segunda-feira, outubro 10, 2005
Um noite de discursos
Foi muito divertida a noite eleitoral na televisão. Muitos e variados candidatos tiveram a oportunidade de fazerem os seus discursos repetitivos, sempre com agradecimentos e sorrisos, declarando-se todos, mais ou menos vencedores por isto e por aquilo. Ficamos também a saber que existem duas formações em cada partido: uma para as autárquicas e outra para as legislativas. Quando uma delas perde a outra fica impávida e serena. Por outro lado, quando o povo vota nos candidatos dos partidos é soberano e quando vota em "independentes" é estúpido. Fez-se muita questão nos "independentes" (houve até uma intervenção de um ex-ministro aflito que sugeriu acabar com a "brincadeira" da sua candidatura), esquecendo-se que os mais mediáticos foram formados dentro dos partidos. De uma maneira geral, derrotados e vencedores estiveram de acordo: o governo pode continuar a apertar o cinto aos mais desprotegidos. Chamam a isto política económica de desenvolvimento o que não deixa de ser uma raridade no universo económico. Unidos nesta batalha, os das autárquicas e os das legislativas têm assim a oportunidade de levar o neoliberalismo até às últimas consequências: só cá ficam os ricos. Por estranho que pareça, o agora muito acossado e acusado Avelino Ferreira Torres pôs o dedo na ferida: quem ganhou as eleições em Amarante foi a Mota-Engil (construtora). Numa campanha feita com muito dinheiro quem teria ganho noutros lados?
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