Mário Soares falou numa conferência sobre direitos humanos e com sentido humanista e político. Não resisto à tentação de reproduzir alguns extractos, aconselhando a sua leitura no Público.
"Segundo Mário Soares, "há hoje dúvidas no mundo inteiro e nos próprios Estados Unidos acerca da eficácia e da adequação da sua luta antiterrorismo, com a ajuda de outros Estados, até agora, o Reino Unido, a Itália e a Espanha".
"Quais são os objectivos Al-Qaeda? O que os motiva?", interrogou o presidente da Fundação Mário Soares, na conferência promovida pela Comissão Nacional dos Direitos Humanos, a que também preside, sugerindo se não serão "a pobreza, as dificuldades sociais e o desemprego" que levam muitos muçulmanos para as escolas corânicas."
"Questionado depois quanto à possibilidade de se entrar em contacto com os elementos daquela rede terrorista, Mário Soares respondeu ironicamente: "Se é o Osama bin Laden o responsável pelo 11 de Setembro, os Estados Unidos da América têm como falar com ele. Era amigo da família Bush".
""Na base de tudo está o conflito israelo-palestino", defendeu ainda, salientando a importância do "multiculturalismo e do diálogo entre religiões" para conseguir a paz e criticando a actuação dos Estados Unidos e da União Europeia nessa matéria, bem como o Governo israelita, que acusou de realizar "terrorismo de Estado". "A Europa e os Estados Unidos podem ter uma actuação distinta. O muro da Cisjordânia é um segundo muro da vergonha, uma regressão no direito na civilização, e as grandes potências têm de o condenar e não podem estar de cócoras perante um homem [o primeiro-ministro israelita Ariel Sharon] que se opõe ao terrorismo dos 'kamikazes' com um terrorismo de Estado, que é pior do que o primeiro".
Comentários para quê? Uma voz sensata e experiente ao contrário do paladino JPP.
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