domingo, dezembro 26, 2004
Um espírito que dura poucos dias na Tribulandia
Depois do frenesi das compras, o silêncio nas ruas começou a sentir-se pouco antes da ceia de Natal. Paz e alegria em muito lugar, sorrisos esquecidos que voltaram a aquecer o ambiente e o coração das pessoas.Uns prendas de moda e de tecnologia, outros peúgas e pijamas. Outros, ainda, com maior sensibilidade, uma prenda auto-confeccionada.Uma dedicatória aqui e ali, cheia de emoção.Altura para alguns se lembrarem dos pobrezinhos e menos bafejados por uma sociedade injusta. O nosso primeiro lá veio com a lengalenga do costume, sem nada de novo. Depois virá o presidente, cada um no calor das lareiras e salas que pagamos toda a vida para eles lá estarem sentados.Palavras leva-as o vento e eles bem conhecem o ditado. Aliás fica bem fazer de caridoso. Ás vezes, lembramo-nos que se não houvesse tanta miséria material e moral em que consistiriam os discursos? Talvez estes não estivessem lá sentados. Talvez não precisássemos de líderes cegos e incompetentes. Talvez eles tivessem que trabalhar honestamente para ganhar o pão de cada dia. Cobertos com a capa diáfana das telenovelas, quintas e futebóis lá vão enganando o povo com falsas emoções. O que lhes vale é a ignorância do povo que eles procuram manter a todo o custo. Uma espécie de uma nova escravatura podre e bem longe dos princípios que o Salvador veio trazer à terra. Assim, o Natal fica no coração de poucos e dura poucos dias. Amanhã virão a esperteza saloia do politicamente correcto e as baboseiras do costume.
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