Público
Com a Carteira Ou com o Coração? (Vistos do Lado do PSD e do PP)
Por JOSÉ PACHECO PEREIRA
O PSD deseja a bipolarização na próxima campanha eleitoral, mas parece não saber como a conseguir e encontra-se com limitações muito significativas para funcionar como um pólo de atracção activo para o eleitorado. Pelo contrário, parece estar mais a ser um pólo de rejeição do que de atracção. As limitações do acordo com o PP têm um papel na dificuldade de bipolarizar, impossível de fazer sem pretender sugar todos os votos anti-PS, o mesmo terreno em que o PP vai actuar.
(...)O partido está debilitado, entregue a dirigentes de secção promovidos a presidentes de distritais, que, desde que entraram na JSD, têm carreiras de profissionais políticos. Pensam que exagero? Publiquem e analisem os currículos, retirem-lhes os cargos públicos de nomeação governamental, ou de acesso por listas em lugares electivos e secundários - vereadores, membros de assembleias municipais, deputados do meio da lista - e vejam o que sobra de "vida" profissional. Estas pessoas nas direcções partidárias fazem aquilo que sempre souberam fazer: preservar o seu "espaço", que é também o seu emprego, para o que aliás não precisam necessariamente de "ganhar", basta-lhes permanecer numa quota razoável de poder e de cargos, que o estatuto de um partido nacional como o PSD tem garantidamente.
A tendência é para cada vez mais o partido ficar dependente da liderança e do pequeno grupo de estrita confiança que a apoia. Este é um dos problemas mais graves de partidos como o PSD e o PS, onde o caminho para a desertificação é idêntico.
Concordamos inteiramente. Por isso estamos cheios de medíocres profissionais e excelentes ocupantes de "tachos".
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