoras por motivos ideológicos (?) e de ordem prática.
Reconhece que em muitos casos não se faz nada por causa dos lobbies.
De uma maneira geral fala como bom tecnocrata, beneficiário do sistema como tantos outros. Boa reforma do Banco de Portugal (600 contos) e continua a trabalhar noutra Instituição ou noutras(?).
Liberal quanto baste, correcto nas análises, algum bom senso social.
Retenho uma das suas frases: "É um desastre completo". Pois é, senhor professor. Falta a opinião e vontade de quem manda: os que têm o dinheiro para mandar nos políticos e em todos os demais.
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