As horas vão passando a caminho de um novo ano. O tempo mostra-se comoo “clima” geral da Tribulandia: cinzento com tendência para aguaceiros. Os ”herois mediáticos” fazem da vergonha motivo de sensação. Alguns parece-me que deveriam era estar calados e não dizer palhaçadas. Ainda vão acabar por escrever memórias que baterão recordes de edição. Passemos adiante. Enquanto se anunciam aumentos substanciais de desemprego em vários sectores económicos, alguns aparecem sorridentes e orgulhosos a inaugurar estádios. Roma afunda-se e os senadores festejam em grandes banquetes. A História repete-se, dizem. Alguns periódicos têm mais fotografias de cimento que notícias. Ainda hei-de gostar de ver as contas de custos e proveitos para ver quem vai pagar (ou receber?) a conta final. Candidatos a prejuízos são desde já os pobres dos romanos, como diria o Astérix...
Nas novas naves espaciais (vulgo shopping) ficou um cheiro a despesismo que se vai esfumando com as primeiras promoções. Não ando cinco metros sem ver alguém com o telemobile na orelha. Valha-nos o sorriso de satisfação que provocam. Interrogo-me quem paga aquelas contas. Sento-me numa cafetaria. Um casal jovem está entretido, cada um com seu telemobile, falam longos minutos. Quando um para de telefonar, acaricia o objecto. Pousa-o e pega nele de novo . Marca, fala, gesticula. O outro parece-me fazer jogos, com uma rapidez de mãos impressionante. Uma jovem senta-se, sózinha, numa das mesas. Telemobile na mão não para de falar e rir. Outro casal beija-se (à francesa). Espero um pouco. Infalível. Lá vem o telemobile para as mãos dela. Lá se foi a imagem de romantismo. Saio da cafetaria e vou à primeira loja comprar um ”topo de gama”. Peço para me carregarem a bateria, rapidamente. Não posso perder a hipótese de me sentir bem e sorrir.
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