Lemos no "Público" de sábado passado "As Direitas à procura de uma saída". Quase nos ia dando um ataque de riso. Seria que a Direita estava à procura de deixar o poder Em nossa concepção ela nunca deixou o poder, mesmo nos períodos folclóricos da pseudo-revolução pois muitas das leviandades cometidas só funcionaram a seu favor. Seria de esquerda assaltar casas, expulsar empresários decentes, querer nacionalizar os quiosques e perturbar sectores fundamentais da economia com gestores políticos? O resultado visível é que impérios mudaram de mãos mas o sistema funciona cada vez melhor para os poderosos e exploradores do país. Desde a bomba até à penetração em grupos extremistas tudo foi utizado para desacreditar a mudança.
Sempre Tomaso di Lampedusa. De uma maneira geral todos os partidos se inserem na Terceira Via ou seja conciliar o sistema de mercado feroz e neo-liberal com mais ou menos pinceladas de justiça social, tirando um que se agarra a concepções ultrapassadas de economia estatal e de unicidade de pensamento e acção. Como estão actualmente os direitos dos trabalhadores? Como se trata a sua dignidade e direito ao trabalho? O despedimento nunca foi tão fácil nem a sua exploração através do trabalho excedentário ou da precaridade. E a educação? E as desigualdades abismais?
Quem está sem saída, de momento são alguns dos serventuários que se apelidam de direita (ou de centro) para melhor agradar. E mais arreliados ainda porque quem os pôs fora do poleiro foram os senhores que pensavam servir zelosamente. Já sabemos que quem, por acaso, ler isto, vai ao baú da memória buscar definições e conceitos que não encaixam com estas concepções, mas tenham paciência, a Direita está de boa saúde e para durar até se fartar de sangrar tudo e todos. Sim, porque a Direita de que estamos a falar só tem um valor: o dinheiro. Os outros valores foram para o caixote do lixo, empurrados pela ignorância, pela estupidez, pelas televisões, pelos media em geral e por políticos sem um mínimo de dignidade ou de carácter.
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