Público
Banal. Trivial. Vulgar.
Por SANTANA CASTILHO
Os vocábulos escolhidos para este título são, afinal, sinónimos. Porém, na redundância, expressam bem a tónica dominante do Programa do Governo para a Educação. A sua leitura suscita-me dois comentários:
"1. Estou, estamos todos, admito, cansados de pregões tipo: "... O futuro de Portugal está indissociavelmente ligado ao que de bom ou mau for realizado no plano da qualidade da educação e da formação..." Mas é com esta frase que abrem as seis páginas do programa. É um texto idêntico ao do anterior governo e pouco diferente, valha a verdade, de todos os outros. Os programas para a Educação há muito que não passam de beatas declarações de intenções, que se limitam a cumprir uma obrigação formal. Penso mesmo que os respectivos escribas têm por metodologia base o corte e a colagem dos textos prévios, tal é a similitude estilística e a profusão das mesmíssimas expressões da modernidade provinciana preferida pela classe política, cada vez menos culta: "crescimento sustentado"; "níveis de coesão e qualificação"; "ganhar os desafios"; "na busca da excelência"; "desafios da globalização", etc, etc..."
Tretas, tretas e mais tretas. Vivemo num país de tretas. E adianta chamar a atenção? Tudo se processa como num mecanismo repetitivo a quem mudam as pilhas periodicamente para que a ladaínha não pare. Triste e pobre futuro da juventude.
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