quinta-feira, outubro 28, 2004

Ainda há assembleias que pensam

JN
Vida e morte da Comissão Barroso I

No Conselho Europeu de meados de Junho, a decisão caíra como uma bomba: os chefes de Estado ou de Governo haviam escolhido o primeiro-ministro português, Durão Barroso, para suceder a Romano Prodi na presidência da Comissão Europeia.
O processo de selecção não fora nada pacífico, graças aos vetos cruzados de líderes. Um Conselho Europeu assombrado pelas divisões remontando ao início da guerra do Iraque foi eliminando progressivamente os candidatos em liça, entre os quais o comissário português António Vitorino.
Unanimemente considerado como "mínimo denominador comum", acusado por parte da opinião política doméstica de abandonar o barco governamental, este português quase desconhecido na cena europeia - só parecia conhecê-lo quem lamentou o seu papel de anfitrião da "Cimeira da Guerra", nos Açores, onde EUA, Espanha e Reino Unido decidiram invadir o Iraque), Durão Barroso partiu com uma cotação muito baixa para a operação de constituição da nova Comissão.

Parece que o parlamento europeu é um bocado diferente do da Tribulandia. Constata-se que, pelo menos, não dormem tanto nem pensam por cabeças alheias.

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