Todo o mundo se preocupa com o défice orçamenta e se esquece de outras variáveis tão ou mais preocupantes para a situação do país. Segundo o Boletim Económico de Setembro do Banco de Portugal que, segundo o "Expresso" tanto irritou o governo, o país encontra-se endividado. O Défice externo poderá agravar-se mais de 60% este ano. As importações deverão crescer mais do que 8 (oito) vezes a economia. Assim. segundo o jornal, "a retoma das famílias e do investimento das empresas só provou que o país esta´cada vez mais dependente da compra de bens e serviços estrangeiros"."O Banco de Portugal repete várias vezes os adjectivos "surpreendente" e "anómalo" para classificar a subida das importações, que deverão crescer cerca do dobro do previsto no Boletim económico de Junho"!
Em resumo, a nossa economia está, seriamente, doente. O tecido empresarial deteriora-se e a nossa produção não consegue satisfazer as necessidades internas, grande parte de luxo excedentário, nem exportar o suficiente para gerar receitas compensatórias. E tudo isto com várias razões e premissas. Desde logo, a atitude dos nossos investidores e empreendedores, acolitados pelo sistema financeiro, virados para o consumo. Banca, distribuição e construção civil são grandes vértices desta economia. Se os primeiros não apoiarem o investimento, se os segundos se limitarem a incentivar o consumo de produtos externos e, como é sabido, ser difícil exportar construção, eis um conjunto de alavancas negativas, que juntas com o desinvestimento em educação e formação profissional, com uma saúde cada vez mais abandonada para a generalidade dos cidadãos, mais o luxo faraónico dos governantes, levarão o país a uma situação insustentável sem o recurso ao crédito externo. Assim, ficaremos cada vez mais débeis e dependentes. E como ficará a soberania? Onde param os verdadeiros empreendedores? Os construtores de riqueza através da produção? Será que apenas estaremos no mercado global com a mão-de-obra barata? Será que este povo se limita ao sonho do consumo fácil e perdeu o sentido da aventura e da competição? Esperemos que não.
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