domingo, outubro 23, 2005

A apologia do salvador ao virar da esquina

Mais um dado foi lançado para a corrida à cadeira da Presidência. Aparato, medição de silêncios, perfil escolástico, apelos que ninguém ouviu. A salvação está aí ao dobrar da esquina, sentada num cadeirão orçamental e disposta a tornar a vida do país num livro de deve e haver. Aliás, nos últimos anos sempre temos tido quem nos impinja contas que no final pagamos todos, mesmo sem sermos convidados para as festanças e galas. O general já veio a terreiro explicar porque apoia o professor: um Presidente de confiança no "Expresso". Uma ternura. Sabendo nós que o general nunca gostou de Mário Soares e é "cara de pau" não é difícil ver para ondei ria o seu apoio, uma vez que não se lhe conhecem gostos poéticos. A seguir, no mesmo semanário, o Medina dos impostos (foram verdadeiramente "inovadoras" a suas propostas de fiscalista em vários debates televisivos)quer mudança a partir de reformas de um imaginário presidencialismo e ameaça-nos com um desgosto (o dele?). Finalmente no editorial, José António Saraiva torna-se vidente e dá a vitória (antecipada a Cavaco e Silva). Bem, podemos ficar descansados: já decidiram tudo e por todos. Para muitos que têm pouca memória, talvez. Para os que não comem muito queijo e se lembram do tal "passado", possivelmente a candidatura de Manuel Alegre será a mais independente e a que melhor poderá incorporar os desejos dos portugueses. Para os mais adeptos do sistema de meias-tintas: paciência e caldos de galinha. Mas, por favor, não nos queiram fazer a cabeça.

1 comentário:

Anónimo disse...

A sopa está a ser confeccionada com nabos podres, cabe a quem ainda mantém algum discernimento jogar a panela fora.