terça-feira, fevereiro 24, 2004
Um carnaval europeu na Tribulandia
Resolvi ir a um baile de carnaval com a minha Lurdinhas. Eu vesti-me de cidadão europeu de 1ª e ela de executiva da União Europeia. Sinto-me muito bem dentro da fatiota (alugada), com a carteira mais recheada (salário europeu e não a miséria que recebo), gasolina mais barata, espectáculos de qualidade, possibilidade de ir passar férias ao Algarve, a preços de chart inglês, boas escolas para os meus filhos e cuidados de saúde impecáveis. A minha mulher vai poder impressionar com as peles que comprou, as carteiras de fina pele,a cultura que lhe ministraram e deixa de pagar os alimentos mais caros e passamos a a ter uma alimentação como deve ser. Os vizinhos ficaram cheios de inveja ao verem-nos sair porque, nem no carnaval, tiveram a ideia de escapar ao lodo da Tribulandia que os atola em dívidas. Aliás, avançamos, pelo menos, trinta anos de civilização. O problema é que na quarta-feira, chamada de cinzas, temos que devolver as fatiotas, largar o sonho e voltar à mediocridade da realidade. Mas valeram a pena os euros gastos no aluguer.
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