domingo, fevereiro 27, 2005

A ascensão e declínio da mediocridade

Público
A azia dos comentadores
Por Augusto M. Seabra
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A ascensão de um político populista, cuja fundamental legitimação tinha sido feita pelas mais popularuchas franjas do espectáculo e pelos próprios media, é desde logo sintoma do estado desse mesmo espaço público. É simples a qualquer um supor-se sem responsabilidades no "acidente", por maioria das razões quando a ele foi contrário. Interrogo-me todavia, e uma vez mais, se a situação de bloqueio do espaço público será susceptível de ultrapassagem.
A avaliar pelos indícios de uma semana, o solavanco eleitoral de 20 de Fevereiro suscitou em muitos comentadores, a par com o "alívio", uma certa azia, para não dizer o retorno do enfado com "este país", expressão indicativa da sua inscrição pública.
Na noite das eleições, na RTP, a prometida vedeta, Marcelo Rebelo de Sousa, "o professor", foi um "flop". Habituado a ser foco único, e sem o famoso "contraditório", esteve constrangido, afinal bem no flanco dos derrotados, ele que andara em campanha eleitoral com, imagine-se, Luís Filipe Menezes!

No mundo do espectáculo contínuo em que vivemos o que os media disserem fará lei, mesmo que algumas vezes se revelem desastrados e longe das realidades. The show must go on (para isso lhes pagam).

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