segunda-feira, junho 07, 2004
Conversas do quotidiano na Tribulandia
Quando apanho um táxi sempre converso um pouco, dependendo do humor do taxista, que os há para todos os gostos como na farmácia. Desta vez, o motorista não era dos mais faladores mas mesmo assim deu para perceber algumas das suas ideias sobre o momento actual, não muito concatenadas logicamente. Foi retorquindo com os seus pontos de vista: há muito esbanjamento de dinheiro, consome-se demais; a loucura com a despesa nos estádios; a influência económica espanhola na nossa economia, pelos vistos, percebida pela arrogância de passageiros daquela nacionalidade. Solução indicada: uma nova guerra mundial. Não cheguei a ter tempo para argumentar, porque a corrida terminou mas claro que induzi uma insatisfação crescente, causas correctas e uma solução muito radical. Por será que muitas pessoas recorrem à necessidade de uma guerra e, logo mundial, para resolver problemas complicados mas que podem ter outras soluções? Será porque imaginamos que os males vêm de algum defeito congénito que só a guerra pode alterar? Ou será porque, cada vez mais, acreditamos menos nos outros e também, por estranho que pareça, menos em nós próprios?
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