quinta-feira, agosto 12, 2004

Como as jóias do país se transformam em pesadelos

Público
O Algarve
O Algarve era uma jóia, hoje é quase todo ele um pesadelo a que só se escapa fechado nalguns, raros, paraísos protegidos

Há sensivelmente vinte anos fiz para o "Expresso" uma reportagem com o seguinte título: "O Algarve à beira da catástrofe". No sábado em que saiu fui insultado pelo então governador civil, de seu nome Cabrita Neto.
De que é que falava esse artigo? Do excesso de ocupação do Algarve. Das praias poluídas onde era perigoso tomar banho. Da megalomania dos projectos de construção que esperavam aprovação. Dos riscos da Nacional 125. Da aposta exclusiva no binómio sol e praia, sem que outras alternativas fossem oferecidas. Das arribas que ameaçam ruir e das construções em dunas que poderiam ser submersas pelo mar.
Nestes vinte anos quase tudo piorou.

E o que escapou neste país à ambição desmedida do lucro fácil? Muito pouca coisa. Os videirinhos pululam a alcnçaram os seus objectivos práticos. Os que se preocupam escrevem, lamentam mas não conseguem alterar o rumo. Teremos solução como país como escreve Mário de Carvalho?

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