sexta-feira, abril 01, 2005

Os tecnocratas da ciência económica da Tribulandia

Algumas vezes, entretenho-me a ver o que se escreve sobre economia. Leio que é uma ciência maldita. Chamar à Economia uma ciência talvez seja exagerado pois parece-nos tratar-se mais de uma arte ou de uma técnica de análise. Onde param a experimentação e a comprovação das hipóteses? Por definição trata-se de adequar recursos escassos da maneira mais eficiente possível para satisfazer necessidades múltiplas. E se na micro-economia ainda se conseguem resultados satisfatórios na macro os falhanços têm sido mais do que evidentes, mesmo com os famosos modelos que muitos tanto gostam que a realidade satisfaça os pressupostos. Então quando se começa a teorizar sobre os famosos equilíbrios tanto pela via da planificação como pela via do mercado, temos falado. Por outro lado, esquecerem-se que os agentes económicos são seres humanos e não máquinaas programáveis, dá resultados muito caricatos. Vejo que alguns liquidam a planificação por associação ideológica com os modelos de leste e santificam o equilíbrio natural de mercado com a sua famosa auto-regulação. Ora nem 8 nem 80. Depois, justificam-se ainda dos "desastres" por serem os políticos que tomam as decisões. Pois é mas, de uma maneira geral, não se pode dizer que apenas se cumpriram ordens. Algumas vezes dá mau resultado.
Evidentemente, o universo não é asséptico mas tão pouco a economia é apenas uma maneira de relatar estatísticas e modelos. Melhor seria chamar-lhe Economia Social e Política porque não pode haver apenas opções tecnocráticas sem uma visão social, humanista e política, adequada à realidade de cada país e sem dogmas todo-o-terreno.

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