domingo, dezembro 19, 2004

Quais novos políticos na Tribulandia?

Público
Na Senda de Melhores Políticos
Por PAULO AMARAL DE SOUSA, José Peres Jorge, Maria do Rosário Moreira, Rui Henrique Alves e Samuel Alves Pereira

(...)
Para nós, como para John Galbraith - esse grande economista de Harvard que tão profundamente estudou o Poder -, existe uma mais preponderante fonte de poder: a organização. É que ainda nenhum estudo ou inquérito foi feito para que se apurasse o número e a qualidade de todos aqueles que tomam (ou tomariam) a iniciativa individual de se aproximar da política e que são, pura, simples e literalmente, esmagados nas suas mais nobres pretensões por essas gigantescas máquinas que são os aparelhos partidários. Como podem aqueles jovens, os mais capacitados, os mais sonhadores, os mais tocados pela vocação política - que os há ainda muitos - combater sozinhos a barragem intransponível que enfrentam nas portadas dos partidos? Como podem eles se levam como únicos aliados os seus ideais? O pé do elefante é demasiado pesado mesmo para a mais determinada formiga... Por vezes apelam à participação destes sonhadores, sim, mas apenas para fazer número, para fazer de figurantes, em jantares e em festividades do partido..."


Se a maioria é constituída por medíocres e ambiciosos sem carácter nem princípios como podem outros (diferentes) participar na vida política? Aliás, normalmente, os recados e decisões já estão tomados quando as solicitações de intervenção acontecem e apenas resta aos "inocentes" fazer papel de figurantes. Assim aconteceu nos últimos estados gerais do PS e em tantas outras situações análogas. Todos os que mostrem alguma ideia diferente da dos arregimentados são pura e simplesmente silenciados. Outros, independentemente da idade, por decência, afastam-se. E lá vão os instalados, sentando-se nas cadeiras de decisão, tirando proveiro próprio e desgraçando o país.

Sem comentários: