Na Tribulandia existe a paranóia do poder total. Em nome da estabilidade, elegem-se maiorias absolutas que correspondem a autênticas "ditaduras soft". Louvam-se as concentrações de empresas, esquecendo que algumas já constituem autênticos monopólios. Mesmo no futebol, qualquer presidente de clube é um autêntico reizinho de um conjunto de marionetas. E claro, continua-se a louvar o mercado sem que exista qualquer tipo de autoridade sobre as concentrações excessivas. Afinal, onde para a livre concorrência? Possivelmente, só nas feiras que ainda sobrevivem por esse país fora. No domínio da distribuição verificou-se uma aquisição que já começou a dar os seus frutos. A qualidade de muitos produtos desapareceu dos escaparates, os preços de artigos de higiene e outros subiram escandalosamente, longe dos tais 2,5/2,6/2,7 ou quejandos e os indígenas continuaram a acreditar que tudo é mais barato. Pasme-se que diversos produtos são mais baratos no comércio tradicional! A continuar assim, só comeremos e beberemos o que nos quiserem impingir nas longas prateleiras e produtos de qualidade só os encontraremos após exaustivas pesquisas. Fomos há dias a um desses santuários da porcaria enlatada, do queijo sem marca, do leite sabe-se lá donde vem e viemos praticamente com meia dúzia de produtos em falta. Cada vez mais recorremos ao pomar da esquina, à drogaria de quarteirão e se queremos algum artigo electrónico de qualidade a alguma loja especializada das que ainda existem.
Estes merceeiros de grande dimensão (pseudo-industriais) começam a saturar-nos para além do seu ar condicionado fatigante. Auguramos um triste fim para tão pouca consideração pelo consumidor quando este acordar da letargia onde foi mergulhado.
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