Público
Guterres. Outra Vez?
Por ANTÓNIO BARRETO
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"NÃO DEIXA DE SER CURIOSO QUE, NA
sua contribuição para o dito congresso, tenha escolhido o tema da imagem, da política espectáculo e das televisões. Denunciou a transformação da política em "reality show", ele que é sem dúvida um dos grandes oficiais da arte. Vituperou contra a crescente "promiscuidade entre a política e os media", ele que é responsável pela estatização de um dos maiores grupos de imprensa, comunicações e "media", dado que foi com o seu governo que a PT comprou a Lusomundo, alargando e consolidando a presença do Estado no sector. Alertou para as relações cúmplices entre os políticos, os magistrados e os "media", ele que tão bem soube juntar esses ingredientes e acrescentar-lhes os interesses dos grupos económicos."
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Para estupefacção de toda a gente, a começar pela dos socialistas, anunciou a sua demissão. Apenas tinha cumprido metade da legislatura que, aliás, se anunciava difícil. Nunca explicou de modo satisfatório a sua decisão. Deixou o partido e o governo em estado catatónico. Entregou à direita e aos seus adversários o governo e as eleições legislativas que se seguiram. Abandonou funções num momento em que começava um período de dificuldades para os portugueses. Não teve força para resistir, nem carácter para lutar. Numa palavra: fugiu. Esse, o facto relevante do seu currículo. Essa, a medida da sua candidatura."
Depois de um grande fracasso, ausentam-se, vão dar uma volta pelo deserto e voltam limpinhos de qualquer pecado. E como a memória é curta lá estão, de novo, os enganados para os colocar no poleiro.
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