Ontem vi um programa da 2 "Clube dos Jornalistas" onde era discutido o tema das "Centrais de Comunicação", estando presente um representante da respectiva associação profissional "APECOM", um jornalista do Público com funções de direcção e um "pivot" da televisão. Depois de muita explicação do carácter "inofensivo" dessas agências que não interferem com a liberdade de informação ou com a independência dos jornalistas ficamos a saber que:
- As agências se limitam a aconselher e a defender a imagem dos seus clientes sendo para isso necessárias "boas relações" com os jornalistas. Representam grandes empresas mas, segundo afirmou, o seu representante não compram a publicidade que tão necessária é aos jornais pela sua limitada tiragem.
- Que os acessores de imprensa dos políticos e do poder eram na sua maioria jornalistas que deixam os jornais por "gostarem" das pessoas de que vão defender a imagem. Que quando saem de adjuntos voltam aos jornais.
- Que é frequente a oferta de presentes e, nomeadamente, a oferta de viagens para aumentar o grau de empatia com os ofertantes e facilitar as relaçõoes.
- Que existe um submundo opaco de relações entre jornalistas, poder político e empresas,tendo o subdirector do `Público" apontado um misterioso desaparecimento de notícias sobre um caso a partir de certa altura.
-Um entrevistado externo ao programa disse que não devíamos ser anjos e acreditar que não existem pressões sobre os jornalistas e relações de dependência.
Em suma, muito do que lemos já vem encomendado e embrulhado da maneira mais conveniente. As necessidades económicas tocam a todos e alguns serão permeáveis a aceder a ofertas tentadoras quanto mais não seja pelo "gosto" de estar junto dos poderosos.
Aqui há tempos alguém escrevia que se devia acreditar na imprensa e não acreditar dos blogs. Que eu saiba os blogueiros não costumem ser convidados para viagens ao Brasil ou à neve para conhecerem melhor quem quer que seja...
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