terça-feira, outubro 18, 2005
A caminho da selvajaria
Ontem, na RTP1 mais um "Prós e Contras" desta vez sobre o famigerado orçamento de Estado. Dum lado Teodora Cardoso e Silva Lopes e do outro dois economistas que nem memorizei o nome. Para além de algumas considerações teóricas mais ou menos acertadas, relevo a afirmação de Silva Lopes: «Estou mais preocupado com a estagnação da economia do que com o orçamento». De facto, este é o principal problema do país. Quanto ao orçamento se continuarmos a apertar o cinto, indiscriminadamente, sem a economia recuperar bem podemos esperar um futuro triste. Certamente que tem havido desperdício no Estado e isso deve ser corrigido mas daí até escavacar todo o sistema educativo, da saúde e penalizar reformas (já de si insuficientes)da população mais idosa, que não tem os benefícios exagerados de políticos e administradores de empresas públicas, mais nos parece uma aplicação de princípios cegos do FMI e um generalizado ataque à função social do Estado. Um dos economistas do outro lado que me pareceu um neoliberal mal informado, dizia até que era uma injustiça que os novos viessem no futuro a aguentar a carga dos mais velhos, na Segurança Social! Está em Bruxelas, foi consultor do Governo e julga que quando for velho não vai precisar da reforma da Segurança Social, certamente. Tal afirmação poderia ser produzida por uma máquina de contar notas. Como se o país que os novos encontraram , a alimentação e educação que receberam(entre muitas outras coisas) não fosse o resultado do trabalho de muitos desses velhos que muitas vezes só foram explorados. Estamos, na verdade, a gerar uma geração de egoístas tecnocráticos e sem qualquer princípio ou valor humanista que a seu tempo também poderão sentir as consequências de um sistema de vida aberrante. Com palavras mansas se vão advogando métodos mais próximos de um nazismo soft (deixar de tratar de quem já não tem utilidade produtiva?). Será que os pais destes teóricos não lhes ensinaram a ter vergonha?
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1 comentário:
a verdade é que temos de admitir que o nosso sistema de segurança social está á beira do colapso e os gastos são em muito superiores aos ganhos já que pessoas que nunca descontaram recebem agora reformas e subsidios...
No entanto a grande generalidade destas pessoas não descontou porque não existia segurança social para onde descontar quando trabalharam o que nos leva de volta ao mesmo problema...
É preciso um novo sistema de segurança social e é necessario abandonar a politica do "chega para todos" porque não chega... Mas pode chegar! Como? Cortandos gastos desnecessarios com politicos e admnistradores publicos tal como foi referido no texto mas esse tipo de medidas nunca vai chegar enquanto quem mandar beneficiar da sua não aplicação :?
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