Público
Constituição Europeia e "Europa Social"
Por VITAL MOREIRA
(...)
Em primeiro lugar, as políticas da UE devem ser agora prosseguidas à luz dos novos princípios fundamentais da nova Constituição europeia (se ela for para a frente), onde se contam expressamente os objectivos de "justiça social", de "progresso social", de "pleno emprego", de "desenvolvimento sustentável", de "combate contra a exclusão social", entre outros (art. I-3º). Não é por acaso que no novo texto o modelo económico da UE passa a ser designado por "economia social de mercado", uma antiga expressão de origem alemã que pretende justamente marcar a diferença entre o chamado "capitalismo renano", que incorpora o modelo social europeu, e o capitalismo liberal de matriz anglo-saxónica, especialmente o norte-americano. A não ser que se pretenda afastar a economia de mercado, em favor de qualquer economia "socialista" planificada, a nova noção constitui um evidente progresso sob o ponto de vista da "Europa social".
Mas que palavreado tão bonito. E que grande defensor da economia de mercado. O problema é que uns se encaixam melhor no mercado do que outros, sobretudo os convertidos. E das palavras à realidade vai um grande salto...
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