Público
A Próxima Oportunidade
Por TERESA DE SOUSASEM FRONTEIRAS
(...)
Precisaremos de bater no fundo, também nós? Ou este estádio de estagnação mais ou menos apática, ainda em boa medida sem um preço demasiado alto para a maioria, vai-nos servindo para adiar as escolhas inevitáveis, por mais difíceis que sejam, e os consensos perduráveis que elas comportam?
A dúvida persiste. Há sempre uma boa desculpa para ignorar o que fizeram os outros: os finlandeses, foi por causa da Nokia; os irlandeses porque falavam inglês. A Espanha, não sabemos exactamente porquê, mas haverá certamente uma boa razão. Não há mal nenhum em aprender com os outros. Mas é certamente mais fácil culpar os outros. Por exemplo, culpar a Europa, que hoje, em vez de continuar a dar dinheiro, nos exige competência, competitividade, capacidade de intervenção.
Confesso que não estou muito optimista - embora esteja, como toda a gente, aliviada. Pelo menos há uma nova oportunidade de impedirmos que o nosso país siga, cantando e rindo, no caminho da irrelevância.
Existirá essa oportunidade ou será desígnio apenas manter, por enquanto a língua mátria?
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