Uma vez mais uma volta pelo centro da cidade do Porto. As incompletas e eternas obras em homenagem ao cimento lá estão para nos lembrar quão insignificantes somos, enquanto cidadãos, perante o absoluto poder megalómano dos autarcas. Faz tempo, até desapareceu o jardim da Avenida dos Aliados. Pelo seu interior rasgou-se uma via confusa e alcatroada que, possivelmente será substituída por granito, dado que as flores não engrandecem os egos dos construtores. Ao lado das obras de fachada (tipo anos cinquenta), lojas e prédios degradados a recordarem o que já foi um centro de comércio e de vida citadina. Poucas pessoas a pé, muito carro e alguns autocarros onde se vislumbram faces de "alegres" tripeiros atormentados. Aqui e além algum negócio que teima em resistir ou uma remodelação do Guarani que merece aplauso.
Mas uma árvore não faz a floresta. Em conversa de rua, vamos sabendo que a cultura municipal cada vez está mais moribunda e que algumas actividades se encontram no mais completo abandono por falta de direcção. O caixote da Praça de D. João I lá continua impávido e sereno à espera de alguma utilidade. Às sete da tarde já os sacos de lixo decoram algumas ruas. É sempre uma dor de alma ver esta degradação contínua. Tudo em nome de um progresso que ajudou, certamente, a progredir alguns mas esses não moram por ali: estão nas "bibendas" esperando novos campeonatos.
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