Público
Negócios de Estado
Eduardo Dâmaso
É imperioso esclarecer o caso das telecomunicações das polícias e da emergência médica, sob pena de se ter abdicado de um mínimo de transparência e legalidade nos negócios públicos
O negócio de compra de um sistema integrado das redes de telecomunicações de emergência e segurança para as polícias, bombeiros, emergência médica e protecção civil, por 538 milhões de euros, adjudicado três dias depois das eleições, é pouco transparente e parece muito mau para o Estado. Porquê? Porque a adjudicação acabou por ser decidida em função de um critério - urgência - que foi sucessivamente demolido pelo arrastamento do processo do concurso.
Este assunto, como tantos outros, é taõ transparente que nem chegamos a ver nada. Segue o rumo de tantos outros que desde que enquadrados, minimammente, num quadro legal passam como normalidade, numa sociedade que pôs de lado tudo o que é ética e decência. Quem paga são sempre os mesmos, os contribuintes, e a maioria desses está muito entretida com o futebol e as telenovelas.
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