JN
"Alegadamente" e prudentemente jornalismo
Pina
(...)
A filiação teórica de tanta prudência (e tanto cinismo) é a "presunção de inocência", figura processual que de repente ganhou asas e transvasou para o campo da notícia e da reportagem, corroendo os alicerces do edifício de coragem cívica em que se forjou historicamente o jornalismo. Hoje o jornalismo já não diz, diz que se diz
A crer nos jornais, não há rapazes maus, há apenas rapazes "alegadamente" maus. O próprio Hitler, que nunca foi condenado por sentença transitada em julgado, só "alegadamente" pôs a Europa a ferro e fogo
No limite, aliás, ainda nesse caso o jornalista haveria de escrever "alegadamente", pois que as sentenças podem ser revistas
Todos são bons rapazes e parte da grande quadrilha.
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