sexta-feira, maio 27, 2005

Uma pocilga mediática

Miguel Gaspar escreve no DN
Largo José Carlos Malato, Monforte
Uma cultura pode sobreviver só com os heróis visíveis do tempo presente?
(...)
A moda de Monforte, aliás, pegou. Dias mais tarde, a vila de Coruche anunciou que o novo estádio local será baptizado com o nome de um notório filho da terra, o treinador do Sporting, professor José Peseiro, notem o professor.
Se o presente notório ocupa o lugar do passado, então este torna-se invisível. O imediatismo mediático destrói, por omissão, a memória, a consciência da história, a identidade, a cultura. Por isso, a sociedade mediática inventa tradições que são simulacros do passado. E, numa sociedade sem memória, sobram os apresentadores de televisão para o papel de heróis.


Poderá a tingir-se ainda maior grau de degradação e de desagregação colectiva? É bem possível que sim porque grande maioria do povo vive em estado primário, alimentado por uns sabichões que se presumem condutores de multidões a caminho da desgraça.

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