segunda-feira, março 21, 2005

Quando os defeitos se tornam virtudes

Público
Uma ida ao futebol
João J. Brandão Ferreira

É um povo paradoxal e difícil de governar, os seus defeitos podem ser as suas virtudes e as suas virtudes os seus defeitos conforme a égide do momento.
Prof. Jorge Dias
(in Elementos essenciais da cultura portuguesa)

A experiência foi frustante.
Há cerca de dois anos que não ia ver um jogo de futebol ao vivo.
A gente vê-se grego para parar o carro, mas já se espera; Paga-se uma nota pelo bilhete (quando não temos que nos confrontar com o mercado negro), mas enfim só lá vai quem quer; apanha-se uma carga de frio (quando não é frio é outra coisa qualquer),
Mas tal é o ónus de quem quer ir ver desporto "in loco"; leva-se uma "seca"para entrar, outra para sair, o que é mau q.b., etc. Agora o que começa a ser intolerável é as pessoas serem tratadas como gado - por culpa de alguns energúmenos -, e encaminhadas por estreitas passagens afim de serem "apalpados" pela polícia que assim garante que nenhum objecto perigoso seja transportado para dentro do estádio; a seguir é a difícil tarefa de se conseguir um lugar livre e que não tenha gente em pé à frente e outros obstáculos à visão.
Jogo iniciado o barulho das claques torna-se ensurdecedor e não pára mais (enfim, há quem goste), e depois temos que aguentar com um chorrilho de asneiras e palavrões quase ininterrupto que invariavelmente se dirigem ao árbitro, na sua maioria, mas também, a todos os que se encontram dentro das quatro linhas e a alguns outros fora delas.


Outro artigo muito interessante sobre o comportamento cívico actual e que pelos vistos entusiasma tantos adeptos da massificação neo-liberal.

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