As ruas à segunda-feira estão cheias de carros. Cada vez maiores, crescendo com os prazos de pagamento. Dentro homens e mulheres de óculos escuros, tipo última moda, ou vão sózinhos e sisudos ou falam para os bluetooth que alguns usam como adorno. À medida que a comunicação directa e humana vai desaparecendo surgiu a necessidade de falar por telemóvel. Frases sem sentido ou apenas de conveniência, é fácil ser simpático sem expressão nem contacto directo. Os poucos que ainda andam a pé tecem mensagens constantes nos pequenos teclados. É um amor feito de frases feitas ou de interjeições desconexas. Há que mostrar o modelo e o símbolo da linguagem monossilábica. Os filhos nascem cedo mas os amores também acabam depressa num amor de exercício feito, com ou sem cama. Qualquer lugar serve numa pressa de existir que cada vez dura menos. Fatos cinzentos, gravatas verdes, camisas brancas lá vão os executivos carne para canhão. Parecem todos iguais. Esterotipados, catalogados, peças de um trabalho mais ou menos valorizado.
Procurando alguma vida num sorriso ou num olhar, acabamos por descobrir que a música é a melhor companhia. Há um deserto no meio de tanta gente. Metropolis?
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