No Público de sábado, Augusto Santos Silva parece despedir-se dos leitores e resolve dar uma lição sobre Sartre. Folga com as comemorações do centenário de seu nascimento mas afirma que ele constituiu o paradigam do intelectual europeu mas foi também o primeiro a descontruí-lo. Esta lengalenga vem para demonstrar que "o intelectual-farol e o intelectual profeta pertencem felizmente ao passado", como escreve. Mais adiante vem dizer:"Os intelectuais de que necessitamos são gente situada, nem são neutros, nem assépticos. Não são portadores da verdade, nem gozam de estatuto especial" e que "Há momentos em que perder essa liberdade crítica não é necessariamente sinal de que se renunciou a pensar pela própria cabeça".
Possivelmente, teremos o tipo de intelectual que absorbe os conceitos do meio ambiente e se revê na mediocridade impingida pelos media a soldo e corroborada também por intelectuais a soldo das ideias dominantes. Daqui até a um moderno Goulag, cheio de miríades de felicidade embrutecida vai um passo mais pequeno do que se pensa. Resta saber em que posição de situados se colocam.
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