segunda-feira, julho 19, 2004

Qual a razão deste caminho para o precipício?

Público
Portugal Cego
Por LUIS SALGADO DE MATOS
"Com ignoramos a realidade, "estamos numa boa". O défice público é a consequência visível da nossa cegueira económico-financeira. Permite-nos consumir mais do que produzimos. Ele alimenta o défice dos nossos pagamentos com o exterior. O exterior financia-nos porque, se não pagarmos, ele pagar-se-á comprando os nossos activos - prédios ou empresas. Após dois anos de esforços, o défice continua superior a 5% - se exceptuarmos as receitas extraordinárias. É uma proporção excessiva mesmo tendo em conta o ciclo económico.
Com efeito, Keynes recomendava o défice do Estado na fase de depressão económica para criar emprego. Em bom rigor, não estivemos em depressão e por isso não devíamos ter défice público. Temo-lo porque o Estado não resiste aos grupos de pressão.
O nosso défice público não cria emprego nem moderniza a nossa estrutura produtiva. Serve para manter os vícios sociais que nos levam a perder produtividade. Pouco a pouco, o défice destrói a vontade do Estado, tornando-o refém do "directório" europeu - ou pior.

Grandes verdades. Ainda bem que não estamos todos cegos. Aqui está um retrato fiel da ignorância de grande parte dos nosso "sábios" dirigentes. Vale a pena ler o artigo todo.

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