segunda-feira, abril 26, 2004

Fim de dia, fim de ilusão.

O dia vai a caminho do fim. Mais umas celebrações de uma alteração política que embora venham ao encontro do sonho de alguns já pouco representam da evolução desejada para este povo. Servem até para muitas profissões de fé democráticas de muitos camaleões, que por formas e processos diferentes dos do regime anterior, continuam a explorar o povo e a encher os bolsos. Os sonhadores dos anos 60 são hoje acomodados ou instalados senhores e muitos arrivistas que começaram na extrema-esquerda e acabaram nas delícias do liberalismo são fieis servidores do capital anónimo que lhes enche os bolsos. Os sonhos de uma evolução sustentada para uma sociedade mais equilibrada não encontram reflexo na realidade. Como dizia Tomaso de Lampedusa no "Leopardo" (levado para o cinema por Visconte, brilhantemente): É preciso que algo mude para que tudo fique na mesma. Sem polícia política mas adormecidos por um conjunto de instrumentos de controlo sociais (media, futebol, consumismo, competição a todo o preço, sobrevivência, banalização do ensino, etc.) a sociedade actual despreza os valores e faz dos simpáticos, mediáticos e quejandos os seus ídolos e condutores. Como dizia alguém, na ditadura não se pode falar e na democracia formal, fala para aí. Sobre o signo da incompetência e do seguidismo, assistimos às maiores barbaridades tanto na gestão de orgãos de Estado como de entidades privadas. O que não sabe enriquecer rapidamente e por qualque método é burro e tem o que merece. Pavoneando-se perante os meios de comunicação enganam tudo e todos. Encenam o "politicamente correcto" como metodologia do pouco transparente. Só conhecem um poder: o dinheiro. Afinal a vida é curta e há que aproveitar...
O grande sonho está no condomínio fechado, no "carrinho", na ostentação e no aparecimento no ecran e nas revistas cor de rosa. Uma espécie de América latina susbsidiada pela UE. Assim, cumprido o ritual, encenada a profissão de fé nos ideais de Abril (coitados dos Salgueiro Maia), aí estão eles para venderem tudo o que for vendável. Quando chegar a altura de dar contas, veremos... Possivelmente, preparam-se para serem os futuros "torcionários" do povo. Com a capacidade de adaptação que demonstram, é só arranjar uns slogans reformulados, mudar de camisa e gravata e o futuro é deles.

Sem comentários: