Já nos era difícil aturar os comentadores desportivos na televisão. As suas análises complicadas do que é simples enjoam-nos. Agora começamos também a ter a tentação no dedo de mudar de canal e muito, muito depressa. Ele são professores de economia que só têm um olho e fazem análises desastradas, tentando tapar o sol com a peneira ou então fiscalistas e empresários meio vesgos. Hoje apareceu um a dizer que o dinheiro injectado nos bancos era muito bom para evitar o efeito dominó (jogo que nunca foi tão popular) e que era mau injectar dinheiro na indústria automóvel norte-americana porque os sindicatos eram muito fortes. Claro que o dinheiro injectado para tapar buracos em jogos financeiros duvidosos é bom para os gestores aldrabões mas manter milhões de postos de trabalho é mau. Continuam a esquecer-se que tudo na Economia se refere a utilização de recursos para satisfazer necessidades e que o dinheiro é simplesmente um meio de facilitar a troca. Continuam a esquecer-se que existe uma economia real e não modelos abstractos de sala de aula. Para o leigo que nada estudou destas matérias eles parecem sábios mas as suas teorias vê-se onde nos levam. Depois defendeu o crescimento da China para permitir exportar para lá, esquecendo-se dos direitos humanos, do trabalho condigno e do direito ao descanso dos trabalhadores e também da poluição que acabará por nos liquidar a todos. E já agora, porque não investem em África para aumentar o equilíbrio das trocas mundiais?
E finalmente, lembrem-se que os recursos são finitos e que a aumentar sempre a produção, um dia nem haverá talvez que comer (veja-se a destruição das águas do mar, a poluição dos plásticos e lixos informáticos e quejandos). Sim é necessária uma nova ordem económica que satisfaça necessidades reais e não nos atire para o abismo ou para guerras que permitam a sobrevivência apenas dos vencedores. E por falar em sobrevivência, vejam se tiram o Vitor Constâncio do Banco de Portugal. Sempre seria uma ajudinha para nos livrarmos de um sonsa que não sabe para onde cair.
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