Público
O Regime
(...)
Uma parte dos males reside nas intenções contraditórias dos pais da Constituição e dos que a atamancaram, outra parte na evolução da nossa democracia, no sistema de partidos que se foi consolidando e nas novas condições, altamente personalizadas e mediatizadas, em que se disputam as eleições.
Temos, assim, um regime semi-presidencialista que, na prática, é bi-presidencialista. Isto é: por um lado, temos um Presidente da República eleito directamente pelos cidadãos mas com poucos poderes para além do da "bomba atómica" da dissolução; por outro lado temos um primeiro-ministro que, apesar de eleito indirectamente já que os cidadãos votam em deputados, é na prática visto como a sua escolha directa.
Cada sapateiro faz os sapatos à sua medida. E o presidente da República não ficou apenas uma mera figura representativa e para cortar fitas, por pouco. Basta ver o cair do Carmo e da Trindade quando o presidente toma alguma atitude mais firme. O que os políticos da bandeirinha queriam era uma figura tipo raínha de Inglaterra.
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