Muito se fala de offshore neste país, especialmente tentando atingir a da Madeira e espelhar um clima de transparência e legalidade nos movimentos financeiros e tributários. Segundo o DN: Um quarto da riqueza privada está em 'offshores', isto em 2007. A primeira pergunta que se pode fazer é quem e porquê forma criados estes "paraísos fiscais"? Precisamente para não pagar impostos, para manter confidencialidade sobre os dinheiros e investidores e claro para processar dinheiros menos claros. Fácil será imaginar que políticos de todo o mundo tenham contas em offshores e outros personagens a quem não agrada dizer onde amontoaram aquelas fortunas fabulosas. O dinheiro, costuma-se dizer, não tem cheiro e por muitos milionários têm "esqueletos nos armários" por detrás do seu poderio financeiro. Se olharmos à nossa volta, veremos fortunas construídas em meia dúzia de anos sem se conseguir vislumbrar como as conseguiram trabalhando honestamente. Claro que ao fim de muitos anos de roubalheira tornam-se "honestos" como as distintas damas que em tempos foram prostitutas e são, mais tarde, as mais moralistas de todas as mulheres. É evidente que o terrorismo veio complicar o mundo financeiro de muitos por razões de segurança. Mas também é certo que muitos falam em acabar com as offshores por hipocrisia, sabendo que depois muitos amigos e companheiros não teriam sítio para "agasalhar" as suas "poupanças". Também falam muito em acabar com prostituição e é o que se vê. Será o mundo dito legal assim tão inocente? Não carregará ele aos ombros tanta desgraça e miséria na sua face austera? Não haverá muito criminoso inocentado por advogados pagos a peso de ouro? Não vão eles inocentemente dirigir empresas por meia dúzia de anos e receber reformas douradas? Haverá muito político que não tenha acolhido nas suas campanhas dinheiro escuro? Ou que não tenha reservado para uso pessoal uma pequena contribuição?
Será a Madeira tão diferente do continente? O continente não tem "offshores" mas tem certamente muita porcaria como vemos nos jornais e ne televisão. Basta saber ler e ouvir. Deixem-se de falatório falso e passem a olhar para o próprio comportamento.
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