Este país vai com os seus brandos costumes a caminho do abismo. Com o argumento da salvação da democracia desde a fraca qualidade do ensino até à mais descarada roubalheira, tudo vai roendo os alicerces de um futuro que se presumia e desejava risonho para as novas gerações do pós 25 de Abril. Nacionalizou-se tontamente e desnacionalizou-se parvamente. Agora com os buracos criados pela incompetência, desonestidade e pelo politicamente correcto, toca a desbaratar o produto do sacrifício de gerações e a tornar indigente a pouca classe média que ainda trabalha e paga impostos. Tiraram reformas fabulosas em meia dúzia de anos, ocupam cargos que nunca mereceram e viajavam em primeira classe para todo o lado. Superiores, basta apenas um palavreado mais ou menos entusiasmante para os pobres tolos semi-analfabetos, uns beijinhos nas crianças das escolas e a vidinha triste desses eleitos vai correndo.
Por detrás, nos bastidores, toda uma rede de relações e amizades escuras que aqui e ali ganham os concursos públicos de obras loucas e oferecem, facilmente, aos detentores do poder salvas de prata, Mercedes e casas ao preço da chuva. Como base destas cúpulas, nas concelhias e distritais toda uma série de subservientes bajuladores que esperam um lugar na junta de freguesia ou um emprego público para o sobrinho. Nas jotas a continuação da escola do subir sem esforço, tirando o agitar das bandeirinhas quando é preciso. Em cima de tudo isto, um Presidente figurativo para dar um ar honesto e uma justiça que só sabe aplicar os códigos aos mais desprotegidos cidadãos. Assim se constrói uma sociedade kafkiana.
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