terça-feira, fevereiro 10, 2004

As zangas das comadres na Tribulandia

Uma tragédia em campo trouxe os melhores “sentimentos” a muitos protagonistas do mundo do pontapé. Ele eram abraços, choro, declarações de paz para cem anos, irmandade enfim... Se já estamos habituados às fantasias rocambolescas de muitos dos protagonistas, não deixamos de nos surpreender com o que considerámos um exagero mediático de um facto que merece respeito. Mas de que vive o fenómeno? De suscitar paixões. Muleta importante dos meios audio-visuais, da imprensa e da política tem que haver algo que mantenha a “chama” acesa. Já que não existem outros meios de realização pessoal e colectiva, há que construir “irmandades” que possam, discutir hora a hora, todas as variantes daquilo que hoje é mais do que um desporto: um negócio que movimenta milhões. E os seus principais protagonistas, inteligentemente, exploram o filão. Até já se confunde a realização de um campeonato com um desígnio nacional. Cruzes! Ele é o jogador que veio gordo demais, o outro que teve problemas com a mulher, o que se espetou com o carro quando vinha dos “treinos” nocturnos, os insultos a outros do mesmo ofício e as suas reacções, as pazes possíveis, as não possíveis, o rasgar ou não das camisolinhas... Acesa a chama, só lhes resta esperar por melhor ocasião para jantarem juntos e saborearem os frutos da “discórdia”. Os crédulos adeptos pagam as facturas directa ou indirectamente. Basta ver os políticos sentados nos camarotes...

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