terça-feira, dezembro 14, 2004
O olhar torcido dos fiscalistas da Tribulandia
Na Sic Notícias um debate sobre a demissão do governo entre o conceituado fiscalista Saldanha Sanches e Guilherme Silva, líder da bancada do PSD. O fiscalista (esta palavra causa-nos sempre algum arrepio na espinha) aduzia como razões para a queda se Santana Lopes dois motivos principais: a declaração do primeiro ministro de pretender alargar o cinto à malta (pouco) e o ter afrontado a banca com mais impostos sem o ter negociado, previamente. Confessamos que nos passamos. Então o cidadão não é consultado e anda sempre a ser carregado e as grandes organizações não podem ser mexidas, sem prévio acordo? Quer isto dizer, segundo o que ele disse que em última análise esta democracia depende de interesses financeiros? Destes intelectuais que só vêm cobrança de impostos dos cidadãos começamos a estar fartos. Com palavrinhas mansas e cuidadas vão fazendo a defesa dos ricos e poderosos, tudo em nome do santo equilíbrio das contas orçamentais. Ainda me lembro de numa entrevista o Silva Lopes sugerir um sorteio com premios para quem pagasse impostos! E porque será que só olham para a cobrança dos cidadãos que são os que menos fogem e não olham para a despesa sumptuária ou para o funcionamento da economia? Eles lá sabem.
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